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"É o filme que eu queria ver como fã", diz o diretor de Doutor Estranho
Foi de Scott Derrickson a ideia de oferecer ao inglês Benedict Cumberbatch o papel-título do filme e construir em torno dele um elenco de primeira classe
Pense duas vezes e entenda a lógica da Marvel: que outro diretor poderia trazer de modo tão visceral o mundo do sobrenatural para o universo de super-heróis mais lucrativo do planeta do que Scott Derrickson? Seus filmes de terror, especialmente o cultuado O Exorcismo de Emily Rose (2005) e o primeiro A Entidade (2012) foram saudados por crítica e público como reinvenções do sobrenatural no cinema. De certa forma, e para a indisfarçada satisfação do diretor texano de 39 anos, ele é o Doutor Estranho do cinema americano.
“E tem algo ainda mais importante para mim, meu personagem favorito do mundo dos quadrinhos é o Doutor Estranho. Quando conversei com os executivos da Marvel sobre minhas ideias para o filme, enfatizei sempre o fato de que, para mim, ele era o personagem ideal para renovar a estética dos filmes de super-heróis, apresentando algo de fato, bem, estranho, fora do eixo, novo”, diz o diretor.
Foi de Derrickson a ideia de oferecer ao inglês Benedict Cumberbatch o papel-título do filme e construir em torno dele um elenco de primeira classe em torno de um filme repleto de imagens psicodélicas, tal qual o espectador entrasse no cinema para acompanhar uma viagem alucinógena, mas sem qualquer risco de uma bad trip.“Meu maior desafio foi fazer um filme tão ousado hoje quanto a arte do Steve Ditko era em 1963. Por isso cada cenário do filme parece, propositadamente, mais estranho, inesperado, do que o anterior, como se estivéssemos virando as páginas do gibi. É o que eu queria ver, como fã, em um filme do Doutor Estranho. Nossos efeitos visuais não são apenas para sequências de destruição em massa, mas voltadas para uma experiência visceral que, espero, modifiquem a maneira como o público classifique um ‘filme de super-herói’”, diz.
De todas as viagens proporcionadas por Derrickson nas duas horas de filme a mais arriscada, e estranha, é a final, com idas e vindas da câmera refletindo a capacidade de manipulação do tempo pelo Doutor Estranho – já usando uma de suas relíquias mais poderosas, o Olho de Agamotto, no cinema turbinado por uma das Joias do Infinito – e a repetição do mesmo diálogo. É como se o público sonhasse acordado.“Ela foi o resultado de eu pensar o que seria, naquele momento, aparentemente impossível de se fazer. E então escrever a cena e filmá-la do jeito mais absurdo, de trás para a frente. Sem dar uma de estraga-prazeres, posso adiantar que fizemos, ali, algo jamais antes visto em Hollywood e que, graças à equipe de efeitos especiais e à dedicação e paciência do elenco, ficou exatamente como eu imaginei. O restante é com a público”, diz o diretor.
Questionado se voltará a dirigir uma eventual segunda aventura do Doutor Estranho, para além de sua encarnação, no próximo filme dos Vingadores, cujas filmagens, uma vez mais sob a batuta dos irmãos Russo, começam em janeiro, Derrickson faz mistério: “Meu foco agora é no filme, na apresentação no cinema do Doutor Estranho para o grande público. É tudo o que eu sei no momento”, diz.
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