Educação
AL é um dos 11 estados com melhora no desempenho educacional de alunos negros e pobres

Entre 2019 e 2023, período que abrange os efeitos da pandemia, apenas 11 estados brasileiros conseguiram avanços significativos na melhoria da educação básica para estudantes negros e de baixa renda. Alagoas é um dos estados nordestinos que se destaca neste cenário, ao lado de Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Sergipe, conforme levantamento do Instituto Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que analisou os dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
No pós-pandemia, Alagoas, assim como outros estados da região, apresenta resultados que desafiam a tendência de deterioração do ensino enfrentada por grande parte do país, especialmente nas áreas mais vulneráveis. O estudo, que avaliou a performance de alunos por raça e classe socioeconômica, revela que, enquanto estados como São Paulo enfrentaram queda no desempenho de estudantes vulneráveis, as ações educacionais em Alagoas mostram progressos.
Em São Paulo, a maior rede educacional do país, o desempenho de estudantes de baixo nível socioeconômico em matemática caiu quase três pontos percentuais, de 15,7% para 13,3%. No entanto, por aqui, e em outros estados do Nordeste, os números são mais animadores. O crescimento no desempenho de estudantes negros e de classes sociais mais baixas indica que, apesar dos desafios impostos pela pandemia, políticas públicas de educação, voltadas à redução das desigualdades, têm dado frutos.
O Iede destaca que a melhora observada em Alagoas, embora significativa, ainda está longe do ideal proposto por organizações como o movimento Todos Pela Educação, que estabelece a meta de 70% dos alunos com aprendizado adequado. Mas, é um avanço importante, considerando o histórico de desigualdades educacionais no Brasil, especialmente no Nordeste.
O instituto mostra que Piauí, está entre os estados que mais avançaram. Por lá, o aumento foi de nove pontos percentuais no desempenho de estudantes pretos, pardos e indígenas nos anos finais do ensino fundamental, passando de 30, 3% para 39, 8%. E a melhora entre os alunos brancos e amarelos também teve alta de 35,45 para 49%, mostrando que políticas de inclusão estão reduzindo as disparidades educacionais, mesmo que ainda seja de forma gradual.
A evolução nos índices de aprendizado em Alagoas e outros estados que se destacaram também está ligada a um mecanismo do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), o chamado VAAR (Valor Aluno/Ano Resultado), que permite maior repasse de recursos às redes de ensino que demonstram melhoria nos indicadores de aprendizagem de estudantes mais vulneráveis. O sistema incentiva estados e municípios a adotar políticas educacionais focadas na equidade e no enfrentamento das desigualdades educacionais, o que contribui para a melhoria contínua da educação básica.
A educação pós-pandemia e os desafios do Governo Federal
O ministro da Educação, Camilo Santana, ressalta que, apesar dos avanços, ainda é preciso um esforço contínuo para reverter os danos causados pela pandemia e garantir que a educação básica seja realmente inclusiva. A pandemia trouxe desafios significativos para a aprendizagem, mas as políticas de enfrentamento das desigualdades educacionais precisam ser uma prioridade para todos os níveis de governo.
O Ministério da Educação (MEC) tem apoiado estados e municípios com ações estruturantes, como a formação de professores e a implementação de práticas pedagógicas que enfrentem preconceitos inconscientes e promovam um ambiente de aprendizagem mais igualitário, com ênfase na valorização dos estudantes negros.
Entre as capitais que se destacam na redução da desigualdade educacional, Goiânia figura entre as mais bem-sucedidas. Nos anos iniciais do ensino fundamental, a cidade conseguiu um aumento expressivo de aproximadamente 14 pontos percentuais no desempenho de estudantes negros, indígenas e de baixo nível socioeconômico. O aumento no aprendizado adequado em matemática foi notável, alcançando 56,5% entre esses alunos.
Esses avanços nas capitais e estados demonstram que, com políticas educacionais focadas e recursos adequados, é possível alcançar melhorias significativas, mesmo em um contexto pós-pandemia. Para a educação no Brasil, especialmente em regiões como o Nordeste, o caminho é desafiador, mas os resultados indicam que é possível reverter a disparidade educacional.
GOVERNO DE ALAGOAS
Essa conquista reflete o sucesso das políticas públicas implementadas pela gestão do governador Paulo Dantas e da secretária de Estado da Educação, Rosane Vasconcellos, que priorizaram a equidade e a qualidade do ensino.
O governador Paulo Dantas celebrou o resultado com otimismo. “Essa notícia nos enche de orgulho e mostra que estamos no caminho certo. A educação é a base para o desenvolvimento do nosso estado, e a redução das desigualdades é uma das nossas maiores prioridades. Alagoas está mostrando ao Brasil que é possível reverter os desafios impostos pela pandemia com planejamento, dedicação e, acima de tudo, investindo nas pessoas”.
A secretária Roseane Vasconcelos reforça a importância desse avanço e explica as estratégias por trás dele. “Esse resultado não é por acaso. É fruto de um trabalho incansável de toda a nossa rede, desde os professores e gestores até as famílias e os próprios estudantes. Investimos em formação continuada para os nossos educadores, focamos em ações de combate à evasão escolar e implementamos políticas pedagógicas que levam em conta as particularidades e os desafios de cada um dos nossos alunos. Estamos comprometidos em construir uma educação mais justa e inclusiva para todos”.
O sucesso no VAAR habilita o estado a receber uma complementação financeira do Fundeb, recurso que será reinvestido em ações educacionais para manter o crescimento e a qualidade. A conquista alagoana serve de inspiração, mostrando que o Nordeste se consolida como uma região de vanguarda na educação básica, com Alagoas servindo de exemplo de superação e foco na redução de desigualdades.
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