Entretenimento
Shakira diz que teve medo de voltar ao estúdio após maternidade
Cantora prepara novo disco, com relação menos "sofrida" com a música
Para ver seu nome voltar à lista das músicas mais vendidas da “Billboard”, Shakira antes precisou vencer um conflito pessoal quando retornou aos estúdios, mais de dois anos depois de se afastar para se dedicar à maternidade.
“Tive medo de não fazer a melhor música que podia. Nada dá mais medo que um papel em branco”, diz a cantora em entrevista ao G1. “Nas primeiras duas semanas, havia o conflito sobre o que eu queria fazer. Tinha o desejo de continuar com os meus filhos o dia inteiro, mas também de deixar a persona criativa e artística dentro de mim voar.”
Em 2014, pouco depois de lançar seu décimo álbum de estúdio e de cantar com Carlinhos Brown no encerramento da Copa do Mundo no Brasil, a artista colombiana anunciou pelas redes sociais que estava grávida de seu segundo filho, Sasha, hoje com quase dois anos. A notícia deu início a uma espécie de hiato, sem grandes lançamentos ou apresentações.
Mãe também de Milan, 3, ela lembra que, na época, decidiu que precisava ficar mais próxima das crianças. No período, conseguiu se manter em evidência com algumas parcerias bem-sucedidas – gravou com a banda mexicana Maná e o conterrâneo Carlos Vives –, uma música na trilha da animação “Zootopia”, aparições em publicidade e fotos fofas da família nas redes sociais.
Foi então que Gerard Piqué, jogador do Barcelona com quem é casada desde 2010, “praticamente a convenceu” a voltar. “Ele foi uma grande motivação. Conversou muito comigo e me ofereceu ajuda com os filhos, para que eu pudesse ficar tranquila no estúdio”, conta.
Reggaeton e galã latino
E seu retorno foi estratégico. Escolheu o colombiano Maluma, o galã latino queridinho do momento – já cantou com Fifth Harmony, Ricky Martin e Anitta - para lhe acompanhar em “Chantaje”, lançada em outubro. A música mescla pegada reggaeton, letra ao mesmo tempo romântica e sensual e o inconfundível movimento dos quadris da cantora. Com quase 40 e cabelo rosa no novo clipe, ela mostra que tem tanto frescor quanto muitas novinhas do pop.
A receita transformou o vídeo no clipe em língua espanhola a mais rápido alcançar a marca de 100 milhões de visualizações on-line. Mas a boa fase vai além dos números comerciais, segundo a colombiana. “Não estou somente inspirada, mas também me sentindo livre no estúdio”, afirma.
“Sempre sofri nas gravações, por ser muito perfeccionista, exigente comigo mesma. Agora é diferente. O estúdio é a minha via de escape. Estou sentindo uma relação com a música melhor do que antes”. Assim ela prepara seu próximo álbum, que deve sair no ano que vem, e diz que quer logo sair em turnê – e voltar ao Brasil.
Skank é funk?
A relação da cantora com o país, aliás, é antiga. Já foi atração constante em programas de TV nacionais, é fã de Brown e Ivete Sangalo e faz questão de responder perguntas em português. Ela até escorrega ao citar o Skank como um representante do funk brasileiro, mas mostra que conhece o som da banda ao contar que costuma cantar o hit “Tão seu” para o filho Milan – que, às vezes, brinca de dizer que é brasileiro.
Também fala com carinho do Brasil ao mencionar o acidente com o avião que levava o time da Chapecoense e caiu na Colômbia, matando 71 pessoas. "É difícil encontrar sentido numa tragédia tão dolorosa", afirma. "Mas foi bonito de ver como os dois povos se juntaram para sentir e relembrar todos os falecidos. Penso que a Colômbia tem demonstrado a generosidade, admiração e carinho que sente pelo povo brasileiro."
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