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Jolie segura o filme Malévola: A Dona do Mal

Atriz volta ao papel da feiticeira na sequência do filme de 2014. Live-action da Disney mostra guerra entre humanos e Seres das Trevas

Por Felipe Moraes com Cinema/Metrópoles 18/10/2019 17h22
Jolie segura o filme Malévola: A Dona do Mal
Reprodução - Foto: Assessoria
Malévola: Dona do Mal, quarto filme live-action da Disney em 2019, leva adiante a releitura do clássico A Bela Adormecida, de Charles Perrault, iniciada em Malévola (2014), trazendo novamente Angelina Jolie na pele da feiticeira. Há cinco anos, o projeto de remakes de animações com atores ainda engatinhava, longe do status atual. Malévola foi apenas o segundo longa desse ciclo, após Alice no País das Maravilhas (2010). Hoje, Dona do Mal vem na esteira das marcas bilionárias de Aladdin e O Rei Leão – segunda maior bilheteria do ano, com US$ 1,6 bilhão. O primeiro Malévola não se mostrou exatamente um primor. Fez boa arrecadação para os padrões Disney (US$ 758,5 milhões) e figura como um dos live-action mais bem resolvidos do estúdio. Não que a marca seja lá grande coisa, já que a nota de corte é puxada para baixo por O Rei Leão, por exemplo. Fadas, natureza e fake news A trama de Dona do Mal mergulha nas bases consagradas dos contos de fadas: guerras entre povos, reinos em crise e, claro, casamentos, inimigos fazendo as pazes e um tantão de amenidades. A princesa Aurora (Elle Fanning), adotada por Malévola ainda bebê, é pedida em casamento pelo príncipe Philip (Harris Dickinson). Basta um noivado para chocar os reinos de Moors, habitado por Malévola, Aurora e uma porção de criaturas naturais e mágicas, e Ulstead, epicentro do mundo “civilizado”, com castelo, poderio militar e muros altos separando os humanos de supostos perigos lá fora – em especial os Seres das Trevas, que vivem às escondidas. A futura união opõe os interesses das respectivas mães. A má fama da bruxa é alimentada entre os humanos pelas mentiras disseminadas pela rainha Ingrith (Michelle Pfeiffer). O mundinho das histórias de fantasia também sofre com as infames fake news. O filme ainda embala, sobretudo para o público infantil, outras pontes com o mundo contemporâneo ao defender a necessidade de coexistir com o outro, o estrangeiro, o diferente, e os riscos que as ambições humanas impõem à natureza, o lar de todos. Mas nada disso sobrevive à sensação de um filme excessivamente calculado, de “mais um” da fornada. O trabalho do diretor norueguês Joachim Rønning, que correalizou com o conterrâneo Espen Sandberg Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (2017) e o indicado ao Oscar Expedição Kon Tiki (2012), envolve dar tempo de tela generoso a Jolie e, de resto, administrar a maçaroca de efeitos visuais pouco deslumbrantes e um tanto genéricos. O parco carisma da releitura se deve à presença enigmática de Angelina Jolie, em uma dinâmica de star system que lembra bastante Will Smith em Aladdin. Estrelas por vezes não salvam filmes, mas pelo menos os tornam assistíveis.