Estrelado por Adrien Brody, O Brutalista se tornou um dos fortes concorrentes ao Oscar 2025 graças à sua história repleta de elementos humanos. Ele narra a vida de Lászlo Tóth, um judeu de origem húngara que consegue sobreviver aos traumas do Holocausto e busca por uma nova vida nos Estados Unidos.

No entanto, sua chegada à dita “terra da liberdade” não é nenhum conto de fadas e, mesmo com sua experiência e conhecimento em arquitetura, ele tem dificuldades em se estabelecer. Sua trajetória só muda quando um rico excêntrico e violento reconhece o valor de suas obras, mas nem mesmo isso pode ser suficiente para que ele escape de um destino trágico.

Feito com um orçamento discreto, O Brutalista traz temas que ressoam com o público e enriquecem um catálogo já bastante rico de obras que têm os efeitos da guerra como tema. Mas será que parte da força do longa-metragem assinado por Brady Cobert vem do fato de ele ser inspirado em uma história real?

O Brutalista é baseado em fatos reais?

Apesar de tocar em temas comuns a histórias reais, como o Holocausto e a busca de segundas chances nos Estados Unidos, O Brutalista não é baseado em uma história que aconteceu. Segundo o diretor, o apelo à fantasia inclusive foi necessário para a criação de Tóth e do tipo de obra que ele é capaz de realizar.

Ao The Hollywood Reporter, o diretor explicou que fez uma extensa pesquisa histórica para aprender os elementos arquitetônicos do estilo conhecido como Brutalismo, que nasceu no século XX e teve seu auge entre 1950 e 1970. No entanto, ele foi incapaz de encontrar relatos de algum profissional que tenha nascido na Europa em guerra e depois tenha conquistado uma segunda chance em outro país.

“Não, há zero exemplos, o que eu achei realmente assombroso, porque há tantos arquitetos saídos do Bauhaus que tinham tanto talento, e não conseguimos ver o que eles estavam planejando construir para o futuro”, explicou. Assim, o próprio criador do roteiro afirma que vê O Brutalista como uma história de fantasia.

“É uma história virtual. Essa é a única maneira para eu conseguir acessar esse passado”, explicou. Marcado pela ênfase em materiais e elementos estruturais e deixando de lado o puramente ornamental, o brutalismo é o estilo seguido pelo personagem que conduz a trama do filme. E é justamente ao reformar uma biblioteca usando essas ideias que ele consegue ser reconhecido e ter uma vida minimamente digna nos Estados Unidos.

Lászlo Tóth não existiu realmente

Assim como o filme não é baseado em uma história real, a figura de Láslo Tóth também não corresponde a nenhum arquiteto que realmente tenha existido. No entanto, isso não serviu como um impeditivo para que Brody entregasse em O Brutalista aquela que está sendo uma de suas atuações mais elogiadas de sua carreira.

Curiosamente, ela está sendo comparada ao papel que o ator fez em O Pianista, de 2002, que realmente é baseado em fatos que aconteceram. O longa-metragem, que também tem a Segunda Guerra Mundial como um elemento importante, é inspirado no livro de memórias de Wadyslaw Szpilmann, cujas habilidades foram essenciais para ele conseguir sobreviver ao Holocausto.