Após a maternidade, muitas mulheres enfrentam desafios significativos ao retornar ao mercado de trabalho tradicional. A psicóloga Gabriela Borba, especialista em maternidade e em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), destaca que a falta de flexibilidade no ambiente corporativo é uma das principais razões pelas quais muitas mães optam por empreender.

"A maternidade traz uma série de mudanças na vida das mulheres, e conciliar as demandas de ser mãe com as exigências de um trabalho CLT pode ser extremamente desafiador," afirma Gabriela. Ela ainda diz que a sobrecarga e o desgaste emocional são aspectos frequentemente relatados por essas mulheres, que muitas vezes não encontram o suporte necessário no mundo corporativo.

Empreender surge como uma alternativa viável e cada vez mais frequente nesse meio, oferecendo maior liberdade para gerenciar horários e responsabilidades. De acordo com a Pesquisa IRME de 2023, realizada pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) com apoio da Rede Mulher Empreendedora e execução do Instituto Locomotiva, 77% das mulheres começaram a empreender depois da maternidade.

Esse movimento, no entanto, não está isento de desafios. "Embora o empreendedorismo traga a tão desejada flexibilidade, ele também demanda uma grande capacidade de organização e resiliência," explica a psicóloga. "Muitas mães relatam que, apesar dos desafios, a possibilidade de estar mais presente na vida dos filhos e de controlar sua própria rotina compensa os esforços."

O apoio emocional e psicológico é fundamental para essas mulheres, que frequentemente enfrentam a pressão de equilibrar o papel de mãe com o de empreendedora. Gabriela sugere que a busca por redes de apoio e orientação profissional pode fazer a diferença nesse processo.

"O empreendedorismo pós-maternidade não é apenas uma solução prática, mas também uma forma de empoderamento. É importante que as mulheres saibam que não estão sozinhas e que há recursos disponíveis para ajudá-las a passar por essa jornada”, conclui a especialista.