Educação

Estudantes participam de provas da segunda aplicação do Enem

Começou às 13h30 (horário de Brasília) a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio para os 277.624 candidatos

Por Agência Brasil 03/12/2016 16h27
Estudantes participam de provas da segunda aplicação do Enem
Reprodução - Foto: Assessoria

Começou às 13h30 (horário de Brasília) a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para os 277.624 candidatos que não puderam fazer as provas no início de novembro, em razão da ocupação de escolas e universidades em diversos estados. Os portões foram abertos às 12h30 e a fecharam às 13h. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), nenhum dos 23 estados que estão sediando as provas apresentou registro de problemas até o momento. Em Brasília, o adiamento da data dividiu opiniões dos estudantes. Alguns reclamaram que a mudança trouxe mais ansiedade. “Achei que foi um pouco desnecessário, se adiou pra um, tem que adiar pra todo mundo. Fiquei um pouco mais ansiosa”, diz Edinalva Maria Santiago, 18 anos, que sonha em cursar medicina. Já para Aline Conceição Silva, 18 anos, o tempo adiado serviu para intensificar os estudos. “Pra mim individualmente foi bom, porque os professores tiveram tempo de passar matérias que eles não tinham passado. Espero que a prova seja no mesmo nível que os outros, diz a estudante, que pretende fazer o curso de Direito.

Alguns alunos do 2° ano Ensino Médio que já tinham se inscrito no Enem para treinar, os chamados treineiros, reclamaram que a nova data coincidiu com o dia de realização da segunda etapa do Programa de Avaliação Seriada (PAS), da Universidade de Brasília (UnB). Carolina Carvalho Santiago, de 16 anos, está no 2°ano e fez o Enem para se preparar. Um de seus alvos é o curso de medicina da UnB. Com a mudança da data ela teve que abrir mão da prova seriada. “Estudei muito. Esse adiamento não gostei muito, porque caiu bem na data do PAS e aí você teve que escolher se ia fazer o PAS ou o Enem. E o pior que os dois você paga, então é uma perda muito grande”, reclama. A jovem afirma que seus pais recorrerão às instituições responsáveis pelas provas para conseguir uma nova oportunidade para realização da etapa da UnB, ou para pedir ressarcimento do valor pago na inscrição.

A assessoria do Cespe, órgão responsável pela aplicação das provas da UnB, informou que os estudantes teriam que escolher e que não há a possibilidade de aplicação do exame em nova data ou ressarcimento da inscrição. O Inep reafirmou que as datas da prova foram escolhidas em conformidade com o cronograma do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o Programa Universidade pra Todos (ProUni). No caso do PAS da UnB, a assessoria lembra que a prova deste fim de semana é direcionada para alunos do 2° ano do ensino médio, perfil que ainda não está apto para ingresso no ensino superior pelo Enem.

Rio de Janeiro

No Rio, o Enem foi aplicado em três locais. Em um deles, no Centro Universitário IBMR, na Praia de Botafogo, os estudantes aguardaram do lado de fora até às 12h30, quando foram chamados para começar a entrar.

O técnico em informática Rubens de Meneses, que pretende cursar uma graduação na área de informática, considerou que o adiamento da prova lhe beneficiou, pois teve mais tempo para estudar. “Estudei cinco dias por semana. O adiamento para mim foi benéfico, deu tempo de estudar mais”, disse ele, que acredita ir melhor em história e encontrar mais dificuldades em química.

Irmã de Rubens, Samara Rodrigues pretende conseguir uma vaga em fisioterapia. Para ela, porém, o adiamento foi pior, pois considera que ficou mais tensa. “Para mim foi pior, pois eu sou nervosa. Era melhor ter feito antes, pois aí acabava logo. Mesmo eu tendo estudado, sempre o nervosismo vai atrapalhar. Hoje o que eu estou com mais medo é de história, mas devo ir bem em química e biologia”, disse ela, que aposta em um bom resultado em redação, na prova de amanhã.

Para o professor de química Pedro César Fiortti, que estava à porta acalmando alguns alunos, o adiamento foi prejudicial, pois atrapalhou o planejamento dos estudantes. “Para a maioria não foi benéfico, pois o aluno já está preparado, vem de uma pressão enorme. Psicologicamente, eu não acredito que tenha ajudado, porque a gente já vem preparando eles para tal dia, tem todo um planejamento de aula”, disse o professor.