Entretenimento

Sete anos após lançamento do último disco, Mopho ressurge com o álbum "Brejo"

CD mostra por que banda conquistou o status de melhor do rock de Alagoas

Por Tribuna Independente 20/04/2017 10h46
Sete anos após lançamento do último disco, Mopho ressurge com o álbum 'Brejo'
Reprodução - Foto: Assessoria

Depois de sete anos do lançamento do “Vol. 3”, terceiro (e ótimo) álbum do Mopho, podemos finalmente comemorar o lançamento da nova bolacha desta que é a banda de rock de mais destaque, e seguramente a mais criativa e genial por estas plagas caetés. Com mais de 20 anos de carreira, Mopho lança “Brejo”, o lindo quarto álbum composto quase que exclusivamente por João Paulo, cérebro, mãos e coração do hoje trio formado por ele – guitarrista, cantor, bandleader –, Dinho Zampier, tecladista e produtor, e o contrabaixista Luiz Leonardo, que entre idas e vindas integra esse monumento musical made in Alagoas desde 1996.

João Paulo compõe e canta com a naturalidade e os artifícios de um profissional impecável e bruxo das terras altas ou das brumas de Avalon, mago das planícies agrestes de Arapiraca e um ser criativo como precisa sê-lo – ele e qualquer artista numa capital geralmente mesquinha com a música como é Maceió.

Conduzindo o ouvinte como que por uma saga apaixonada, João Paulo cria um novo modelo de rock brasileiro. O rock que o Guilherme Arantes podia ter feito, mas, sabe, isso é muito pessoal. A linguagem é outra, as barras, as quebradas são outras. “Brejo” é um disco incrível, um clássico instantâneo do rock. Conta uma história, tem personagens, drama. Os outros álbuns do Mopho são fichinha. São ótimos, mas João Paulo ainda pensava como um adolescente.

Bem, vá ver ao show deles no bar no Jaraguá na sexta-feira (21) e tire suas próprias conclusões. É claro que você já ouviu – sabe do que estou falando. Obra prima produzida em notáveis condições, aparentemente com muito amor envolvido. E excelentes e poderosas colaborações de Dinho Zampier e Leonardo Luiz. Que venham outras invenções preciosas de alquimista e poeta: sobre esse diamante eu mesmo já escrevi muito por aí – e chorei horrores ouvindo, no carro, dirigindo...

O disco foi lançado virtual na segunda-feira (17), se você (ainda) não ouviu, vai lá no Spotify (https://open.spotify.com/album/2nzRaUnY4dBRPmau0t5Djo).

D&A - João, esse é o quarto álbum do Mopho – tudo bem, pode não ser um álbum de banda, mas, depois desse tempo todo, a gente ouve um Mopho muito intenso.

JOÃO PAULO – Sim! Acima de tudo, esse é um genuíno álbum do Mopho! “Brejo” é um trabalho muito honesto e eu estou muito feliz com o resultado obtido.

D&A - A sensação é que você amadureceu e viveu e amou muito (risos)... É meio confessional esse disco ou é impressão?                      

JOÃO – (Risos) Sem dúvida. O Mopho lança álbuns de forma bem espaçada, até agora o intervalo entre os álbuns é de quatro, cinco anos. Nesse ínterim a gente definitivamente absorve e vivencia muita coisa, o que implica em amadurecimento.                      

D&A - O disco foi gravado quando e em quanto tempo, como foi esse processo?                      

JOÃO – As bases de bateria e alguns violões foram registrados no estúdio Gravamusic. O restante do álbum foi gravado na minha casa e na casa do Dinho Zampier. O processo de pré-produção se deu basicamente no apartamento do Zmpier, onde nós definimos as passagens harmônicas e divisões rítmicas etc.                      

D&A - Como é a formação da banda hoje, os músicos que estão no disco continuam trabalhando com você? O show no Rex é com essa formação?

JOÃO – Somos um trio. Eu (guitarra, violão e vozes), o Zampier no teclado e o Leonardo Luiz no baixo. A bateria fica a cargo do Alysson Paz, especialmente convidado. Faremos um show baseado nos nossos quatro álbuns: das oito canções do disco “Brejo” tocaremos cinco. Enfim, sem firulas e trucagens, quem for ao Rex verá uma banda com 20 de estrada tocando apaixonadamente sua música!

D&A - O disco foi lançado, também, nas plataformas virtuais. O Mopho aderiu ao selo local Crooked Tree Records. Fale um pouco disso.

JOÃO – Então, muito bacana essa possibilidade do lançam ento do álbum nessas plataformas digitais. O Croocked Tree na figura do Mário [Mário Alencar, músico e criador do selo] tem se mostrado muito motivado e por sua vez eu estou muito empolgado com essas possibilidades.

Serviço:

O quê: Show de lançamento do disco Brejo

Com: Mopho e show de abertura Gato Negro e discotecagem de DJ Coelho

Onde: Rex Jazz Bar, a partir das 22h.