Economia
Queda de juros e ano pré-eleitoral: o que muda para o investidor brasileiro

Com o mercado precificando cortes na Selic e o calendário político já trazendo o clima das eleições de 2026, o investidor brasileiro entra em um novo ciclo que exige reposicionamento da carteira. A combinação de juros menores e maior volatilidade política tende a afetar tanto a renda fixa quanto a renda variável, além de reforçar a importância da diversificação internacional e das estratégias de proteção patrimonial.
Entre os impactos, está o da queda de juros na renda fixa, que vinha entregando retornos elevados e praticamente livres de volatilidade. Com a Selic projetada para cair gradualmente, a rentabilidade real desses ativos tende a diminuir, aumentando a necessidade de buscar alternativas mais diversificadas. Produtos atrelados à inflação ganham espaço como forma de preservar poder de compra.
Segundo o sócio fundador da FATTO Capital e especialista em planejamento patrimonial para alta renda, Paulo Soprana, investidores mais conservadores precisam avaliar prazos e indexadores para manter ganhos atrativos. “A Selic em patamares elevados trouxe conforto e previsibilidade para quem concentrou recursos na renda fixa. Mas esse cenário está mudando rapidamente, e ficar parado pode significar perder oportunidades ou se expor a riscos desnecessários”, afirma.
Historicamente, períodos que antecedem eleições no Brasil trazem incertezas, pressionando câmbio, bolsa e curva de juros. Um planejamento patrimonial bem estruturado leva isso em conta e prepara o investidor para diferentes cenários
Em um ambiente de juros menores e riscos políticos elevados, a gestão de patrimônio deve considerar diversificação global, reduzindo a correlação com ativos locais e diluição de riscos; proteção cambial, com uso de instrumentos que suavizem impactos da oscilação do dólar; setores defensivos, priorizando segmentos menos sensíveis ao ciclo político-eleitoral; e planejamento tributário e sucessório, com alinhamento de investimentos com objetivos de longo prazo, preservando a eficiência fiscal.
O novo ciclo econômico exige que o investidor brasileiro vá além da simples escolha entre renda fixa e variável. É hora de pensar em termos de estratégia integrada, que considere juros, política e patrimônio como um todo.
“Quem se antecipa a esses movimentos não apenas protege o que já conquistou, mas também cria condições para capturar oportunidades que surgem nos momentos de mudança”, conclui Soprana.
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