Economia

​Evento em Alagoas traça os destinos da indústria nacional

Por Ana Paula Omena l Valdirene Leão - Tribuna Hoje 04/06/2024 12h11 - Atualizado em 04/06/2024 17h45
​Evento em Alagoas traça os destinos da indústria nacional
Evento reúne especialistas e representantes de grandes empresas nacionais para discutir temas de impacto no mundo - Foto: Edilson Omena

Traçar os destinos da indústria nacional. Este é o foco do evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) que iniciou nessa segunda-feira (3) e segue ao longo deste ano trazendo discussões envolvendo temas relevantes acerca dos cenários e tendências que terão impacto no mundo, no consumo e, principalmente, nas indústrias.

De acordo com José da Silva Nogueira Filho, vice-presidente da federação, a Jornada da Indústria traz uma série de eventos com o objetivo de promover, no estado, discussões sobre temas fundamentais para o desenvolvimento do setor industrial. Para as discussões ao longo do ano, foram selecionados temas, cenários e tendências que terão impacto no mundo, no consumo e, principalmente, nas indústrias. 

Foto: Edilson Omena

“Hoje muito se fala em descarbonização, agenda ESG sigla em inglês (Environmental, Social and Governance) relacionada às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização, que impactam na cadeia de valor de seus negócios. Então nós estamos trazendo para as indústrias do estado de Alagoas conhecimento, informação para prepará-las para esse novo momento. Tanto na nova indústria, dita nova indústria para o desenvolvimento, como nessa linha verde, com o objetivo de proteger o planeta”, destacou. “Há muitas empresas alagoanas já trabalhando na descarbonização e a intenção é que elas entrem no mercado internacional. Alagoas está na frente na questão do álcool, que é um hidrogênio verde”, emendou.

Para Marcello Pio, especialista em políticas e indústria da CNI, ninguém vai fugir da agenda ESG nos próximos anos, já que segundo ele, é uma tendência posta e é preciso avançar. “Nós não precisamos perder tempo incorporando essa Agenda nas atividades da indústria brasileira e, fundamentalmente, a Alagoana. Então, esse tipo de evento e esse movimento que a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas tem feito é colocar o Estado no ritmo ou no mesmo nível dos países desenvolvidos”.

“Avançar nessa Agenda se tornou prioritário por vários motivos. Um deles​, ​e o mais importante, o efeito das mudanças climáticas no Brasil e no mundo como um todo. Mas além disso, isso está se tornando uma exigência de mercado. Então, atendendo a uma agenda ESG, incorporando tendências na área de bioeconomia, ou desenvolvendo um setor, melhor dizendo, de bioeconomia, incorporando tendências e práticas de bioeconomia circular, incorporando tecnologias de automação e tecnologias digitais, incorporando também a questão das tecnologias verdes de uma forma geral, não só as eólicas, a fotovoltaica, mas tecnologias verdes de uma forma mais ampla, materiais biodegradáveis, a gente vai conseguir ser competitivo em internacionalmente, porque isso vai ser uma regra”, explicou Marcelo Pio.

Foto: Edilson Omena

O especialista colocou ainda que o grande desafio é incorporar a pequena e a média empresa nessa agenda ESG, onde às vezes não se percebe a importância comercial e ambiental para a sociedade. “Temos um caminho a percorrer, já começamos, isso é bom, em um evento como esse, com cerca de 80 especialistas participando entre universidades, governo e empresas, isso já dá o tom da importância do tema para o Estado, então os empresários sim sabem que isso vai ser um novo padrão comercial e um novo padrão tecnológico, e eles precisam se adequar a isso”, completou.

Energia renovável dentro da agenda ESG

Júlio Zorzal, assessor técnico do Sesi/ Senai e mestre em Engenharia de Produção, ressaltou a importância da energia renovável dentro da agenda ESG na transição energética, que tem como objetivo principal as tecnologias limpas no processo produtivo. Frisando que quando isso ocorre se reduz o custo operacional.

“Para a indústria alagoana, que faz parte da região nordeste, que tem uma mudança muito forte de energia solar, disponibilidade de sol e de ventos, isso pode ser um diferencial estratégico para o Estado. Então as empresas que buscam justamente trabalhar nessa redução de custos operacionais, acessar essas tecnologias, podem contribuir de forma bem expressiva. Redução de custo dentro da Agenda ESG, isso é um fator que atrai investimentos. Então como o ESG é um tema estratégico de negócios para os investidores, quando eles percebem que as empresas estão investindo justamente nessa tecnologia, além de reduzir, também está reduzindo o impacto ambiental nos seus processos produtivos”, disse Júlio Zorzal.

Foto: Edilson Omena

Conforme ele, o Senai tem desenvolvido capacitações, serviços voltados justamente para tecnologias limpas, principalmente nos processos produtivos. Hoje, por exemplo, há serviços voltados para a eficiência energética, que orientam a empresa a utilizar tecnologias limpas e energéticas para os seus processos. “As tecnologias limpas hoje são um fator competitivo. Então a gente está buscando justamente identificar qual seria o principal potencial aqui do Estado, como as energias fotovoltaicas, a parte de biocombustíveis, produção de energia por meio de biomassa, ou seja, reaproveitamento de resíduos para produção de energia e hidrogênio verde”, salientou.

Até o final do ano, a Jornada da Indústria terá continuidade com os temas Inovação, Produtividade, Saúde e Segurança, Educação Profissional e Sucesso. A programação completa está disponível no site fiea.com.br/ofuturodaindustria/. Além da Fiea, o evento conta com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), BNDES, Finep, Embrapii, Ambipar, Origem, Veolia e Petrobras.

A programação completa da Jornada da Indústria está disponível no site fiea.com.br/ofuturodaindustria/. Além da Fiea, o evento conta com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), BNDES, Finep, Embrapii, Ambipar, Origem, Veolia e Petrobras.