O termo rock de arena vem de longe. Surgido em meados dos anos 1970, ele destaca bandas que conseguem levantar públicos imensos como o que esteve no Allianz Parque na noite deste sábado (15), em São Paulo. Para brinda-los, os veteranos do Aerosmith tocaram tudo aquilo que as quase 50 mil pessoas queriam ouvir. Baladas como Crazy, Cryin' e Dream On, rocks radiofônicos como Love in Elevator e Livin' On the Edge, e clássicos do calibre de Draw the Line – que abriu o show – e Sweet Emotion – que encerrou. 

Mais impressionante do que erguer a plateia é imaginar que o vocalista Steven Tyler, aos 68 anos, não para um minuto. Sua voz continua potente e estrondosa. Seu companheiro de composições e de banda, o guitarrista Joe Perry, continua a sentar no trono do músico mais cool do rock, mesmo aos 66 anos e depois de ter passado por um mal súbito em julho numa das apresentações de seu projeto paralelo Hollywood Vampires. 

A dupla, que na década de 70 era conhecida como os Toxic Twins (gêmeos toxicos),  domina o palco, tendo como coadjuvantes de luxo o guitarrista Brad Withford, o baixista Tom Hamilton e o baterista Joey Kramer. Formado em 1970, nos Estados Unidos, o grupo é um dos sobreviventes da tríade sexo, (muitas) drogas e rock n'roll. Foi, por exemplo, a principal influência para a criação do Guns N'Roses, que vem ao país em novembro. 

A plateia, que lotou o estádio do Palmeiras, pode ver mais uma vez como o rock deve ser apresentado. Com atitude, entrega e muito carisma. Pena que pode ser a última vez que a banda vem ao país, já que pretende se despedir dos palcos em 2017. Perder a oportunidade de comemorar o gênero com um dos grupos mais emblemáticos da história é perder uma referência enorme.