O Inter já apresentou seu novo treinador para 2017. Antonio Carlos Zago, vice-campeão gaúcho com o Juventude nesta temporada, terá a missão de levar o Colorado de volta para a Série A do Brasileirão. Na coletiva de apresentação, o ex-zagueiro falou sobre as polêmicas de sua vida como jogador e fez muitas comparações da equipe do Rio Grande do Sul com o Corinthians, onde trabalhou em 2008 e 2009.

“Não quero mais ser lembrado como jogador, quero ser lembrado pelo trabalho que venho fazendo. Como jogador fiquei marcado pelo racismo. As pessoas erram e já paguei por isso na justiça comum. Para mim é uma oportunidade única de me redimir por aquilo que eu fiz. Vou buscar fazer o melhor possível para sanar isso fora de campo”, afirmou Zago na manhã desta terça-feira.

Em uma partida do Campeonato Gaúcho de 2006, enquanto defendia o Juventude e já no fim de sua carreira, o zagueiro discutiu com o volante do Grêmio Jeovânio, apontando para a cor de seu próprio braço. Acusado de racismo, Zago foi punido por 120 dias e três anos de idas ao fórum.

Diretor técnico do Corinthians entre 2008 e 2009, o agora treinador do Internacional usou a queda do Timão em 2007 como exemplo para a equipe colorada. “É um ano atípico na história do Inter. Vamos precisar muito do torcedor. Quando trabalhei no Corinthians tivemos muito apoio da torcida e é isso que peço aqui também”, acrescentou o técnico.

Zago apontou o projeto de crescimento feito pela equipe paulista após a queda no Brasileirão. “Contamos com um grande elenco em 2008 e tínhamos o objetivo de disputar uma Libertadores quatro anos depois. Cinco anos depois fomos campeões da Libertadores e do Mundial. E agora o Corinthians querendo ou não é um exemplo”, analisou.

“Não é fácil. Meu jogador ano que vem vai ter que ter vontade de sofrer, porque a série B é um campeonato totalmente diferente. Ainda não sentamos para conversar sobre o elenco, a partir de hoje vamos poder sentar e falar sobre o elenco para o próximo ano. O importante é montar uma equipe de série A”, pontuou Antônio Carlos.

Sem comentar muito sobre a atuação da equipe nesta temporada, Zago agora espera reascender a competitividade de seus comandados. “Cabe ao treinador aflorar esse espírito de competição no elenco. É um desafio que eu tenho. Ainda não conversei com os responsáveis a fundo para saber o que aconteceu este não. É um desafio que tenho para não repetir esse ano”, completou.