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Guns N’Roses faz show memorável para 45 mil pessoas em São Paulo

Banda liderada por Axl Rose e Slash toca mais de duas horas para um Allianz Parque lotado

Por R7 12/11/2016 17h57
Guns N’Roses faz show memorável para 45 mil pessoas em São Paulo
Reprodução - Foto: Assessoria

O roteiro era conhecido pelos fãs que caçam setlists na internet. O repertório era dos clássicos da banda. A apresentação da turnê Not in This Lifetime, já gravada e compartilhada de diversas partes do mundo, já não era uma surpresa tão grande. A realidade entretanto, só poderia ser constatada ao vivo. E o Guns N’ Roses passou com louvor na prova do tempo.

O show realizado para um Allianz Parque com 45 mil pessoas surpreendeu, especialmente para quem acompanhou as ultimas apresentações de Axl Rose com seu “Guns cover” nos últimos anos no Brasil. O vocalista, hoje com 54 anos, emagreceu, está muito mais ágil no palco e novamente consegue soltar seus agudos que o transformaram numa das figuras mais icónicas da história do rock.

Com “apenas” 30 minutos de atraso, depois do show de abertura da banda Plebe Rude, o Guns N’ Roses entrou no palco às 21h30 com a pesada It’s So Easy, clássica do debute da banda, o álbum Appetite for Destruction, do longínquo ano de 1987.

A partir daí, o trio Axl Rose, Slash (guitarra) e Duff McKagan (baixo) mostrou que o retorno de três quintos do Guns original - faltaram o batersita Steven Adler, que até deu uma canja na Argentina, e o guitarrista e compositor Izzy Stradlin - foi tratado com muita seriedade. Axl não é nem de longe aquela figura perigosa e imprevisível dos anos 90 e 2000, que quebrava hotéis, e chegou a jogar uma cadeira em 1992 no saguão do hotel Maksoud Plaza em São Paulo. O semblante do cantor é calmo, ele mal fala com o público e torna cada ato do concerto uma peça nova a ser descoberta. Do primeiro disco não faltaram faixas como Paradise City, Welcome To the Jungle e Sweet Child O’Mine, todas tocadas com maestria, sem solavancos e com músicos sóbrios e atentos a cada detalhe da produção do imenso palco, que misturava escadas, plataformas e fogos de artifícios.

Axl se resumiu a apresentar a banda, trocar palavras de agradecimento com público, mas preferiu gastar toda a energia correndo por todo o palco, como fazia quando a banda alcançou o status de maior número da terra em 1992. Mesmo a chuva que castigou fortemente quase a totalidade do show, foi irônica em November Rain (chuva de novembro), quando decidiu parar. O público não parecia estar muito preocupado de estar encharcado. A sobriedade dos integrantes da banda criou novas atmosferas musicais. Slash está tocando ainda melhor. Duff mantem o estilo punk cool com muita atitude e vocais de apoio eficientes. O restante da banda passas despercebido, apesar de estar em sintonia com todo o repertório.

Deculpe o clichê, mas o Guns deu um banho de como apresentar um show de rock. O sorrido de Axl durante boa parte da apresentação era o espelho das mais de 40 mil pessoas que saíram extasiadas após uma apresentação impecável. Um alento para quem ainda duvidava  da capacidade do trio, especialmente do conturbado Axl Rose. No fim do show, uma homenagem ao cantor e compositor Leonard Cohen, morto um dia antes. E hoje (sábado) tem mais. Há ainda ingressos para alguns setores.