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Nos últimos 10 anos, clubes do interior de Alagoas rivalizam com os da capital

Desde 2007, Coruripe (duas vezes), ASA (duas vezes) e Murici (uma vez) venceram o estadual, além de CRB (cinco vezes) e CSA (uma vez)

Por Tribuna Independente 11/07/2017 15h20
Nos últimos 10 anos, clubes do interior de Alagoas rivalizam com os da capital
Reprodução - Foto: Assessoria

O futebol alagoano sofreu uma grande transformação nos últimos dez anos. A hegemonia dos clubes da capital foi abalada pelos feitos históricos das agremiações do interior. O maior detentor de títulos, o CSA (37 conquistas), só levantou o troféu em 2008. O maior rival CRB, emplacou cinco conquistas, porem não seguidas. Coruripe, ASA e Murici estão inseridos nesse cenário com grandes formações e times que surpreenderam.

O Coruripe foi o grande campeão alagoano em 2007 e pela segunda vez consecutiva. O time do interior do Estado foi campeão pela primeira vez em 2006, quando enfrentou o  CSA na final daquele campeonato. Na edição 2007, o Hulk fez uma campanha impecável e liderou de ponta a ponta. Fez 28 jogos, com 20 vitorias, 4 empates e 4 derrotas. Marcou 53 gols e tomou 24. O técnico era Flávio Barros, que na época exaltou o feito do time. “Nós trabalhamos firmes para sermos campeões desde o início. Agora é festa e não esquecer que ainda há mais dois jogos e vamos tentar fechar com chave de ouro”,  disse Flávio se referindo as últimas partidas do campeonato. O Coruripe ganhou por antecipação de duas rodadas.

O técnico do CRB no início daquele ano era Arnaldo Lira. Já o comandante do CSA na temporada 2007 era Ricardo Oliveira. Pelo campeonato Brasileiro, o Galo começou a Série B com Alexandre Barroso no comando e fez uma grande campanha. O time terminou a competição na 8ª colocação com 53 pontos. Em 38 jogos venceu 15, empatou 8 e perdeu 15.

TÍTULOS DESDE 2007

2007 Coruripe

2008 CSA

2009 ASA

2010 Murici

2011 ASA

2012 CRB

2013 CRB

2014 Coruripe

2015 CRB

2016 CRB

2017 CRB

CSA vai ressurgindo entre altos e baixos em 2017

É difícil o torcedor aceitar que nos últimos dez anos o CSA viveu de altos e baixos. Em 2007 o clube do Mutange foi o penúltimo colocado e quase foi rebaixado. No ano seguinte a reviravolta e o título. Mas em 2009, contra o seu maior rival, o Azulão entra em campo precisando vencer para escapar do temido rebaixamento. O placar de 2x1 amarga a queda pela segunda vez na história rebaixamento e as vaias da torcida. Desta vez o CSA consegue o acesso já no primeiro ano e conquista o título da Segundona pela segunda vez em sua história, batendo o Santa Rita na decisão.

2011 outro ano de sofrimento.  O CSA brigou novamente contra a queda para desespero de seu torcedor, que só pôde comemorar aliviado na última rodada da primeira fase quando derrotou o CRB por 1x0 no Trapichão e escapou do seu terceiro rebaixamento.

Os anos seguintes foram de reconstrução e boas participações, em nível estadual, regional e nacional. Foi quando o presidente Rafael Tenório assumiu o comando executivo e fez uma grande revolução.

O ano de 2016 foi o auge. O azulão seguiu invicto até a penúltima rodada do Hexagonal do estadual. Bateu o Murici nas semifinais e carimbou a vaga para a Série D. Na final o clube acabou perdendo o título para o rival CRB. Nesse mesmo ano o CSA conseguiu o acesso à Série C do Campeonato Brasileiro ao ser vice-campeão da Série D. O clube fez uma ótima campanha, mas acabou perdendo a final para o Volta Redonda.

A temporada de 2017 promete muito. O clube foi vice-campeão outra vez no estadual, mas segue com muita confiança no Brasileiro da Série C. “Nosso projeto desde o início do ano é o acesso. O estadual é importante, já temos 37, nosso rival pode comemorar por enquanto. Vamos chegar esse ano na Série B”, disse Tenório.

CRB reconstrói patrimônio e consolida títulos estaduais

Em 2007 o CRB fez um excelente ano em nível nacional, mas a hegemonia regatiana começou a crescer em 2011 quando o presidente Marcos Barbosa assumiu o comando executivo. Foram cinco títulos em seis finais (2012, 2013, 2015, 2016 e 2017). Foram dois acessos  (2011, 2014) e um rebaixamento (2012).

O marco da gestão estão no patrimônio. O campo da Pajuçara e o Beer CRB foram vendidos. Os dois imóveis estavam cheios de pendencias na justiça do trabalho e seriam leiloados. Uma força tarefa jurídica, comandada pelo atual presidente do conselho Fernando Paiva, tratou de selar todos os acordos trabalhistas e concretizar a venda dos imóveis. Com os recursos foi comprado um terreno na Barra de São Miguel e uma casa no Jaraguá.

Batizado com o nome do presidente do clube, Marcos Barbosa, o CT do CRB ocupa um terreno de 300 mil metros quadrados e possui cinco campos. O Ninho do Galo ainda tem oito módulos, incluindo alojamentos com 13 apartamentos para o time profissional e 10 para a base, vestiários, sala de jogos, salas para preparação física, incluindo piscina, salas para departamento médico, refeitório climatizado com cozinha industrial e salas administrativas. Há ainda um sistema de irrigação, uma academia moderna de 400 metros quadrados e um mini-auditório.