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Filme 'Vingadores: Ultimato' marca o fim de uma saga heroica da Marvel

O 22º filme dos heróis estreia no Brasil nesta quinta-feira (25/4)

Por Metrópoles/Estadão 22/04/2019 11h33
Filme 'Vingadores: Ultimato' marca o fim de uma saga heroica da Marvel
Reprodução - Foto: Assessoria
Seguidores do Universo Cinematográfico Marvel lembram-se da onda destruidora provocada pelo empoderado Thanos no desfecho de Vingadores – Guerra Infinita. Apesar dos superpoderes, os heróis iam caindo até restar um grupo reduzido, e destroçado. Nesta quinta (25/4), o segredo será revelado. Estreia Vingadores – Ultimato, que vai tomar de assalto uma fatia considerável do mercado brasileiro. Serão mais de mil salas, com certeza. Afinal, a expectativa dos fãs é grande. Mais de 900 sessões já foram vendidas e estão esgotadas. Para a Marvel, será a maior estreia do ano e o ápice de suas mais de 20 aventuras. Capitã Marvel, lançado em março, foi a 21ª; Ultimato, a 22ª. Os filmes, desde Capitão América – O Primeiro Vingador, foram sendo produzidos e lançados descolados de sua cronologia no universo Marvel. Uma das dúvidas que serão resolvidas é justamente quando se passa a ação de Ultimato. Houve um momento em que Joe e Anthony Russo, a dupla criativa por trás de Capitão América – Soldado Invernal e Guerra Infinita, foram desligados da produção, mas logo foram reintegrados. Acabam de receber o título de diretores do ano na convenção CinemaCon. “Eles provaram que têm uma história para contar e levaram o Universo Marvel para um nível que ninguém sonhava. Com Ultimato, continuam com o sucesso de público e crítica”, disse o criador da CinemaCon, Mitch Neuhauser. Os irmãos Russo não buscam apenas a excelência técnica nem o estouro de público. Querem reconhecimento para sua habilidade e inteligência narrativas. Criam camadas, para que se possa reconhecer no seu universo distópico o estado atual do mundo. Desde que surgiram as primeiras imagens do novo filme, a especulação tem sido grande. Quando, onde? Depois que Thanos eliminou metade das criaturas vivas, os Vingadores, ou o que sobrou deles, têm de lidar com a dor da perda de amigos e entes queridos. Tony Stark/Homem de Ferro grava aquele vídeo dizendo que está à deriva no espaço, sem água nem comida, e com o oxigênio acabando Steve Rogers, o Capitão América, e Natasha Romanov, a Viúva Negra, lideram a resistência contra o maior vilão da Marvel. Cinco meses após a morte de Stan Lee, seu universo está de volta Em frangalhos, mas pronto para ser reconstituído. Os fãs temem a morte do Capitão América, mas esperam que Stark encontre um jeito de resolver a parada. Prepare-se para (re)encontrar seus heróis preferidos. Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Brie Larson, Chris Pratt – sim, o Peter Quill de Guardiões da Galáxia. Os fãs perguntam-se – quem vai morrer? Temem pelo Capitão América. Pode ser que, com algum custo humano – olha o spoiler -, tudo seja resolvido. Não é outra coisa, a catarse, que se espera de super-heróis, não? Um marco Joe Russo usa apenas uma palavra para definir Vingadores: Ultimato, que dirigiu com seu irmão Anthony: “catártico”. E mais não disse na coletiva de imprensa do filme que estreia quinta-feira no Brasil. O evento foi menor do que o anterior da saga dos Vingadores, quando o palco ficou pequeno para tanto super-herói. Desta vez, estavam lá alguns dos pioneiros, como Robert Downey Jr., ou Tony Stark/Homem de Ferro, Chris Evans, o Capitão América, Chris Hemsworth, o Thor, Mark Ruffalo, o Hulk, e Scarlett Johansson, a Viúva Negra, e também alguns novatos do Universo Cinematográfico Marvel, como Danai Gurira, a Okoye, e, claro, a Capitã Marvel Brie Larson, que rodou Ultimato antes do filme de sua personagem. “Minha introdução ao Universo Marvel foi na foto de dez anos do estúdio”, disse. “Foi intimidante, mas, no fim, éramos como um bando de crianças brincando no quintal nas férias de verão.”   Os ausentes – de Chris Pratt, o Senhor das Estrelas, a Chadwick Boseman, o Pantera Negra, passando por Benedict Cumberbatch (Doutor Estranho) e Tom Holland (Peter Parker/Homem-Aranha) – viraram pó, como sabem todos os que assistiram ao chocante final de Vingadores: Guerra Infinita. “Fizemos uma escolha séria ali. Mas acho que o público gostou disso”, afirmou Downey Jr. Os heróis remanescentes estão lidando com sentimentos profundos, segundo os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely. “O filme questiona qual o preço do heroísmo, qual o custo de fazer a coisa certa face à perda e ao sofrimento”, disse McFeely em entrevista exclusiva ao Estado. Ele esclareceu que o longa anterior não terminou num “cliffhanger”. “É uma tragédia. Não existe dúvida em relação ao que aconteceu. Você não gosta do que ocorreu, mas ocorreu. Então achamos que uma narrativa madura no filme seguinte começaria de forma honesta, lidando com o que houve. Nenhuma produção de super-herói jamais fez isso por mais de cinco minutos antes da cena de ação.” Então isso significa mais drama e menos ação? “É algo diferente”, disse Christopher Markus. McFeely emendou: “É ambicioso. Por isso a duração de três horas”. Foram muitos anos de trabalho para criar o roteiro de Guerra Civil e Ultimato, rodados simultaneamente. Era setembro de 2015, e McFeely, Markus, os diretores Joe e Anthony Russo e o diretor dos estúdios Marvel Kevin Feige tinham acabado de terminar a filmagem de Capitão América: Guerra Civil. Ou seja, antes de Doutor Estranho, de Pantera Negra, de Thor: Ragnarok, de Homem-Formiga e a Vespa, de Capitã Marvel. Os roteiristas se trancaram numa sala por quatro meses, com um grande painel com cartões representando todos os personagens para pensar que história contar ao longo de dois filmes – uma em que o estalar de dedos de Thanos fizesse desaparecer alguns heróis em algum momento. Também era importante identificar que personagens agrupar. Há rumores de que o reencontro de Capitão América e Tony Stark pode ser parte importante de Ultimato. “Bem, eles não se veem desde o fim de Guerra Civil. Podia ser interessante, hein?”, disse Chris Markus em tom de brincadeira. Seja como for, Vingadores: Ultimato tem um clima de despedida. Em dez anos de vida, a Marvel fez 22 filmes, e Kevin Feige já disse que este marcará o fim de uma fase. “Quatro ou cinco anos atrás, começamos a perguntar: O que ainda não vimos num filme baseado em histórias em quadrinhos?”, disse Feige. “Não vimos um fim. Uma conclusão definitiva para uma saga. Então por isso o filme se chama Ultimato e por isso que acho muito, muito especial.” Muito se falou na coletiva sobre a família Marvel que se formou, com almoços promovidos por Robert Downey Jr. e jogos de caça-palavra – Paul Rudd e Don Cheadle são campeões, Mark Ruffalo não é muito bom. “Para mim não é como família porque não tem muito drama. Todos nos damos bem”, disse Ruffalo. Mas em seguida o ator caiu num tom mais melancólico “Há uma certa tristeza. Estamos falando como se estivéssemos mortos. Amei trabalhar com essas pessoas. Há algo de agridoce neste momento. Nós vimos pessoas crescerem, terem filhos, se casarem, se divorciarem e se casarem novamente fazendo esses filmes.” A fala de Ruffalo parece confirmar a suspeita de que alguns personagens não voltarão mais – Capitão América, Homem de Ferro e talvez Thor entre eles. É o fim de uma era. Mas o que a próxima reserva? “Eu espero que filmes com diferentes pontos de vista, porque isso significa que estaremos mais próximos do nosso público, que é diverso”, disse Trinh Tran, produtora do filme. “Com Pantera Negra e Capitã Marvel, a audiência nos deu sinais de que podemos correr riscos e assim contar histórias melhores”.