Antes da estreia de uma novela fica difícil prever se ela fará sucesso. Claro que uma boa história é imprescindível e a competência do elenco, fundamental. Mas, muitas vezes, apesar desses fatores, uma produção não progride bem, é rejeitada pelo público. Nessa hora, pesquisas são convocadas para elucidar algo que pode ser muito subjetivo. Nada disso aconteceu com “Rock story”, a bem-sucedida trama das 19h que chegou ao fim na Globo. A autora, Maria Helena Nascimento, na primeira empreitada como titular, provou seu conhecimento de causa. Fez a narrativa avançar o tempo inteiro, sem barrigas, com muito talento e habilidade. A direção de Dennis Carvalho acertou em tudo e foi longe nas sequências de shows, grandiosas e complicadas. A escalação do elenco funcionou, não apenas pela capacidade dos atores escolhidos, mas pela sensibilidade da adequação deles aos seus personagens.

A novela inventada por Maria Helena foi deliciosa, mas não revolucionou a teledramaturgia. A autora contou uma história clássica, com mocinhos e vilões. Assim, a protagonista (Nathalia Dill) tinha uma irmã gêmea má e se apaixonou pelo mocinho, Gui (Vladimir Brichta), mas teve de disputá-lo com uma ex-mulher, Diana (Alinne Moraes), uma figura capaz do pior, mas também cheia de qualidades. Correndo por fora na disputa pelo coração de Diana esteve Lázaro (João Vicente de Castro, que brilhou em sua primeira novela), um mau-caráter. São, afinal de contas, clássicos do gênero.

Os atores fizeram bonito. A escolha de Rafael Vitti para o papel do jovem ídolo teen também foi na mosca. A banda de meninos esteve perfeita. Herson Capri, num de seus melhores papéis na TV até hoje, encantou como Gordo, aquele empresário da música de meia-idade com ares de garotão. Por aí vai. O leitor pode passar em revista o elenco para constatar que todos os profissionais envolvidos se deram bem.

Acima de tudo isso, a produção teve esse tal charme inexplicável que serve a seduzir as plateias. Foi um dos maiores sucessos do horário nos últimos anos.