A proximidade da Semana Santa traz para os chocólatras a melhor desculpa do ano para saborear os tradicionais ovos de Páscoa, afinal é a época mais doce do ano. No entanto, essa Páscoa 2025 trouxe consigo um sabor nada agradável: o elevado preço do chocolate, principal matéria-prima do doce mais tradicional da data. Apesar do elevado preço, a Aliança Comercial aposta que a venda de ovos de Páscoa neste ano, irá superar em 10% a comercialização do produto no ano passado.

Em busca dos tradicionais ovos de Páscoa, estava a dona de casa Emilly Gomes. A intenção é agradar ao filho. O menino não abre mão de ganhar a guloseima tradicional e, de preferência, com brinquedo. Entre indas e vindas, pesquisas e comparações, Emilly achou um na faixa de R$ 60,00. “Garanti o ovo de Páscoa dele, sem afetar tanto assim o bolso”, contou.

A professora de idiomas natural da Cancun, Ileana Salacae está há dois anos em Alagoas com toda a família. Com pelo menos seis pessoas para presentear no Domingo de Páscoa, ela optou pelas barras de chocolate como formar de marcar a passagem da data. “Ninguém ficará sem chocolate, mesmo que em formato de barras”, sorriu.

Para aqueles que não abrem mão do chocolate e fazem questão de ter algo mais personalizado, as opções são os ovos caseiros de chocolate. Com sabores, preços e tamanhos que vão além dos de fabricação em larga escala, há anos esse tipo de produção caiu no gosto do consumidor.

A doceira Thaiana Cristina da Silva Amorim tem em sua carteira clientes fiéis há anos, mesmo assim percebeu que as vendas este ano estão um pouco menores do que no ano passado. A culpa? O preço do cacau, do chocolate.

Com cardápio bastante variado e flexível, ela comercializa produtos de 50 gramas até de 350 gramas. “Caso o cliente queira um tamanho ainda maior, fazemos de acordo com seu desejo”, afirmou, de olho em agradar cada freguês.

Thaiana Amorim explicou que neste ano, a novidade são as lembranças de Páscoa. São produtos pequenos para simbolizar o momento, a exemplo de pirulitos, trio de mini ovos e palha italiana. Os preços variam de R$ 6,00 a R$ 79,90, a depender do pedido e do tamanho.

Com 20 anos de experiência no ramo da confeitaria, Thaiana Amorim sabe, de olhos fechados, que quem opta pelos ovos caseiros de chocolate quer produtos de qualidade e, acima de tudo, um sabor agradável, além de uma personalização feita com bastante carinho. Passado o período da Páscoa, as suas mãos continuam a trabalhar com doces, salgados e bolos para festa. Contatos com Thaiana Amorim podem ser feitos, através do @confeitariamorim

Há cinco anos produzindo delícias, Lilyanne Guimarães Brêda Baracho já entendeu que a oferta precisa se adequar à procura. Nesta Páscoa, especificamente, ela optou por oferecer produtos com o preço mais atrativo em uma tentativa de driblar o gosto amargo do preço da matéria-prima.

Além de ovos de colher, sua marca @doce_lilla apresenta barra recheada, cone, ovinhos trufados. O menor produto tem 50 gramas. Os ovos de colher apresentam versão 250 gramas, podendo chegar a até 350 gramas. O preço médio do ovo de colher é R$ 75,00. O cone trufado é vendido por R$ 10,00.

Com visão empreendedora, Lilyanne Brêda, lançou, como novidade nesta Páscoa caixinhas com mini ovos trufados. “Hoje em dia os consumidores estão atrás de preço. A crise gerada com o alto valor do cacau afetou o mundo todo. Estamos sofrendo com os valores absurdos dos chocolates entre outros produtos. Tudo aumentando e ainda temos que ter um preço atrativo”, comparou.

Fora da Páscoa, a movimentação continua para Lilyanne Brêda. Ela faz doces para revenda. No cardápio, não faltam brownies, cone, pipoca, trufa, sobremesa na taça.

Danyelle Santos do Nascimento Calaça, há cinco anos transformando pedidos em delícias doces, também está sentindo o reflexo do elevado preço do cacau nos pedidos feitos pelos clientes.

Ela trabalha com bolo e doces em geral. Nesta Páscoa, além dos ovos está oferecendo doces personalizados e cone trufado. Este ao preço de R$ 12,00. Os ovos, com tamanhos de 250 gramas a 350 gramas são vendidos a R$ 60,00 e R$ 75,00, respectivamente.

Este ano, um dos carros-chefes é o sabor de ninho com morango. A junção ganhou até mesmo o gosto da confeiteira. Ano passado, Danyelle Calaça apostou no chocolate com morango. O sucesso foi garantido.

Dona da marca @caprichos_da_dany, quem a procura, encontra um produto com sabor e recheio. “O ovo de colher é o maior diferencial, pois além de muito sabor é bastante recheado”, ensinou.

Procon

– Para ajudar os consumidores a acharem os tradicionais produtos da Páscoa que agradam ao paladar sem afetar o bolso, o Procon Maceió divulgou pesquisas de preços de itens mais procurados da época. O levantamento foi realizado em balanças de pescados, shoppings e supermercados.

Na mira do órgão de defesa do consumidor, estavam ovos de Páscoa, barras de chocolate, caixas de bombons, pescados, vinhos, azeite e leite de coco. O Procon Maceió visitou 17 estabelecimentos em vários pontos da capital alagoana.

Os fiscais avaliaram produtos iguais, destacando o preço em cada loja e a variação de valores com o intuito de facilitar a compra dos consumidores, nos dias que antecedem a Semana Santa.

Das variações de preços registradas, o Procon Maceió destaca os ovos de Páscoa que podem ser encontrados de R$ 41,85 até R$ 449,90, a depender da marca e do produto procurado.

A pesquisa também contemplou barras de chocolate que estão custando, a partir de R$ 5,99, e caixas de bombom, a partir de R$ 11,49. As lojas especializadas em chocolate também foram visitadas com opções a partir de R$ 17,90 com 30 gramas.

O Procon Maceió orientou que o consumidor faça uma pesquisa de preços antes de comprar os produtos da Semana Santa Para se ter uma ideia, o azeite de oliva pode ter uma variação de preço de 503,05%, com valores de R$ 15,75 a R$ 94,98.

Em relação aos pescados, o preço dos peixes varia entre R$ 15,90 a R$ 259,00, sendo vendidos inteiros ou em posta. Os vinhos nacionais podem ser encontrados de R$ 80,90 até R$ 269,00.

Os canais de atendimento do Procon Maceió estão disponíveis de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, através do número 0800 082 4567 e do WhatsApp (82) 98882-8326 para dúvidas, reclamações ou denúncias.