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Classificação etária não existe à toa, história de violência pode fazer mal às crianças

PhD em neurociência, mestre em psicanálise e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu alerta sobre o risco do Round 6 para crianças

Por Assessoria 25/10/2021 17h12
Classificação etária não existe à toa, história de violência pode fazer mal às crianças
Reprodução - Foto: Assessoria
PhD em neurociência, mestre em psicanálise e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu alerta sobre o risco do Round 6 para crianças: "estruturas no cérebro se modificam e trazem danos presentes e/ou futuros." Round 6 é a série coreana de maior sucesso na história da Netflix. O enredo gira ao redor de pessoas endividadas que podem ser resgatadas da crise por meio de um jogo perigoso. Porém, a classificação etária não está sendo obedecida, e isso pode trazer problemas à saúde mental de crianças e adolescentes. Na França, cinco crianças foram hospitalizadas; o acidente foi causado por um confronto entre alunos do terceiro e do sexto ano do College George-Sand. A brincadeira teria "fugido do controle" e se transformado em uma situação violenta, que levou as crianças a passar por atendimento médico. Esse tipo de conduta preocupa o PhD , neurocientista, psicanalista, biólogo e antropólogo, Dr. Fabiano de Abreu. “Isso evidencia o quanto é necessária uma espécie de controle por parte dos pais, afinal, a série apresenta cenas de violência explícita, tortura psicológica, suicídio, tráfico de órgãos, sexo, palavras de baixo calão, e isso chama a atenção pois são crianças comentando sobre o assunto como se fosse algo normal delas assistirem”. Diante da repercussão da série, muito tem se comentado sobre a violência gratuita apresentada em seus episódios, daí a recomendação da classificação indicativa, ainda que esta esteja sendo ignorada, analisa Fabiano: “Essa recomendação não existe à toa, pois o conteúdo apresentado pela série pode afetar a percepção e o comportamento dos mais jovens. Ao assistir estas produções repletas de cunho violento, as crianças e adolescentes acabam ‘normalizando’ isso e tratando o assunto como algo comum”, pondera. Os efeitos disso é que as crianças e jovens podem se tornar mais reativas e agressivas, alerta o neurocientista “Nesta fase da vida, eles ainda são imaturos e muito vulneráveis a estímulos que podem se tornar incontroláveis e até mesmo viciantes. Além disso, nesta idade o cérebro tem menos ‘freios’ na regulação das emoções. A escola é o ambiente que mais se assemelha ao lar, com leis e regras, mas também acolhimento e amor. Por todo segmento educacional com interface da saúde mental estão preocupados com a repercussão dessa série. As crianças tendem a fazer o que vêem, não o que os pais e professores sugerem. A Netflix está preocupada com a audiência e numa casa, um e-mail da acesso à todos”, acrescenta. Diante deste cenário, a ação preventiva preconiza o controle de tempo e de conteúdo da tela para crianças e adolescentes, recomenda Abreu. “É importante considerar ainda que a criança não tem a mesma percepção preventiva do adulto, já que a região do lobo frontal, relacionada à tomada de decisões, lógica e prevenção está em formação. Assim como a cognição com base na experiência não está desenvolvida. São discernimentos diferentes na percepção do adulto e da criança. Neste caso, recomendo aos pais que deve-se ter cuidado ao acesso das crianças e explicar com argumentos coerentes para a faixa etária, de maneira que entenda o real e o abstrato assim como suas consequências”. Para quem ainda não conhece, a série utiliza-se de brincadeiras simples de criança como “Batatinha frita 1,2,3”, “Cabo de guerra”, “Bolas de gude” e outras, para assassinar a “sangue frio” as pessoas que não atingem o objetivo final. A produção estreou na plataforma de streaming em 17 de setembro e, no dia 12 de outubro, a Netflix confirmou que ela se tornou a mais visualizada da história da plataforma, com 111 milhões de acessos. Artigo escrito pelo cientista Classificação etária não existe à toa, afinal, histórias violentas podem fazer mal para a saúde mental de crianças e adolescentes. A série coreana Round 6 se tornou um grande sucesso do público infanto-juvenil. Porém, a classificação etária não está sendo obedecida, e isso pode trazer problemas à saúde mental de crianças e adolescentes. No último dia 12, a Netflix confirmou que a série Round 6 se tornou a mais visualizada da história da plataforma, com 111 milhões de acessos. No ar desde o dia 17 de setembro, o conteúdo tem chamado a atenção de pais e educadores de crianças e adolescentes, ainda que sua classificação etária seja indicada para maiores de 16 anos. Diante da repercussão da série, muito se tem comentado sobre a violência gratuita apresentada em seus episódios. Porém, o que não foi comentado até agora é que a classificação etária não está sendo seguida, e isso pode afetar a percepção e o comportamento dos mais jovens. É importante lembrar que este limite não existe à toa, e que ao assistir estas produções repletas de conteúdo de cunho violento, as crianças e adolescentes acabam o “normalizando” e tomando isso como algo comum. Sobre os efeitos destes programas na saúde mental, é fundamental observar que nunca podemos generalizar isso. O ser humano é derivado de genótipo e fenótipo, este primeiro como precursor e este segundo como resultado da experiência com o ambiente externo como educação, criação, influências, traumas, inteligência, entre qualquer outro fator que interfira na personalidade que revelam comportamentos que possam se desdobrar em consequências em outras etapas da vida. Uma criança pode ver algo ruim e não repetir, com a consciência de que aquilo não é bom ou não faz bem, como pode querer repetir desafiando ou querendo chamar a atenção. Porque pessoas diferentes, respondem de forma diferente ao mesmo estímulo. Logo, cada um deve observado individualmente, inclusive, em sua influência sobre as demais. Além disso, as crianças e adolescentes ao ter contato direto com tamanha violência podem se tornar reativas e agressivas. Nesta fase da vida eles ainda são imaturos e muito vulneráveis a estímulos que podem se tornar incontroláveis e até mesmo viciantes. Outro detalhe é que, nesta idade, o cérebro tem menos “freios” na regulação das emoções. Basta considerar que a escola é o ambiente que mais se assemelha ao lar, com leis e regras, mas também acolhimento e amor. Por todo segmento educacional com interface da saúde mental, estão todos preocupados com a repercussão dessa série. As crianças tendem a fazer o que veem, não o que os pais e professores sugerem. Diante deste cenário, a ação preventiva preconiza o controle de tempo e de conteúdo da tela para crianças e adolescentes. Afinal, a criança não tem a mesma percepção preventiva do adulto, já que a região do lobo frontal, relacionada à tomada de decisões, lógica e prevenção está em formação. Assim como a cognição com base na experiência não está desenvolvida. São discernimentos diferentes na percepção do adulto e da criança. Neste caso, recomendo aos pais que deve-se ter cuidado ao acesso das crianças e explicar com argumentos coerentes para a faixa etária, de maneira que entenda o real e o abstrato assim como suas consequências. Para quem não assistiu, a série apresenta cenas de violência explícita, tortura psicológica, suicídio, tráfico de órgãos, sexo, palavras de baixo calão, e isso é algo realmente preocupante, pois cada vez mais há crianças comentando sobre o assunto como se fosse algo normal delas assistirem. O enredo utiliza-se de brincadeiras simples de criança como: ‘Batatinha frita 1,2,3’, ‘Cabo de guerra’, ‘Bolas de gude’ e outras, para assassinar a ‘sangue frio’ as pessoas que não atingem o objetivo final. Biografia resumida para os periódicos  PhD, neurocientista, mestre psicanalista, biólogo, historiador, antropólogo, com formações também em neuropsicologia, psicologia, neurolinguística, neuroplasticidade, inteligência artificial, neurociência aplicada à aprendizagem, filosofia, jornalismo e formação profissional em nutrição clínica - Diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, UniLogos; Membro da Federação Européia de Neurociências e da Sociedade Brasileira e Portuguesa de Neurociências. Universidades em destaque: Logos University International, UniLogos, Nova de Lisboa, Faveni, edX Harvard, Universidad de Madrid.