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Uma Mulher Comum: a cicatriz, a fuga e a verdade por trás da identidade de Grace
O drama psicológico da Netflix termina com uma jornada de autodescoberta marcada por traumas

Uma Mulher Comum se destacou no catálogo da Netflix com uma narrativa intensa e provocadora. Protagonizado por Laura Basuki, o filme indonésio acompanha uma mulher que vive sob pressão estética, familiar e social até que eventos estranhos começam a revelar uma verdade dolorosa sobre seu passado. O desfecho, enigmático e simbólico, despertou interpretações distintas entre os espectadores. Abaixo, destrinchamos os principais significados do final.
A revelação de Grace: a verdadeira identidade
Ao longo da trama, Milla desenvolve sintomas físicos inexplicáveis — como coceiras e feridas — enquanto é assombrada por visões de uma menina desconhecida. Aos poucos, ela descobre que a garota é, na verdade, ela mesma: Grace, sua identidade de infância, apagada após um grave acidente. A transformação foi impulsionada por uma reconstrução física e comportamental comandada pela mãe e pela sogra, moldando Milla como uma mulher idealizada.
A descoberta provoca uma ruptura em sua vida perfeita. O que parecia estabilidade revela-se uma construção forçada sobre uma base frágil. A protagonista, então, passa a questionar tudo: seu casamento, sua aparência e até seu nome.
Erika e o gesto simbólico de entrega
A presença de Erika, maquiadora e antiga amiga de infância, acentua ainda mais a crise de identidade. Movida por inveja e ressentimentos antigos, Erika deseja assumir o lugar de Milla. Em um dos momentos mais fortes do filme, Milla veste Erika com suas roupas e joias, num gesto que simboliza a transferência da persona idealizada que a aprisionava.
Esse ato não representa rendição, mas libertação. Milla se despede da imagem construída por outras pessoas e se prepara para recuperar quem realmente é.
A fuga para Surabaya: fantasia ou realidade?
No clímax, Milla foge com a ajuda de um aliado e retorna a Surabaya, sua cidade natal. A cena final mostra a personagem caminhando sozinha por um campo aberto, com cicatrizes visíveis e vestindo roupas simples. A imagem contrasta com o luxo que marcava sua vida anterior, destacando a reconexão com suas origens e com sua essência.
O filme não deixa claro se a fuga é real ou simbólica. No entanto, a presença das cicatrizes no rosto de Milla e a ausência de qualquer elemento fantasioso indicam que ela rompeu, de fato, com a vida de aparências.
A doença como reflexo do trauma
Os sintomas físicos que Milla enfrenta nunca recebem diagnóstico médico. São manifestações do trauma e da desconexão entre quem ela é e quem foi forçada a se tornar. A melhora ocorre somente quando ela abandona o papel que lhe foi imposto e abraça sua história, com todas as marcas — visíveis e invisíveis — que ela carrega.
O que o final revela sobre o título
O título Uma Mulher Comum carrega ironia e crítica. A personagem principal não é comum no sentido convencional, mas é forçada a se adequar a um padrão superficial de normalidade. O final mostra que a verdadeira força está em romper com essas imposições. Ao aceitar sua identidade, suas memórias e suas imperfeições, Milla deixa de ser um ideal e se torna, finalmente, uma mulher inteira.
Confira a matéria original no endereço https://seriesemcena.com.br/no...
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