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Argentino Montillo é apresentado no Botafogo com pompas para a torcida

Maior contratação da temporada e aposta para Libertadores, meia argentino recebe camisa 7 das mãos do ídolo Maurício

Por Globo Esporte 11/01/2017 12h07
Argentino Montillo é apresentado no Botafogo com pompas para a torcida
Reprodução - Foto: Assessoria

Pintou o 7! Maior contratação para a temporada, Montillo foi apresentado oficialmente pelo Botafogo na tarde desta quarta-feira com festa para torcedores em General Severiano. O meia argentino recebeu a camisa 7 de um de seus antigos donos, o ex-atacante Maurício, herói do título carioca de 1989. Depois, concedeu pomposa entrevista coletiva aos jornalistas no salão nobre da sede, que também recebeu sócios-torcedores. E por fim, saudou das escadarias do palacete os muitos alvinegros que chegaram desde cedo ao clube. Agora, todos esperam que o reforço pinte o sete na Libertadores. E ele também.

- Muito obrigado a todos que vieram, principalmente com esse calor. É uma honra vestir essa camisa, não só pelo número (7), mas pela história do clube. A negociação foi fácil e rápida porque falamos com a verdade. Me arrepio, Maurício, quando você fala dessa camisa. Fico emocionado também. Muito obrigado aos torcedores pelo carinho. Não comecei a jogar, mas na rua e nas redes sociais só falam coisa boa. Vou deixar tudo aqui para fazer o melhor, mas não individualmente. O grupo está formado, fez um 2016 muito lindo, sou mais um. Não quero ser o cara que vai salvar o time. Vou dar o meu melhor e acho que vai ser um ano muito bom para todos. Estou muito feliz de estar aqui - disse o novo jogador do Botafogo.

O namoro é antigo, e essa não é a primeira vez que o Botafogo tentou a contratação. No ano passado, o clube sondou a situação do meia. Desta vez, com Montillo, de 32 anos, livre no mercado, o Botafogo investiu forte, apresentou um projeto para o jogador, que comprou a ideia e desembarcar em General Severiano em 2017. Há mais de um mês o clube vinha tocando a negociação com o empresário Sergio Irigotia.

Montillo também falou sobre a disputa da Libertadores da América. O Botafogo ainda precisa passar pela fase prévia da competição para chegar à fase de grupos.

- Trabalhando e pensando que são dois jogos (contra o Colo-Colo do Chile), não tem mais. Pensar como final. Está todo mundo empolgado, vi no vestiário. Tem pouco tempo para se preparar, mas acho que é o suficiente para chegar da melhor maneira. Tem que se conhecer, mas futebol é igual em todo lugar do mundo. Quando tem vontade e bons jogadores fica mais fácil. Não pode deixar de lado o Carioca.

Montillo passou os últimos três anos no futebol chinês, mas teve passagem de sucesso pelo Brasil. Entre 2010 e 2014, ele defendeu Cruzeiro e Santos e teve sucesso, especialmente, com a camisa do clube mineiro. Na última temporada, pelo Shandong Luneng, ele disputou 34 jogos e marcou 13 gols entre jogos do Campeonato Chinês e da Liga dos Campeões da Ásia.

Montillo é um dos seis reforços do Botafogo nessa janela. Antes dele, o clube acertou com o goleiro paraguaio Gatito Fernández (Figueirense), com os laterais Gilson e Jonas (América-MG), com o meia João Paulo (Santa Cruz) e com o atacante Roger (Ponte Preta). Além disso, a diretoria renovou os contratos de Emerson Silva e Victor Luis.

Confira outros trechos da entrevista coletiva do jogador:

Conversa com Camilo

- A gente vai se conhecendo aos poucos. Tinha treinado com ele no Cruzeiro. Teve um ano muito bom, faz a diferença dentro do campo. Vou tentar ajudar ele no que precisar para continuar crescendo. Menino novo, tem muito para dar ainda.

Condição física

- Mais importante para mim é pegar ritmo. O calendário chinês acaba em novembro e não tem mais jogo. Continuei treinando porque sabia que esse ano seria muito importante para mim. Tenho que pegar agora ritmo de jogo. Esquecer de jogar bola ninguém esquece. Trabalhei muito a parte física para chegar da melhor maneira. Estou muito empolgado, acho que as coisas vão bem.

Estrangeiros no Brasil

- Sempre tem, argentino tem muito. E aqui tem bastante. Conhecia o Canales de jogar contra só. São experientes, sempre bom ter no time. Carli temporada muito boa. Sempre bom ter pessoal do mesmo país para conversar um pouco, mas todos falam que o grupo é muito bom.

Retorno de jogadores da China para o Brasil

- Cumpri o contrato, queriam que ficasse mais um, mas para mim é difícil, tenho dois filhos pequenos. Com o Conca não sei por que voltou, isso é muito pessoal. Era o momento para voltar e essa oportunidade para mim é muito linda.

Sobre superstições

- Tenho todas (risos). Várias, vai perceber quando entro no campo. Sempre com o pé esquerdo, faço sinal da cruz, olho para o céu, agradeço minha vó, meu avô. Mando três beijos para o céu. Tem algumas outras que não posso ficar falando (risos).

Momento do futebol brasileiro

- Acompanhava porque tinha muitos brasileiros lá, mas era muito difícil ver os jogos pelo horário. Via mais o resumo, não posso falar da parte tática porque há muito tempo não vejo um jogo completo. Uma coisa que eu gosto é que todo mundo procura ganhar, então não fica especulação.

Tempo para o ritmo ideal

- Tomara que seja nos treinos, né? Sou um cara que me cobra muito. Ainda não falei com treinador, não sabemos quem vai ser escalado ainda. Dentro do jogo vou querer estar sempre da melhor maneira, tomara que seja já no primeiro jogo.

Golaço sobre o Flamengo

Aquele gol (na Libertadores 2010) fica na memória do torcedor. Na La U todo mundo lembra esse gol. Deixar fora o Flamengo, que era candidato a ser campeão ficou marcado. Difícil fazer o mesmo porque todo gol é diferente, todo jogo é diferente. Vou tentar fazer gol de qualquer jeito. De mão, se ninguém ver, vale também (risos).

Jogar pelos lados de campo

Posso jogar no lugar que o treinador achar melhor. Ele que tem o olho para ver onde o jogador vai render mais, não tenho problema. Claro que tem posições em que posso render melhor, mas ele que sabe. Vou ficar à disposição, não vou ficar bravo (risos).

Colo-Colo, adversário na Libertadores

Conheço um pouco Colo-Colo porque joguei muito tempo lá. Treinador gosta de sair para jogar, coloca a equipe objetiva, atacando com cinco, seis jogadores. Temos que pensar no Botafogo, se fizermos as coisas bem vai ser difícil perder. Tem que respeitar, mas pensar na gente dentro do campo, no que o treinador quer.

Próximo ídolo do Botafogo?

Para mim é incrível, mas não posso ficar só com essa imagem. Tenho que devolver dentro do campo o carinho que estão me dando. Para mim é muito lindo, mas não posso ficar com essa imagem pelo nome. Tenho que ajudar o time e mostrar dentro do campo. Fui contratado para jogar bola, não para tirar foto. Vou tirar, mas não é só isso (risos).

Melhor argentino do futebol carioca em 2017?

Não começamos ainda. Tomara que seja um de nós, o Canales, o Carli ou eu. Tenho que escolher um companheiro, senão vou começar com o pé esquerdo.

Quase ida para o Flamengo

Em 2015, estava tudo certo, mas o presidente não me deixou sair. Tinha vontade de voltar porque minha família estava tendo muito problema na China. E esse ano o Botafogo foi o primeiro a me ligar. E eu não fiquei esperando outro. Não sou um cara que fico enrolando. Eles se comportaram muito bem com minha família também.