Entretenimento
O que realmente acontece com Babalwa no desfecho de Marcada
O último episódio da série sul-africana foge da redenção fácil e mergulha no peso das escolhas morais

Lançada sem alarde pela Netflix no fim de julho, Marcada rapidamente se destacou entre os lançamentos do streaming ao entregar uma trama direta, tensa e moralmente incômoda. A série sul-africana acompanha a trajetória de Babalwa, uma ex-policial que se vê obrigada a cometer um crime para salvar a vida da filha. Mas o final, como muitos perceberam, não oferece redenção — e talvez nem justiça.
Ao longo dos seis episódios, vemos Babalwa cruzar limites que ela mesma jamais imaginava. Sem apoio da empresa, do governo ou da igreja, e com a filha precisando urgentemente de uma cirurgia, ela decide participar de um assalto ao cofre da empresa de transporte de valores onde trabalha. O plano, apesar de cheio de riscos, dá certo. Mas o preço emocional é devastador.
No último episódio, o ex-chefe de Babalwa, Zerakaiah, descobre sua participação no roubo e a confronta. A cena acontece justamente dentro de uma igreja — o lugar onde ela buscava conforto espiritual e onde também foi humilhada e ignorada. É ali que ela faz a escolha final: mata o homem que a negou, tanto como chefe quanto como representante daquela fé que não a acolheu. O disparo, seco e definitivo, simboliza muito mais do que um assassinato: é o rompimento total de Babalwa com a mulher que foi um dia.
Depois disso, ela e Zweli enterram o corpo às pressas. A imagem final, silenciosa e carregada, mostra dois sobreviventes que não comemoram. Não há glória, não há alívio — apenas o fardo de ter feito o que era preciso.
Uma vitória amarga e cheia de consequências
O final de Marcada é ambíguo, como a própria protagonista. Ela conseguiu o dinheiro e, teoricamente, salvou a filha. Mas os riscos permanecem: há testemunhas, vídeos de segurança e pontas soltas. Mais que isso, existe um rastro emocional que não se apaga. O silêncio que encerra a série não é de paz — é de peso.
Babalwa venceu o sistema? Talvez. Mas o custo foi se tornar parte dele. Não por ganância, mas por desespero.
Uma história que prefere feridas abertas a respostas fáceis
Ao escolher terminar assim, Marcada reforça o que construiu desde o início: uma crítica social dura, que expõe como as estruturas de apoio falham com os mais vulneráveis. E, mais ainda, mostra que nenhuma fé resiste intacta quando colocada frente à fome, à dor ou ao medo de perder um filho.
O último episódio não entrega uma lição clara, nem tenta redimir sua protagonista. Apenas mostra o que ela se tornou — e o que o mundo ao redor a obrigou a ser.
Confira a matéria original no endereço https://seriesemcena.com.br/no...
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