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Crise na Marvel? Entenda os possíveis problemas no universo dos super-heróis
Especialistas explicam que sentimento de cansaço e mudanças no rumo criativo podem ser motivo do que as pessoas tem considerado uma crise
Parece que as coisas não andam não bem para o lado dos heróis e os problemas chegaram ao Universo Cinematográfico Marvel (MCU). Uma possível crise na produtora tem sido assunto entre fãs e críticos. Mas com duas das três maiores bilheterias em estreias do ano, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura e Thor: Amor e Trovão, é possível que a Marvel realmente esteja enfrentando um período turbulento?
O Metrópoles conversou com alguns especialistas no assunto para explicar o que pode estar acontecendo no universo dos heróis. Thiago Romariz, criador do aplicativo Chippu, um guia de filmes dos streamings, acredita que não existe realmente uma crise. Mas destaca que a franquia pode estar passando por mudanças que podem causar essa impressão.
“Criativamente, eu entendo que todo mundo esteja falando que existe uma crise. Mas, de fato, eu não acho que exista. Acredito que existe uma reformulação criativa que eles estão tentando fazer com que aconteça”, explica Romariz. Ele defende que a empresa está dando mais liberdade para diretores e adaptações dos roteiristas.
“Cada vez mais o universo da Marvel segue seu caminho no cinema. E você pode olhar dessa forma: a fase quatro é onde eles estão tentando ter mais liberdade para que as coisas funcionem”, completa Romariz.
Muitos títulos
Além das mudanças no rumo criativo do estúdio, outras questões apontadas como motivo de crise são a quantidade de produções e a ânsia por conteúdos de outros gêneros. O especialista Thiago Romariz lembra que muitos filmes de super-heróis foram lançados nos últimos anos e que talvez as pessoas não aguentem mais.
“Por que eu tenho que ir ao cinema para assistir só filme de super-herói? Por que não posso assistir outra coisa? Então mais que uma crise criativa e econômica, acho que é uma crise do gênero de super-herói no geral. Esse é o maior dos problemas”, observa.
Ele lembra ainda que os super-heróis não estão apenas nas telas de cinema, mas estampam produtos e até inspiram restaurantes. Assim, as pessoas se cansam ainda mais dos personagens e exigem uma mudança de perspectiva dos criadores.
Essa fadiga também é destacada pelo editor-executivo do Chippu, Bruno Silva. Mas ele ressalta que a Marvel ainda não parece ter definido que rumo tomar para mudar o cenário, ou não revelou.
Para Romariz, o futuro do MCU deve ser revelado durante a Comic Con, em San Diego, e trazer mudanças. “É quando a gente vai começar a ver os desdobramentos da pandemia e se a Marvel vai querer dar mais ou menos liberdade (para diretores e roteiristas).” Ele defende ainda a maior liberdade, para que a equipe possa cometer erros e encontrar um caminho novo.
Thor trouxe a crise?
O mais recente lançamento da Marvel, Thor: Amor e Trovão, arrecadou US$ 143 milhões no fim de semana de estreia nos Estados Unidos. Só no Brasil, o filme levou quase 2 millhões de pessoas às salas de cinema nos primeiros três dias de estreia e arrecadou R$ 42,35 mil. O número pode parecer pequeno quando comparado ao norte-americano, mas o longa fez em dinheiro o que Minions 2: A Origem de Gru acumulou em duas semanas nas terras tupiniquins.
Mas foi o filme dirigido por Taika Waititi que reforçou a possibilidade de uma crise no MCU. Afinal, a crítica teve uma recepção morna que atinge apenas 67% de aprovação, de acordo com a média do Rotten Tomatoes.
“A possibilidade de crise foi reforçada pelo Thor por um simples motivo: ele é um filme divisivo e não vai agradar todo mundo. Mas não é um filme que divide fãs. O Waititi faz uma paródia do super-herói. Ele é um diretor que claramente não curte o gênero e o usa para fazer as piadas, o romance e o drama que ele acredita que é relevante para aquela história”, afirma Thiago Romariz.
Embora críticos especializados tenham encontrado alguns problemas em Thor: Amor e Trovão, o público tem gostado bastante do longa. Jornalista especializado em Marvel e um dos nomes por trás do portal Jamesons, Marcos Heck acredita que muitas vezes a crítica não reflete o gosto do público. Nem de perto.
“As pessoas querem se divertir e ter uma boa experiência. Tem obras que cumprem esse objetivo com excelência, mas não atingem critérios técnicos de qualidade”, justifica.
Quem reforça esse ponto é Bruno Silva. Ele destaca que Thor é um personagem consolidado e já faz parte da vida do público há mais de 11 anos: “É uma figura conhecida e que vai atrair o interesse do público que passou a última década vendo suas aventuras, com ou sem os Vingadores, nas telonas.”
Fã de carteirinha
Mesmo que a Marvel tenha problemas em algumas produções, ela conta com uma base de fãs que vão seguir acompanhando o estúdio. Marcos Heck destaca que eles trazem lançamentos todos os anos ao cinema e que é uma tradição acompanhar as narrativas.
“As pessoas querem saber o que vem a seguir, o que acontecerá com os personagens que aprendeu a amar ao longo da última década. É o diferencial do estúdio”, pondera.
E mesmo que os números apontem um consumo maior nos Estados Unidos, Thiago Romariz acredita que a base de fãs brasileira é uma das mais ativas do mundo. Ele destaca que isso mostra como a Marvel saiu do nicho e agora também é uma cultura popular nos mais diversos lugares do mundo.
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