Educação

Usuária do Caps é aprovada no Enem e ingressa na Ufal

Aprovada na 1ª chamada do Sisu, a universitária, de 22 anos, frequenta o Caps desde 2017, quando foi diagnosticada com depressão e ansiedade

Por Assessoria 07/02/2020 12h40
Usuária do Caps é aprovada no Enem e ingressa na Ufal
Reprodução - Foto: Assessoria
O ano intenso de estudos para realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) trouxe no resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a aprovação de Erika Imbrugla no curso de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A aprovação é momento de muita alegria para milhares de estudantes, mas para a usuária do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Enfermeira Noraci Pedrosa, no bairro Jacintinho, a conquista é ainda mais comemorada. Aprovada na 1ª chamada do Sisu, a universitária, de 22 anos, frequenta o Caps desde 2017, quando foi diagnosticada com depressão e ansiedade. Ela destaca o auxílio do tratamento nesta e em outras conquistas. “Eu fui pra psicóloga e ela me encaminhou para o psiquiatra, porque eu estava com sintomas de ansiedade grave e depressão. Então, eu procurei o Caps, fiz uma triagem, fui pra psiquiatra que me receitou os remédios e comecei a fazer o tratamento”, relata. Erika conta ainda quais as atividades desempenhadas por ela na unidade. “Aqui eu jogo bingo, faço atividades físicas e também tem o xadrex, que é o meu preferido. O xadrez me ajudou na concentração, em focar mais tempo em uma coisa, porque eu me distraía muito fácil, e esse é um jogo de pensar e analisar”, disse. Além das aulas na faculdade, que iniciam em março, a usuária também retornou ao curso técnico de Análises Clínicas em uma escola de Enfermagem de Maceió. “Eu fiquei muito feliz com tudo isso. É um desafio, mas, ao mesmo tempo, também vai me ajudar mais”, completa. Nos Caps, cada usuário conta com um Técnico de Referência (TR). No caso de Erika, a TR é a farmacêutica Mônia Oliveira, que explica a importância da aceitação das orientações repassadas ao paciente e condução durante as atividades do cotidiano. “A gente é mais como um guia, porque eu não tenho função de psicóloga, nem sou psiquiatra. Eu desempenho minha função como farmacêutica aqui na unidade, mas o TR é como se fosse um profissional que se engajasse mais nos assuntos dela. É um processo de construção, cada dia tem uma coisa nova e a gente trabalha orientando e conduzindo no dia a dia”, conta. A farmacêutica frisa ainda a evolução da paciente. “Ela vem reduzindo o tempo aqui no serviço e agora ficará com o acompanhamento ambulatorial e com a psiquiatra, ou seja, já é outro passo para ela seguir”, disse. A felicidade pela aprovação não se restringe à estudante e familiares. Toda equipe da unidade comemorou junto. “Ontem eu conversava com a assistente social e disse da felicidade e gratidão de ver nosso trabalho sendo tão bem empregado e dando resultado tão favorável como estamos vendo. Primeiro com o Alexsandro, que se formou em Gastronomia, e hoje a gente vê a Erika bem tranquila, sendo acompanhada pela família que dá o suporte. Então, essa vitória da Erika também é a nossa vitória”, disse a gerente da unidade, Rita de Cássia. Para a gerente, resultados como esse – e outros avanços de cada usuário – mostram os benefícios do modelo utilizado pelos Caps. “A gente vê, mais uma vez, o nosso trabalho fluindo e o nosso objetivo principal sendo alcançado, que é a inclusão social. Esse tipo de tratamento surte muito efeito, porque tem esse tratamento humanizado. A gente conhece cada paciente nosso, sabe o nome de cada um, tratamos como devem ser tratados e criamos esse vínculo com eles”, frisou. A usuária concorda e afirma que o tratamento ofertado pelo Caps é realmente diferenciado. “Aqui tem atividades ocupacionais e foi importante pra mim. Antes eu não tinha uma atividade para me distrair e, desde 2017, é o Caps que vem me ajudando a não pensar besteira e não fazer, porque acaba ocupando o tempo e a mente. Aqui eu gosto dos profissionais e dos colegas, porque um vai ajudando o outro”, finaliza Erika.