Educação

Primeira travesti jornalista formada pela Ufal é selecionada para o mestrado

A jornalista graduada em 2024, ingressa no mestrado em Comunicação pela mesma instituição 

Por Assessoria 05/05/2025 12h41 - Atualizado em 05/05/2025 16h54
Primeira travesti jornalista formada pela Ufal é selecionada para o mestrado
Diana Justino - Foto: Acervo pessoal

Em dezembro de 2024, a travesti Diana Justino defendeu seu Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Tornando-se, portanto, a primeira pessoa transgênero formada em mais de 60 anos de curso. Um marco importante para a comunidade científica e também para a comunidade de pessoas trans e travestis.

Logo após a colação de grau, Diana concedeu entrevistas para diversos meios de comunicação do estado, inclusive importantes telejornais de Maceió. Nas entrevistas, a mesma não escondia seu desejo em trilhar a trajetória acadêmica que começou com a graduação, agora com o mestrado e posteriormente o doutorado.

Para a jornalista, a educação era a salvação para a superação da extrema pobreza vivida nos primeiros anos de vida. Vinda do interior do estado, Diana percorreu um caminho árduo para realizar tais feitos, a exemplo de transfobia, crimes de ódio e ameaças a sua própria vida. Mas há uma pessoa que representa toda sua força: sua mãe Benedita que sempre a apoiou e a protegeu.

Após a seleção do mestrado, a Bacharela precisa apresentar seu projeto de dissertação por meio de uma entrevista e após realizar uma prova demonstrando seu conhecimento acerca da comunicação, os processos comunicativos e os meios de comunicação. Essas etapas acontecerão ainda esse mês e as aulas já devem começar em julho.

“Para uma pessoa trans, principalmente uma travesti negra, a luta é muito maior. Uma vez que, não temos credibilidade por parte da sociedade e até mesmo dignidade. Então, ser uma travesti e ultrapassar a barreira do preconceito e estando presente em âmbitos dos quais não somos desejadas é muito importante e revolucionário, e eu não pretendo parar”.

O projeto de dissertação ao qual a jornalista propôs não pode ser revelado no momento, mas deve compreender a travestilidade e a mídia alagoana em décadas passadas. Um resgate histórico da vida de travestis que tiveram suas vidas ceifadas e que depois de suas mortes não obtiveram dignidade enquanto pessoa.