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Fábio Nestares, novo vocalista do Roupa Nova: “não consigo usar a palavra substituto”

Cantor assumiu os vocais da banda permanentemente em junho, seis meses após a morte de Paulinho, por complicações da Covid-19

Por Bia Rohen com Revista Quem 17/10/2021 16h04
Fábio Nestares, novo vocalista do Roupa Nova: “não consigo usar a palavra substituto”
Reprodução - Foto: Assessoria
Fábio Nestares, de 49 anos, foi a aposta certeira dos membros do Roupa Nova para continuarem com a banda após a morte de Paulinho. O vocalista morreu em dezembro de 2020, vítima das complicações da Covid-19. Em junho, Nestares assumiu os vocais, definitivamente, pela primeira vez, numa live de Dia dos Namorados. A decisão, segundo o artista, foi baseada em trabalhos anteriores dele, desde que saiu do programa Fama (2002) e fez amizade com Cleberson Horsth, Ricardo Feghali, Kiko, Nando, Serginho Herval e o próprio Paulinho. “Já sou amigo da banda há quase 20 anos e venho substituindo o Paulinho há 7. Era sempre com a certeza de que ele voltaria quando acabasse o show. Quando ele faleceu, houve um hiato da banda, em que eles fizeram várias reuniões para decidir se dariam continuidade só com os cinco ou se colocariam um substituto. Resolveram que teria que ter um cantor que interpretasse as músicas do Paulinho. Me ligaram, nos reunimos, e eles disseram ‘Tem que ser você, que já conhece tudo e tem o alcance vocal dele. Vamos manter isso’. Uma parte do público, ainda que pequena, já me conhecia e aceitava essa colocação”, explica ele, que teve um disco produzido por Feghali em 2002 após o reality musical. Nestares precisou deixar a banda que integrava, Mr. Phoenix, para dar conta de cumprir a agenda do grupo. A decisão foi apenas o primeiro passo para o que acredita ser o maior desafio de sua carreira. “Cheguei a conversar com o Roupa Nova e pedi um tempo para a ficha cair. Profissionalmente era irrecusável, mas tinha o fator sentimental, o luto que todos nós estávamos passando. No meu caso, tinha a responsabilidade da aceitação ou não aceitação. Com quase 50 anos, não sabia se queria passar por uma turbulência tão grande. Nunca pensei em não aceitar, mas precisei encarar todas as possibilidades para entrar com o pé no chão. Minha resposta sempre foi sim, mas preferi analisar primeiro para ver se tinha algo que me fizesse recusar. Mas não teria. O prazer é muito maior, e o luto é algo com que temos que viver. Cada vez que subo no palco, não tem como não lembrar do Paulinho”, conta ele. O pensamento não é apenas pela referência musical que se foi, mas pela perda de um grande amigo com quem Nestares sabia que podia contar após os shows. “Sempre que fazia um show com o Roupa Nova voltava para o hotel e ligava para ele. Foram 18 anos de pura amizade. Quando veio o convite para ficar na banda, embora tenha sido um prazer imenso, veio um peso muito grande da responsabilidade e do fato de saber que meu ídolo e amigo não estaria lá de volta. Não consigo usar a palavra substituto de jeito algum, porque nenhum ídolo é substituível. Aos poucos, me coloco como um profissional que canta e faz uma homenagem ao Paulinho. Sempre falei que ele era meu ídolo, e ele respondia ‘Nestares, para com isso’. Ele sempre foi muito humilde. A gente ia na casa um do outro, fazia churrasco e passava o Carnaval juntos. Era uma amizade de constante conversa e trocas sobre música e assuntos pessoais”, relembra. O artista agora se prepara para fazer algo histórico para a banda: o DVD de 40 anos do Roupa Nova, que será gravado no dia 4 de fevereiro, mês em que Nestares completa 50 anos. “Conheci Roupa Nova aos 11 anos. Ouvi neles som de banda internacional. Fiquei impressionado com o que eles faziam com os instrumentos e com as vozes, e Paulinho sempre foi a minha diretriz. Até hoje eu subo no palco e penso ‘o que estou fazendo aqui?’. Estar junto e manter o nível é um peso, e muitas vezes me traz um nervosismo, mas vai passar com o tempo. Desde quando eles disseram que eu estaria no DVD já como membro fixo eu fiquei extremamente feliz e soube que seria o palco de maior responsabilidade da minha carreira. Primeiro por ser o Roupa Nova, que é uma banda que já escreveu a sua história. Depois, por ser o primeiro álbum sem o Paulinho, e a pessoa que vai estar ali sou eu. A honra é muito grande. Estou me preparando psicologicamente, e vai ser no mês do meu aniversário. Meu presente vai ser fazer esse trabalho com muita qualidade. O melhor presente que eu tive até hoje!”, afirma.