Entretenimento
Exposição sobre o Nirvana chega a São Paulo nesta terça-feira
Mostra traz mais de 200 peças e cenário interativo para os fãs de Kurt Cobain
Uma das exposições mais esperadas do ano chega a São Paulo nesta terça-feira (12). Nirvana: Taking Punk to the Masses celebra a banda do eterno Kurt Cobain.
Você lembra o que sentiu quando ouviu a bateria de Smells Like Teen Spirit pela primeira vez? A pergunta, que está em um dos cômodos da mostra, relembra um marco na música mundial. Em 1991, o disco Nevermind não deixou pedra sobre pedra nas paradas de sucesso.
Agora, os fãs de várias gerações poderão relembrar o fenômeno Nirvana. A mostra veio diretamente do Museu de Cultura Pop de Seattle (MoPOP) — cidade que ficou famosa por exportar grupos grunge nos anos 90 — já passou pelo Rio e agora aterrissa na capital paulistana.
A exibição é distribuída em uma área de aproximadamente 800 metros quadrados, reunindo mais de 200 peças, entre instrumentos musicais, documentos e imagens da banda.
Um dos grandes destaques do lugar é um mural que reúne 21 discos do acervo pessoal do ex-baixista do Nirvana, Krist Novoselic. Outro objeto que chama a atenção é primeira guitarra destruída por Kurt, em 1988. Uma Univox Hi-Flier.
Os fãs também poderão curtir áreas interativas. No espaço, eles farão fotos simulando estarem na capa de Nevermind, gravarão seu próprio clipe do Nirvana e acompanharão em telão o MTV Unplugged da banda como se fosse no cenário original.
Jacob McMurray, curador da exposição nos EUA, disse que é maravilhoso ter a oportunidade de compartilhar isso com os fãs do Brasil, onde o grupo tocou para seu maior público.
A lembrança de McMurray remete a um dos mais polêmicos concertos de rock exibidos no País. Em janeiro de 1993, no auge do grunge, o Nirvana se apresentou no extinto Hollywood Rock. Porém, os shows em São Paulo e Rio foram marcados pelo tratamento esculachado de Kurt Cobain.
Ironizando a marca de cigarros patrocinadora do festival, Kurt chegou a cuspir na câmera e ainda simulou que estava se masturbando durante a transmissão ao vivo na TV.
João Gordo confessa, em sua biografia Viva la Vida Tosca, que tem responsabilidade pelo fato.
— O show do Nirvana no Morumbi foi uma bosta. Muita gente, inclusive a banda, achou que aquela foi uma das piores apresentacões da carreira deles. E acho que boa parte disso é culpa minha. Falei tão mal do festival que os caras entraram pra zoar tudo. Antes de eles subirem no palco, o Krist Novoselic me deu um papel com um manifesto e pediu pra eu ler no microfone. Eu tinha bebido tanto e fumado tanta maconha que não conseguia nem falar. Eu olhava pro papel e só via um borrão. Mesmo assim falei umas groselhas lá e anunciei a banda. Mas o show foi horrível, cem mil pessoas em silêncio. Parecia um ensaio ruim.
E uma das marcas registradas do grupo era justamente o senso de humor ácido para debochar das grandes corporações e modismos em geral. Um dos momentos mais lembrados aconteceu quando o grupo fez fotos para a capa da Rolling Stone, em 1992. Kurt ousou posando com uma camiseta com os dizeres "revistas corporativas ainda são uma porcaria".
Pensando nisso, fica no ar a pergunta: "Será que o falecido compositor aprovaria um mega evento patrocinado sobre o Nirvana?" O jornalista e colunista do R7 André Forastieri responde a provocação.
— Ele iria vomitar nessa exposição! A primeira vez que ouvi o Nirvana foi junto com todo mundo, vendo o clipe de Smells Like Teen Spirit. Os amigos descolados já conheciam o Bleach (primeiro disco de 1989) , eu não... Eu achava a banda interessantíssima, menos pelo som e mais pela atitude, pela inteligência e sensibilidade do Kurt.
O grunge cativou compositores de todas as gerações e estilos: Cássia Eller, Caetano Veloso e Miley Cyrus já regravaram músicas do grupo. Em trecho de O Livro das Listas, Renato Russo se derrete pelo gênio americano.
— O Nirvana está naquela linhagem indispensável da história do rock, como Elvis, os Beatles e o Sex Pistols. O homem é o melhor letrista que apareceu nos últimos dez anos. O cara é fera. Fica até difícil explicar como eu o achava bom. Foi uma grande perda. Era um poeta de mão cheia e não apareceu ninguém melhor do que ele. Não com a sua idade, falando as coisas que ele falava.
Ou seja, de qualquer forma é bom saber que o Nirvana continua chacoalhando o mundo "levando o punk para as massas".
SERVIÇONirvana: Taking Punk to the Masses - São PauloOnde: Lounge Bienal – Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – IbirapueraHorários de visitação: de terça a sexta, das 10h às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 20h.Quando: De 12 de setembro a 12 de dezembroQuanto: R$25 (de terça a quinta) e R$35 (sexta a domingo)Classificação indicativa: 16 anos; menores acompanhados de responsável
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