Economia

Vendas para festas de final de ano devem crescer mais de 10% este ano em Maceió

Previsão é da Fecomércio AL; movimentação intensa no Centro e nos shoppings gera otimismo entre empresários da capital alagoana

Por Valdete Calheiros - colaboradora / Tribuna Independente 24/12/2024 09h08 - Atualizado em 24/12/2024 14h44
Vendas para festas de final de ano devem crescer mais de 10% este ano em Maceió
Milhares de consumidores lotam o calçadão do Centro de Maceió para as compras do final de ano - Foto: Edilson Omena

Abrir os presentes na noite de Natal é, junto à ceia em família, um dos rituais mais esperados às vésperas do dia 25 de dezembro. Os festejos natalinos são, mesmo para quem compra apenas uma lembrancinha, o melhor momento do ano para o comércio de bens e de serviços. Nenhuma outra data festiva do ano movimenta tanto a economia e agrada aos lojistas do que a tradicional troca de presentes entre familiares, amigos e colegas de trabalho.

A movimentação no Centro da cidade está intensa. E nos principais shoppings centers da capital também. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio) prevê um aumento nas vendas de 10,01% em relação ao período do ano passado.

A agente de saúde Vanessa Rocha, 35 anos, estava escolhendo presentes para a família toda, em especial, para os filhos e o primeiro neto. Mantendo a tradição natalina, a ceia será na sua casa e ao mesmo tempo em que celebram a data, trocarão os presentes. “Apesar da minha pouca idade já sou avó. E este será o primeiro Natal do meu neto. Faço questão que seja tudo como eu aprendi com meus pais. Família reunida à mesa e com muitos presentes”, contou.

A autônoma Maria Luana da Silva, 36 anos, diz que sente falta dos Natais quando era criança. Segundo ela, as pessoas refletiam mais sobre o nascimento de Jesus. Atualmente, segundo sua avaliação, não há mais tanta harmonia familiar e a intenção é só em gastar dinheiro com presentes.

Em um dos shoppings da capital, o empresário Raimundo Amaral, dono de uma joalheria, torce para que as vendas alcancem pelo menos 5% a mais do que as vendas no mesmo período do ano passado. “Joias são o melhor presente. São eternas, mesmo que o investimento seja um pouco mais elevado”, disse, com entusiasmo de vendedor.

A psicóloga Jennyfer Amanda Chagas, 23 anos, estava no shopping escolhendo presentes para o esposo, familiares e sogra. Ela considera importante essa troca de carinho e afeto, além de fazer questão de todos reunidos na hora da ceia.

Conforme a diretora da Aliança Comercial, Andreia Geraldo, o mês de dezembro é o mês mais importante para o varejo. “Em um único mês temos Natal e Réveillon, construindo uma grande movimentação e fluxo de pessoas a buscarem atender seus desejos e das pessoas a quem irão presentear”.

Isso sem falar no pagamento do 13° salário, detalhou a representante da Aliança Comercial.

Pesquisas apontam queda nos preços de brinquedos e outros produtos

Para os consumidores que não desistem de pesquisar, as compras prometem ser promissoras. Os brinquedos registraram queda de 3,5% em relação ao ano passado. bicicletas tiveram redução de 6,2% e aparelhos eletrônicos baixaram 5,5%. Tais reduções encontram explicação no fato de os estoques terem sido garantidos antes de salto do dólar em relação ao real.

Conforme a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL), recente pesquisa do Instituto Fecomércio sobre a intenção de consumo para este Natal estima que a data deve movimentar aproximadamente R$ 54,5 milhões na economia de Maceió. A mesma pesquisa aponta que o valor médio a ser gasto em um presente é R$ 320,15.

Os brinquedos são os presentes preferidos pelas crianças no Natal (Foto: Edilson Omena)

Caso essa expectativa seja efetivada, representará um avanço de 10,1% comparado ao desempenho em 2022; último ano no qual a pesquisa foi realizada.

E dentro dessas expetativas de compras, tem ganhado destaque a escolha por itens artesanais, fomentando a chamada economia criativa. As produções englobam áreas como atividades artesanais, arquitetura, design, artes cênicas e artes visuais.

É bom para o comércio. É bom para quem comemora a data. E até mesmo a economia criativa ganha, quando os consumidores optam pelos presentes feitos à mão.

Conforme o Painel de Dados da Fundação Itaú, deste ano, o Brasil tem 7,7 milhões de trabalhadores criativos. Deste total, 54.470 são alagoanos. Entre os produtos que mais atraem os olhares dos clientes estão bolsas de luxo, toalhas, almofadas, sousplats, mandalas com o Divino Espírito Santo.

No Natal, varejo avança com pagamento do 13º salário

Para o presidente da Fecomércio, em Alagoas, Adeildo Sotero, as vendas do período se refletem no otimismo dos empresários. “O final de ano é positivo para o comércio. Além da tradição de presentear no Natal, o varejo é impulsionado pelo pagamento do décimo terceiro. Esse aumento nas vendas anima os empresários, que acabam tendo um pouco de fôlego financeiro para planejarem o início de 2025”, ressaltou.

Realizada entre os dias 7 e 10 de dezembro, uma pesquisa indica que 68,50% dos consumidores irão às compras com um tíquete médio estimado em R$ 320,15. Já 31,47% não têm a intenção de adquirirem produtos. Entre os motivos, 46,24% disseram estar endividados, 35,48% estão mais cautelosos e 8,60% estão desempregados, mas há também quem declarou não estar necessitando de nada (3,23%) ou já ter feito as compras da época (2,15%).

Adeildo Sotero, presidente da Fecomércio AL, diz que as vendas refletem no otimismo dos empresários (Foto: Reprodução)

Para os que irão comprar, 31,67% pretendem investir em calçados e/ou acessórios; 25,42% buscarão peças de vestuários; 16,67 devem investir em brinquedos; 8,33% em cestas natalinas; 7,08% em livros e/ou jogos; e 3,75% em joias e/ou bijuterias. Ainda conforme o levantamento, a maioria dos consumidores irá se auto presentear (28,33%). Entre os que vão presentear, os destinatários serão filhos (21,08%), cônjuge (15,35%), pais (12,31, %), e irmãos (5,23%).

Shopping são os locais mais procurados

Os shoppings (41,08%) e o Centro da cidade (37,32%) são os locais mais procurados pelos consumidores, enquanto as compras online ocuparão a terceira posição (14,08%), seguidas pelas lojas de rua/bairro/galerias (4,93%).

Para os consumidores que comprarão em lojas físicas, os principais motivos que os fazem entrar nos estabelecimentos são a qualidade do produto (27,72%), as promoções (24,92%), os preços baixos (24,26%), a praticidade (5,61%), o conforto (4,79%), costume e hábito (4,29%), o atendimento (3,47%), a vitrine (3,14%), a proximidade (1,32%) e o custo-benefício (0,33%).

Ainda de acordo com o Instituto Fecomércio, para 28,12% dos consumidores as compras serão parceladas no cartão de crédito, enquanto o Pix (26,16%) ocupará o segundo lugar na preferência. Detalhando um pouco mais, a pesquisa sinaliza que 19,56% usarão o cartão de crédito na modalidade de débito e, 13,45%, na modalidade rotativa (13,45%), mas há quem deva pagar em dinheiro (11,98%), no crediário de loja (0,49%) e no cheque pré-datado (0,24%).

No geral, dentre os que declararam a intenção de compra, o valor a ser gasto deverá ficar entre R$ 101,00 e R$ 200,00, para 17,61%; entre R$ 201,00 e R$ 300,00, para 12,24%; e entre R$ 301,00 e R$ 400,00, para 13,73%. A menor faixa de valor será até R$ 100 (4,48%) e, a maior, acima de R$ 1.000,00 (11,94%). Quanto à quantidade, 15,70% comprarão um presente, 28,49% adquirirão dois e 18,60% gastarão com três.