Entretenimento

Novo Rambo encerra saga da 'máquina de matar' de Sylvester Stallone

Quinto filme da franquia tenta reviver velhos tempos de personagem traumatizado pela Guerra do Vietnã. Estreia nesta quinta (19/09/2019)

Por Felipe Moraes com Cinema/Mertrópoles 18/09/2019 12h25
Novo Rambo encerra saga da 'máquina de matar' de Sylvester Stallone
Reprodução - Foto: Assessoria
Interminável herói de ação, Sylvester Stallone retorna a um de seus papéis mais populares em Rambo: Até o Fim. Em clima de despedida, o astro de 73 anos interpreta pela quinta vez o militar – e “máquina de matar” – eternamente traumatizado pela Guerra do Vietnã no que promete ser a última encarnação do supersoldado. O longa estreia nos cinemas do Brasil nesta quinta (19/09/2019). Como aconteceu em boa parte da saga do lutador Rocky Balboa, que rendeu três indicações ao Oscar para o ator, Stallone tem participação direta na construção do personagem. Na franquia Rambo, dirigiu o quarto filme, de 2008, e coescreveu os roteiros de todos os filmes. Em Até o Fim, o velho soldado larga a tranquilidade da vida no Arizona, criando cavalos e cavando túneis estranhos em seu bunker particular, para tentar resgatar sua sobrinha, Gabriela (Yvette Monreal), de um cartel mexicano que escraviza jovens mulheres para a prostituição. Herói dos anos 1980 Enquanto Rocky conseguiu sobreviver ao fenômeno de universos de super-heróis e redefinir o ex-lutador como mentor de Creed (Michael B. Jordan), protagonista dos dois capítulos mais recentes da franquia, Rambo sempre teve trajetória mais acidentada. Não à toa, o pugilista vai seguir frequentando a cultura pop por mais algum tempo: Balboa deve orientar outro pupilo (um imigrante ilegal nos EUA) em nova sequência e ganhar um prelúdio – obviamente sem Stallone no papel – em série de TV. Desenvolvido paralelamente às sequências de Rocky, Rambo é desses personagens típicos dos anos 1980. Na década “perdida”, de excessos e extravagâncias, o soldado personificou a América desolada pós-Vietnã desesperada por um herói. Inadequado à vida comum em sociedade, o veterano de guerra não tem casa fixa e zanza por aí assombrado pelos horrores da violência. Expurga os demônios matando geral – caras maus, de preferência gringos sanguinários – em sucessivas guerras de um homem só. A franquia Inspirado no livro First Blood (1972), de David Morrell, o primeiro filme, Rambo: Programado para Matar (1982), tomou emprestado o título original do romance e fez US$ 125,2 milhões nas bilheterias mundiais. Rambo II: A Missão (1985) cravou a maior arrecadação da série, US$ 300 milhões. Em Rambo III (1988), o soldado luta ao lado dos guerrilheiros mujahideen, no Afeganistão, para salvar o coronel Trautman (Richard Crenna), figura paterna do protagonista, e afastar o domínio soviético na região.   Vale lembrar, como a história real mostraria anos depois, que o terrorista Osama bin Laden foi figura central dos mujahideen (como fundador e militante) antes de criar a al-Qaeda e planejar os ataques de 11 de setembro de 2001 às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. A bilheteria não foi exatamente um desastre (US$ 189 milhões), mas Rambo ficou adormecido durante vinte anos. Retornou como ermitão na Tailândia em Rambo IV (2008). Desta vez, ele é o salvador de um grupo de missionários cristãos ao lutar contra opressores militares de Mianmar. Teve arrecadação não mais do que razoável (US$ 110 milhões). Até o Fim deve marcar o adeus de Stallone a John Rambo. Na onda do prequel de Rocky, o astro anunciou recentemente que gostaria de ver um filme sobre a adolescência do soldado no futuro.