Economia

Nordeste contribui com 17% de novos empregos do Brasil, aponta Sudene

Dados são baseados no resultado do Novo Caged, divulgados na quarta-feira (28)

Por Ascom Sudene 29/05/2025 18h34 - Atualizado em 30/05/2025 00h48
Nordeste contribui com 17% de novos empregos do Brasil, aponta Sudene
Construção civil - Foto: Assessoria

Em abril, o Nordeste apresentou um saldo positivo de 45.642 novos postos de trabalho, o que representa 17,7% do saldo de 257.528 novos empregos no País. No acumulado do ano, o Nordeste apresenta um saldo de 78.567 empregos gerados, o que equivale a 8,5% do acumulado no País. Esse número representa uma média de aproximadamente 19,6 mil empregos líquidos por mês. Os dados são da Coordenação de Estudos e Pesquisas da Sudene, com base no resultado do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado nesta quarta-feira (28).

No que se refere aos estados nordestinos, todos obtiveram um saldo positivo. Os destaques foram Bahia, Ceará e Pernambuco, com 14.353, 9.221 e 7.5018ovos postos de trabalho, respectivamente, o equivalente a 31,5%, a 20,2% e a 16,4% dos novos postos da Região. Na sequência, aparecem Maranhão (3.582), Piauí (3.218), Rio Grande do Norte (2.927), Sergipe (2.849), Paraíba (1.577) e Alagoas (414).

"O resultado de abril representa uma reversão do resultado negativo observado na Região em março. O setor de serviços foi o grande motor dessa recuperação, sendo responsável por cerca de 65% do saldo do Nordeste como um todo. Com relação aos estados, Bahia, Ceará e Pernambuco representaram, juntos, mais que dois terços do saldo da Região", afirmou o economista Miguel Vieira, da Sudene.

Em termos setoriais, o grande destaque na Região Nordeste foi o setor de serviços, com a construção civil e o comércio também apresentando um bom desempenho. O primeiro foi responsável por 29.855 novos postos de trabalho na Região, ao passo que os outros dois responderam por 10.662 e 8.463 novos empregos, respectivamente.

No setor de serviços, destacaram-se, em valores absolutos, Bahia, com saldo de 7.850 Pernambuco, com 7.661 novos empregos, e Ceará, com 4.095 novos postos de trabalho. Em termos proporcionais ao saldo de cada estado, o setor de serviços foi destaque em todos os estados, sendo responsável pela maior parte do saldo positivo em todos eles. Em Alagoas, o saldo do setor foi quase três vezes maior que o saldo total do estado. Algo parecido foi observado na Paraíba e em Pernambuco, nos quais o setor de serviços apresentou um saldo superior ao do estado como um todo.

Desagregando-se um pouco mais o setor de serviços, é possível observar que as "Atividades Administrativas e Serviços Complementares" foram as grandes impulsionadoras para o saldo positivo, com 10.426 novos postos de trabalho, o que corresponde a cerca de 35% do saldo do setor no Nordeste. Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte, com 4.429, 2.209 e 1.618 novos postos de trabalho, responderam por cerca de 79% do saldo das "Atividades Administrativas e Serviços Complementares". Ainda no setor de serviços, saúde e educação também apresentaram um bom desempenho, com saldos de 4.362 para a primeira e de 3.433 novos postos de trabalho para a segunda, com destaque para Bahia (1.933 para Saúde e 1.101 para Educação).

No construção, destacaram-se Ceará, Bahia e Pernambuco, com 2.472, 2.304 e 1.640 novos postos de trabalho, respectivamente. Juntos, responderam por cerca de 60% do saldo da Região no setor. Em termos proporcionais, chamam a atenção os estados de Alagoas e da Paraíba, nos quais o setor representou quase o dobro do saldo total do estado e 50,7% do saldo total do estado, respectivamente.

No comércio, destacaram-se Bahia, Pernambuco e Ceará, com saldos de 1.982, 1.731 e 1.465 novos postos de trabalho, respectivamente, representando cerca de 61% do saldo do setor no Nordeste. "Em termos proporcionais, o setor de comercio foi responsável por um valor quase equivalente ao saldo total de Alagoas e por 32,7% do saldo da Paraíba", disse Miguel Vieira.

O setor industrial, por sua vez, apresentou como destaques Bahia, com 2.712 novos postos de trabalho, e Ceará, com 1.340 novos postos. Piauí (792), Maranhão (249) e Rio Grande do Norte (223) também apresentaram saldos positivos. Por outro lado, os demais estados apresentaram saldo negativo, com Pernambuco e Alagoas apresentando saldos de –2.988 e de -1.883 postos de trabalho, respectivamente, o que fez com que a Região como um todo apresentasse um saldo negativo de -152 postos de trabalho na Indústria. Para a Indústria de Transformação, o saldo foi ainda mais negativo (-935). Em termos proporcionais, os novos postos da Indústria representaram 24,6% do saldo total do Piauí, 18,9% na Bahia, 14,5% no Ceará e 7% no Maranhão.

Por fim, no setor agropecuário, apenas Sergipe, com 99 novos postos de trabalho apresentou saldo positivo. O Nordeste apresentou um saldo negativo de –3.183 postos de trabalho no setor.