Economia

Produção Agrícola Municipal: área plantada cai, mas valor de produção bate recorde em Alagoas

Por IBGE 11/09/2025 10h57
Produção Agrícola Municipal: área plantada cai, mas valor de produção bate recorde em Alagoas
Produção Agrícola Municipal: área plantada cai, mas valor de produção bate recorde em Alagoas - Foto: Thayana Araújo/Ascom Seagri

Apesar da redução na área plantada em Alagoas – que passou de 482 mil hectares em 2023 para 464 mil hectares em 2024 –, o estado registrou, pelo sexto ano consecutivo, crescimento no valor da produção agrícola. Pela primeira vez, o montante ultrapassou a marca de R$ 4 bilhões.

Os dados são da pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM) 2024, divulgados hoje (11) pelo IBGE. No último ano, o valor da produção chegou a R$ 4,135 bilhões, um aumento de 5,3% em relação a 2023 (R$ 3,926 bilhões).

As culturas com maior valor de produção foram, nessa ordem, cana-de-açúcar, mandioca, banana, laranja e abacaxi, que juntas representam mais de 80% do total produzido no estado.


Alagoas foi o maior produtor de cana-de-açúcar da região Nordeste em 2024 e o sétimo do país, com 18,7 milhões de toneladas. Destaque para o município de Coruripe, maior produtor do estado, que colheu 3,6 milhões de toneladas e teve um crescimento de 31,6% no valor da produção, que passou de R$ 357,6 milhões (2023) para R$ 470,6 milhões (2024).Teotônio Vilela, que ocupava a terceira posição na produção de mandioca em 2023, superou São Sebastião e Junqueiro, assumindo a liderança estadual em 2024. O município produziu 69 mil toneladas (alta de cerca de 80%) e alcançou R$ 40 milhões em valor de produção – 52% acima do registrado no ano anterior.

Mesmo com uma queda de 32,5% na produção de banana, União dos Palmares manteve a liderança no estado, com quase 16 mil toneladas de cachos e valor de produção de R$ 31,6 milhões.

Santana do Mundaú, por sua vez, teve uma redução de 5% na produção de laranja (de 34,6 mil para 32,8 mil toneladas), mas registrou aumento de 11% no valor da produção, que passou de R$ 55,6 milhões para R$ 61,8 milhões.

Já Limoeiro de Anadia se manteve como maior produtor de abacaxi do estado, com mais de 10 mil toneladas e crescimento de 73% no valor de produção, saltando de R$ 19,5 milhões (2023) para R$ 33,9 milhões (2024).Brasil: valor da produção agrícola cai pelo segundo ano seguido.

Em 2024, o valor de produção das principais culturas agrícolas do país recuou 3,9% frente a 2023 e atingiu R$ 783,2 bilhões. Este é o segundo ano consecutivo de queda, refletindo a diminuição de 7,5% na produção de grãos, que somou 292,5 milhões de toneladas, e no valor de produção desse grupo, que caiu 17,9%, ficando em R$ 431,2 bilhões.

Soja e milho, que representam quase 88,7% da produção de grãos, foram os cultivos mais afetados pelas adversidades climáticas e queda de preços, influenciando os resultados do setor agrícola em 2024.A área plantada do país, considerando todas as culturas pesquisadas, totalizou 97,3 milhões de hectares em 2024. Isto representa ampliação de 1,1 milhão de hectares, ou seja, 1,2% superior à registrada no ano anterior, mantendo o crescimento observado ao longo dos últimos anos.

Dentre os produtos que vêm ganhando mais espaço no campo, a soja se destaca com o acréscimo de 1,8 milhão de hectares da área cultivada, seguida pelo algodão, com aumento de 280,8 mil hectares. Por outro lado, houve uma queda de 4,9% na área cultivada com milho. A área colhida também continua em expansão, com aumento de 0,8%, totalizando 96,5 milhões de hectares.

Segundo o supervisor da pesquisa, Winicius Wagner, as culturas sofreram com o impacto climático do El Niño. “O fenômeno El Niño prejudicou as culturas de verão em 2024. Ele causou uma estiagem prolongada severa em regiões como Centro-norte, Sudeste e parte do Paraná. Soja e milho, em particular, sofreram quedas de 5,0% e 12,9% na produção, respectivamente, e a retração de seus preços impactou o valor de produção agrícola”, comenta.

No ranking de valor de produção, os cinco primeiros produtos continuam sendo soja, cana-de-açúcar, milho, café e algodão. A cana-de-açúcar, que passou à segunda posição, trocou de lugar com o milho, que agora ocupa a terceira posição. Os resultados variaram na comparação entre 2023 e 2024: soja (-25,4%), cana-de-açúcar (3,0%), milho (-13,5%), café (58,1%) e algodão (4,3%).Mesmo com uma queda de 25,4% no valor de produção em 2024, a soja continuou sendo o principal destaque em termos de valor gerado na agricultura brasileira, representando cerca de um terço do total nacional da produção e mantendo o Brasil como maior produtor e exportador global da oleaginosa. Já o crescimento no valor da cana-de-açúcar ficou por conta do aumento dos preços, principalmente do etanol.

Entre as contribuições positivas no valor de produção, destacam-se o café, o cacau e o arroz, impulsionados principalmente pelo aumento das cotações dessas commodities.

O café teve um aumento de 58,1% no valor de produção, totalizando R$ 69,2 bilhões, passando a ser o segundo produto agropecuário em geração de receita com as exportações em 2024. O arroz apresentou aumento de 3,8% no volume produzido e 25,7% no valor de produção, aparecendo como sétima posição em valor de produção. O cacau, com um aumento substancial na cotação da commodity no mercado internacional, saltou 229,4% no valor de produção anual, subindo para a décima posição.

Mais sobre a pesquisa

A PAM mensura as variáveis fundamentais, que caracterizam as informações sobre 64 produtos em todo o país. A pesquisa é uma das principais fontes de estatísticas municipais, levantando informações sobre área plantada, área destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio obtido e valor de produção das culturas temporárias e permanentes investigadas, com informações relevantes para os planejamentos público e privado desse segmento econômico, bem como para a comunidade acadêmica e o público em geral.

Consulte informações completas sobre a PAM na Agência de Notícias do IBGE, pelo link: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/44465-pam-2024-com-queda-nos-precos-e-na-safra-de-graos-valor-da-producao-agricola-cai-pelo-segundo-ano-seguido.