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‘It: Capítulo 2’ encerra saga de Stephen King no cinema com maratona de terror

Longa dirigido pelo argentino Andy Muschietti traz Jessica Chastain, Bill Hader e James McAvoy como a versão adulta do Clube dos Perdedores

Por Globo/Monet 06/09/2019 12h34
‘It: Capítulo 2’ encerra saga de Stephen King no cinema com maratona de terror
Reprodução - Foto: Assessoria
Há dois anos Pennywise deu um tremendo susto nos cinemas de todo o mundo, seja pela atuação convincente e amedrontadora de Bill Skarsgård, seja por ter coloca o gênero Terror em outro patamar em número de salas de exibição e em arrecadação em bilheteria. A história, que já havia sido adaptada em minissérie de TV no início dos anos 1990, surpreendeu pela qualidade, mérito do diretor Andy Muschietti (‘Mama’) e do afiado elenco jovem, encabeçado pelos excelentes Jaeden Martell, Sophia Lillis, Jeremy Ray Taylor, Finn Wolfhard, Chosen Jacobs, Jack Dylan Grazer e Wyatt Oleff, que formavam o Clube dos Perdedores, grupo de crianças que derrotou o palhaço demoníaco e fez um pacto de sangue para combatê-lo caso ele retornasse para aprontar das suas nas cercanias da cidade de Derry. A sequência do sucesso se passa exatamente 27 anos depois da trama do primeiro filme, tempo exato em que se repete o ciclo de ação do palhaço, que fica com sua origem e natureza superficialmente explicada, apesar de ter sido mostrada uma cena em que o fanfarrão assassino aparece sem maquiagem, quase que um presente para Bill Skarsgård, que deixou o personagem tão assustador quanto palhaço originalmente interpretado por Tim Curry em ‘It: Uma Obra-Prima do Medo’. No papel adulto do Clube dos Perdedores estão Jessica Chastain como Beverly, James McAvoy como Bill, Bill Hader como Richie, Isaiah Mustafa como Mike, Jay Ryan como Ben,  James Ransone como Eddie e Andy Bean como Stanley Uris. Seguindo a máxima de não mexer em time que está ganhando, Muschietti conseguiu a façanha de envelhecer seus personagens com um elenco que aparenta ser os mesmo atores como se eles realmente tivessem envelhecido 27 anos desde que o último filme foi lançado. Os trejeitos e feições dos artistas chega a assustar tanto quanto Pennywise, até mesmo quando a caracterização fica difícil, como no caso de Ben, que sofre um severo processo de emagrecimento entre a pré-adolescência e a vida adulta. Jay Ryan, é um dos que mais se assemelham às feições de seus duplos mirins na produção. No entanto, o filme se apega a prolongar o laço afetivo entre os consagrados Perdedores do primeiro filme e os novos intérpretes, com idas e vindas com flashbacks que acabam cansando. São quase três horas de filme, que poderiam certamente ter menos meia hora de duração caso a insistência de ganhar o coração da audiência (que já estava ganho) fosse retirada. Excluído esse esforço desnecessário, poderia ser melhor explicada a natureza de Pennywise, que parece um assassino imortal, um demônio encarnado e uma entidade cósmica, mas que não fica muito claro no final das contas (a terceira opção é a correta). Para complicar ainda mais, é inserida uma história de fundo utilizando índios nativo americanos, cuja ação no passado inspira a ação dos Perdedores adultos a derrotar seu inimigo, mas assim como a mitologia indígena surge na trama ela é descartada. A grande maratona de ‘It: Volume 2’ vale pelas atuações dos elencos adulto e infantil. Lembramos os dramas dos Perdedores originais, o seu distanciamento traumático da cidadezinha de Derry e o seu esquecimento de todo o drama que acontecera 27 anos atrás. Apenas Mike, que permaneceu na cidade se lembra de todo o terror vivido. Todos os outros seguiram suas vidas e são todos bem sucedidos e têm suas vidas, até certo ponto, resolvidas. Só Mike parece não ter se desenvolvido, talvez por carregar o fardo da memória e encarar a tarefa de reagrupar os amigos quando e se Pennywise surgisse novamente. ‘It: Capítulo 2’ mostra que é possível se ater ao original, sendo elogiado  pelo próprio Stephen King, que costuma ser bem crítico em relação às adaptações de seus escritos, mas seria bem melhor aproveitado caso fosse mais curto ou se fosse aproveitado em um terceiro capítulo ou em uma nova minissérie. De qualquer maneira, a execução é excelente, com ótimas sacadas visuais de Muschietti, efeitos especiais assustadores, uma grande quantidade de sangue, e até um grande volume de baba – isso mesmo – de Bill Skarsgård, que surge mais uma vez assustador.  

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