Educação

São Paulo suspende aulas a partir do dia 16 de março após coronavírus

Suspensão completa das aulas nas públicas e particulares deve ocorrer na outra segunda-feira (23). 'Nós não faremos uma interrupção das aulas de qualquer maneira', disse o secretário.

Por G1 13/03/2020 21h09
São Paulo suspende aulas a partir do dia 16 de março após coronavírus
Reprodução - Foto: Assessoria

O governo de São Paulo e a Prefeitura da capital paulista anunciaram nesta sexta-feira (13) que vão suspender gradualmente as aulas nas escolas estaduais e municipais a partir de segunda-feira (16). A suspensão total ocorre a partir do dia 23. Já para as universidades, a orientação é suspender na próxima semana.

"Nós não faremos uma interrupção das aulas de qualquer maneira. Tem que ter um planejamento com as famílias. Não adianta parar as aulas e as crianças ficarem com avô e avó que é o público que mais temos que nos preocupar", disse o secretário da Educação do estado, Rossieli Soares.

"A partir da próxima segunda feira qualquer aluno que puder não frequente a escola, não frequente, desde que a solução não seja deixar os alunos com seus avós", disse o secretário municipal da Educação, Bruno Caetano.

De acordo com o secretário e com o governador João Doria, na próxima semana, as escolas estarão abertas para orientações de prevenção. Para eles, as famílias precisam de tempo para se organizar.

"Estamos dando mais de 10 dias para as famílias organizarem", disse Rossieli.

"Estamos programando atividades à distância com patrocínio de dados: os alunos entrarão em determinado momento para que os alunos acessem o aplicativo gratuitamente mesmo que ele não tenha internet própria", completou.

Bruno Caetano pediu que as famílias atualizem seus dados de endereço e telefone para que orientações sejam repassadas com mais facilidade. A rede estadual de ensino reúne 5,1 mil escolas e atende 3,5 milhões de alunos.

Doria afirmou que recomendou o mesmo em relação ao ensino privado e afirmou que já comunicou o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo.

O Sindicato afirmou ao G1 que vai seguir a recomendação e avisar as escolas particulares para fecharem gradualmente a partir de segunda-feira 16, até fecharem completamente no dia 23.

Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo, disse que participou de todas as reuniões com as autoridades do estado para decidir as medidas de prevenção ao contágio de coronavírus em ambiente escolar.

“Temos escolas em período integral. Simplesmente falar para os pais que iremos suspender as aulas isso afetaria demais a vida dessas famílias. Vamos adotar o que o secretário de educação anunciou nesta sexta-feira. Acredito que em duas semanas estaremos com as aulas suspensas nas escolas particulares”, disse Ribeiro.

No estado, cerca de 2,3 milhões de alunos estão matriculados em escolas particulares e mais de 600 mil professores. “O vírus é muito violento, muito rápido. O pico de contágio do coronavírus pode ocorrer em duas semanas, nós vivemos num país tropical e pode ser tudo diferente aqui diante do que ocorreu nos outros países.”

A cidade de São Paulo tem 4,5 mil escolas particulares e o estado de São Paulo tem 10 mil escolas. “É uma situação inusitada para todos nós. A transmissão comunitária chama a atenção para evitar que isso se espalhe sem controle.”

Oficialmente, o estado tem 56 casos de coronavírus confirmados até esta sexta-feira (13).

Universidades

Doria afirmou que a orientação é que as universidades públicas já suspendam as aulas. "A decisão é orientar universidades públicas e privadas de suspender as aulas exceto os cursos de biológicas. Eu tenho certeza que pelo bom senso a direção da PUC, por exemplo, adotará essa medida", disse Doria.