Economia
Evento em Alagoas traça os destinos da indústria nacional
Traçar os destinos da indústria nacional. Este é o foco do evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) que iniciou nessa segunda-feira (3) e segue ao longo deste ano trazendo discussões envolvendo temas relevantes acerca dos cenários e tendências que terão impacto no mundo, no consumo e, principalmente, nas indústrias.
De acordo com José da Silva Nogueira Filho, vice-presidente da federação, a Jornada da Indústria traz uma série de eventos com o objetivo de promover, no estado, discussões sobre temas fundamentais para o desenvolvimento do setor industrial. Para as discussões ao longo do ano, foram selecionados temas, cenários e tendências que terão impacto no mundo, no consumo e, principalmente, nas indústrias.
“Hoje muito se fala em descarbonização, agenda ESG sigla em inglês (Environmental, Social and Governance) relacionada às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização, que impactam na cadeia de valor de seus negócios. Então nós estamos trazendo para as indústrias do estado de Alagoas conhecimento, informação para prepará-las para esse novo momento. Tanto na nova indústria, dita nova indústria para o desenvolvimento, como nessa linha verde, com o objetivo de proteger o planeta”, destacou. “Há muitas empresas alagoanas já trabalhando na descarbonização e a intenção é que elas entrem no mercado internacional. Alagoas está na frente na questão do álcool, que é um hidrogênio verde”, emendou.
Para Marcello Pio, especialista em políticas e indústria da CNI, ninguém vai fugir da agenda ESG nos próximos anos, já que segundo ele, é uma tendência posta e é preciso avançar. “Nós não precisamos perder tempo incorporando essa Agenda nas atividades da indústria brasileira e, fundamentalmente, a Alagoana. Então, esse tipo de evento e esse movimento que a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas tem feito é colocar o Estado no ritmo ou no mesmo nível dos países desenvolvidos”.
“Avançar nessa Agenda se tornou prioritário por vários motivos. Um deles, e o mais importante, o efeito das mudanças climáticas no Brasil e no mundo como um todo. Mas além disso, isso está se tornando uma exigência de mercado. Então, atendendo a uma agenda ESG, incorporando tendências na área de bioeconomia, ou desenvolvendo um setor, melhor dizendo, de bioeconomia, incorporando tendências e práticas de bioeconomia circular, incorporando tecnologias de automação e tecnologias digitais, incorporando também a questão das tecnologias verdes de uma forma geral, não só as eólicas, a fotovoltaica, mas tecnologias verdes de uma forma mais ampla, materiais biodegradáveis, a gente vai conseguir ser competitivo em internacionalmente, porque isso vai ser uma regra”, explicou Marcelo Pio.
O especialista colocou ainda que o grande desafio é incorporar a pequena e a média empresa nessa agenda ESG, onde às vezes não se percebe a importância comercial e ambiental para a sociedade. “Temos um caminho a percorrer, já começamos, isso é bom, em um evento como esse, com cerca de 80 especialistas participando entre universidades, governo e empresas, isso já dá o tom da importância do tema para o Estado, então os empresários sim sabem que isso vai ser um novo padrão comercial e um novo padrão tecnológico, e eles precisam se adequar a isso”, completou.
Energia renovável dentro da agenda ESG
Júlio Zorzal, assessor técnico do Sesi/ Senai e mestre em Engenharia de Produção, ressaltou a importância da energia renovável dentro da agenda ESG na transição energética, que tem como objetivo principal as tecnologias limpas no processo produtivo. Frisando que quando isso ocorre se reduz o custo operacional.
“Para a indústria alagoana, que faz parte da região nordeste, que tem uma mudança muito forte de energia solar, disponibilidade de sol e de ventos, isso pode ser um diferencial estratégico para o Estado. Então as empresas que buscam justamente trabalhar nessa redução de custos operacionais, acessar essas tecnologias, podem contribuir de forma bem expressiva. Redução de custo dentro da Agenda ESG, isso é um fator que atrai investimentos. Então como o ESG é um tema estratégico de negócios para os investidores, quando eles percebem que as empresas estão investindo justamente nessa tecnologia, além de reduzir, também está reduzindo o impacto ambiental nos seus processos produtivos”, disse Júlio Zorzal.
Conforme ele, o Senai tem desenvolvido capacitações, serviços voltados justamente para tecnologias limpas, principalmente nos processos produtivos. Hoje, por exemplo, há serviços voltados para a eficiência energética, que orientam a empresa a utilizar tecnologias limpas e energéticas para os seus processos. “As tecnologias limpas hoje são um fator competitivo. Então a gente está buscando justamente identificar qual seria o principal potencial aqui do Estado, como as energias fotovoltaicas, a parte de biocombustíveis, produção de energia por meio de biomassa, ou seja, reaproveitamento de resíduos para produção de energia e hidrogênio verde”, salientou.
Até o final do ano, a Jornada da Indústria terá continuidade com os temas Inovação, Produtividade, Saúde e Segurança, Educação Profissional e Sucesso. A programação completa está disponível no site fiea.com.br/ofuturodaindustria/. Além da Fiea, o evento conta com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), BNDES, Finep, Embrapii, Ambipar, Origem, Veolia e Petrobras.
A programação completa da Jornada da Indústria está disponível no site fiea.com.br/ofuturodaindustria/. Além da Fiea, o evento conta com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), BNDES, Finep, Embrapii, Ambipar, Origem, Veolia e Petrobras.
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