Esportes
Justiça mantém bloqueio nas contas de Willian em ação movida por Mayke
Juiz cita que a empresa do atacante do Athletico foi a intermediária no investimento que o lateral-direito fez
A 25ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo indeferiu novo pedido da defesa de Willian para desbloquear R$ 1.724.165,83. O valor está preso na Justiça por ação movida pelo lateral-direito Mayke, do Palmeiras.
A defesa do atacante do Athletico argumentou que ele não poderia entrar como parte solidária na ação do jogador palmeirense, que cobra ao todo R$ 7,8 milhões investidos em criptomoedas na Xland, após indicação da empresa de assessoria financeira de Willian Bigode.
Mas o relator Marcondes D'Angelo alega que os documentos no processo apontam a WLJC Consultoria e Gestão Empresarial Ltda, empresa de Willian, como captadora e intermediadora dos investimentos. Por isso, manteve a quantia bloqueada.
Inicialmente, os advogados de Bigode tentaram o desbloqueio sob o argumento de que o contrato com a Xland tinha como garantia as pedras de alexandrita, avaliadas pela empresa em mais de R$ 2 bilhões, mas que foram adquiridas por R$ 6 mil. A Justiça indeferiu essa ação.
Entenda o caso
Mayke e sua esposa Rayanne fizeram um aporte de R$ 4.583.789,31 na Xland. Durante um período de quase 18 meses, foi prometido um rendimento de R$ 3.250.443,30, que chegaria perto de dobrar o valor.
Foram estes R$ 3,2 milhões de rendimentos que o jogador pediu o resgate em outubro, mas não recebeu. Depois, soube que não conseguiria retirar, também, os R$ 4,5 milhões que aportou inicialmente. A soma destas quantias dá os R$ 7,8 milhões que ele pede no processo.
Ele e Gustavo Scarpa, hoje no Nottingham Forest, investiram na empresa após recomendação de Willian. Os dois decidiram abrir um Boletim de Ocorrência horas depois de o Palmeiras conquistar o título brasileiro, em novembro.
Os jogadores reclamam do sumiço de mais de R$ 10 milhões investidos em criptomoedas na Xland. Além deles, Weverton também foi citado como uma das vítimas.
No caso de Mayke, o processo é movido contra a Xland, e a WLJC Consultoria e Gestão Empresarial Ltda, empresa de Willian, é colocada com responsabilidade solidária.
O atacante, que atuou com a dupla no Palmeiras, afirmou não ter tido nenhum benefício sobre os valores aportados pelos ex-companheiros. Ele alega também ser vítima e ter perdido cerca de R$ 17,5 milhões.
Scarpa foi apresentado à empresa Xland por Willian em junho de 2020 por meio de um arquivo com uma apresentação sobre criptomoedas. Em áudio, Bigode afirmou que a empresa no qual é sócio tem "nossa fidelidade e parceria com a Xland". A relação entre eles ficou estremecida diante dos acontecimentos.
A promessa era de que o lucro poderia chegar a 5% ao mês, muito acima do que qualquer aplicação no mercado. Para convencer Scarpa a investir, Gabriel Nascimento, um dos donos da Xland, chegou a dizer que a empresa tinha R$ 2,1 bilhões em pedras de alexandrita, além de chácaras e terrenos como garantia.
Para Mayke e Rayanne, foi Camila Moreira de Biasi Fava, sócia de Willian, quem falou no investimento e argumentou que "não ofereceria se não fosse bom".
Scarpa até ironizou uma das mensagens de Willian reveladas pelo Fantástico em que o atacante diz que agora só "resta orar". Loisy Coelho, esposa de Willian e sócia na WLJC, chegou a dizer em áudio para Gabriel que ele estavam "f... todos juntos".
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