Educação

Escolas do Cepa têm aulas normais mesmo sob ameaça

Duas unidades e ginásio são monitorados e alunos dizem que sentiram chão tremer

Por Valdete Calheiros - colaboradora / Tribuna Independente 14/12/2023 09h01
Escolas do Cepa têm aulas normais mesmo sob ameaça
Estudantes reclamam da falta de informações sobre afundamento e dizem que pais estão temendo pela segurança nas escolas do Cepa - Foto: Edilson Omena

Boa parte dos cerca de 3,5 mil alunos das escolas localizadas no Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas (Cepa) está frequentando as aulas temerosa com o fato de três das nove escolas, além do ginásio estarem na área de monitoramento da Defesa Civil Municipal.
Alunos disseram que na semana passada sentiram o chão tremer no local. A Defesa Civil emitiu uma nota afirmando que não foram registrados sismos pelos equipamentos disponíveis na região. Duas equipes foram enviadas ao Cepa para tranquilizar a todos.

No Cepa, maior complexo educacional da América Latina, as escolas estaduais Dom Pedro II e Teotônio Vilela e o Ginásio Moreira e Silva entraram na área de monitoramento da prefeitura. A Escola Estadual Moreira e Silva já estava no mapa anterior.

Ainda de acordo com a Defesa Civil apesar de as escolas entraram na área de monitoramento, não possuem recomendação do órgão para evacuação. “O Ministério Público Federal recomendou a realocação facultativa, mas não há risco de permanência para os que frequentam as escolas”, esclareceu a assessoria de comunicação do órgão.

Além do clima de medo quanto às incertezas da gravidade das áreas atingidas pela Braskem, os estudantes reclamam da falta de informações e diálogo por parte da direção das escolas.

“Ninguém nos diz nada, nenhum responsável pelas escolas nos conta detalhe algum. Estamos assustados. Com medo. E ainda por cima sem nenhum comunicado oficial”, desabafou uma estudante que, por ser adolescente, a reportagem não irá divulgar o nome.

Educação só suspende aulas se Defesa Civil determinar

As aulas continuam normalmente no Cepa até o próximo dia 20. E a recuperação se estendem até o dia 4 de janeiro. “Salvo, algum comunicado da Defesa Civil”, disse a assessoria de comunicação da Educação estadual.

A Defesa Civil não nos comunicou nada oficialmente sobre a necessidade de suspensão das aulas nesses locais. Reforço que seguiremos monitorando”, finalizou.

A Secretaria de Estado da Educação lembrou que entre 2019 e 2022 fez a realocação de seis escolas: Bom Conselho, Alberto Torres e Rosalvo Ribeiro, em Bebedouro; Vitorino da Rocha e José Correia da Silva Titara no Cepa e Cincinato Pinto no Bom Parto.

“Após o surgimento do problema da mina do Mutange, o Bom Conselho, que desde 2019, funcionava em um prédio na Chã de Bebedouro, foi transferido para uma nova e definitiva sede na Santa Amélia”. As aulas foram retomadas na última quarta-feira, dia 06. A transferência estava prevista para 2024, mas foi antecipada desde a iminência de colapso na mina 18 da Braskem.