Educação

Entenda como diferenciar um transtorno ou dificuldade de aprendizagem

Professores e familiares precisam estar atentos para entender se o comportamento do aluno é um mero desinteresse ou se realmente tem algum déficit de aprendizagem

Por Ascom GT 06/10/2022 11h49
Entenda como diferenciar um transtorno ou dificuldade de aprendizagem
A presença da família, nesse processo de descoberta de alguma dificuldade de aprendizagem, potencializa as possibilidades de resolução do problema - Foto: Divulgação

Dentro de uma sala de aula, é possível perceber vários perfis de alunos, desde os mais atentos àqueles que não estão com muita atenção ao que acontece. Nesse caso, é importante saber se existe uma dificuldade de aprendizagem e por isso está prejudicando o aproveitamento do conteúdo ou se é apenas falta de interesse. Assim, os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem precisam ter um olhar atento sobre os estudantes.

A professora-doutora Catharine Prata Seixas, coordenadora operacional do curso de Pedagogia da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), explica qual a diferença entre a dificuldade em aprender e algum déficit de aprendizagem. “A dificuldade é passageira e faz parte do processo de aprendizagem. O distúrbio, por sua vez, é persistente e necessita de acompanhamento especializado. Existem dificuldades de leitura, escrita, raciocínio lógico… Essas mesmas dificuldades quando acontecem de forma contínua e sistematizada recebem outras nomenclaturas, por exemplo, distúrbio específico da leitura e da escrita, dislexia; distúrbios de aprendizado das habilidades matemáticas, discalculia…”, explica.

Dessa forma, ter uma equipe escolar preparada e um professor que consiga acolher as dificuldades e observar o comportamento do aluno, é de suma importância. “O relatório docente, através da descrição minuciosa dos aspectos observáveis em sala de aula e nos momentos de interação com as outras crianças, oferece subsídios importantes para a equipe médica e formulação da hipótese diagnóstica”, afirma a Dra. Catharine.

A presença da família, nesse processo de descoberta de alguma dificuldade de aprendizagem, potencializa as possibilidades de resolução do problema. “Não podemos deixar de fora a família, a exemplo dos pais, que estão a maior parte do tempo com a criança, são os aliados em qualquer metodologia de ensino e aprendizagem. Sendo assim, é necessário ter um diálogo franco e ao mesmo tempo formativo, sensibilizar os pais para as necessidades específicas de cada criança”, defende a pedagoga.

Quando o aluno não interage com os demais colegas, pode ser por um traço de personalidade, timidez ou pode ser por uma dificuldade de acompanhar os conteúdos esperados para a faixa etária dele. “Cada caso pode indicar sua especificidade, há crianças que estimuladas precocemente conseguem desenvolver perfeitamente suas habilidades, mas há outras crianças que vão necessitar de um acompanhamento regular ano após ano. Dessa forma, o ambiente familiar, a escola, os aspectos físicos e cognitivos da criança, se tem ou não acesso a tratamento terapêutico, são alguns dos fatores que precisam ser observados”, detalha a coordenadora.

“Não adianta o profissional ter conhecimento técnico e não escutar a criança. Escutar o corpo agitado ou o corpo quieto demais nas aulas, os gestos nos comunicam que algo vai bem ou que precisamos mediar a situação. Diante de uma escuta atenta é importante traçar um plano de ensino individualizado para esta criança, independente se ela tem diagnóstico ou não”, garante Seixas.

As unidades de ensino do Grupo Tiradentes em Sergipe, Alagoas e Pernambuco possuem Núcleos de Apoio Pedagógico e Psicossocial (Napps), que representam um diferencial na formação de profissionais que podem atender pessoas com dificuldade de aprendizagem. “O Napps foi instituído pela Unit como forma de promover, de forma gratuita, acolhimento e suporte aos alunos e colaboradores da instituição com deficiências, síndromes, transtornos de aprendizagem, etc., ou que vivenciam situações de conflito que interferem no processo de aprendizagem e/ou nas relações sociais e comunitárias”, destaca a dra. Catharine.