Economia
Alagoas terá usina de combustível limpo e renovável
Indústria será instalada no Ecoparque, no Benedito Bentes, e vai aproveitar lixo levado para aterro sanitário
Alagoas terá a sua primeira usina de biometano que estará em funcionamento, provavelmente, entre os anos de 2025 e 2026, sob a responsabilidade da Orizon Valorização de Resíduos, no Ecoparque, no bairro Benedito Bentes, em Maceió.
A partir de gases resultantes da decomposição dos resíduos, será gerado combustível limpo e renovável, comercializado com as indústrias da região em substituição aos fósseis atualmente utilizados.
O gerente regional para o Nordeste da Orizon, Ramon Brant, explicou que a usina, pioneira no Estado, irá trabalhar com base nas melhores práticas internacionais.
“Pelos próximos anos, teremos investimentos robustos em equipamentos para geração de biometano. Atualmente, fazemos a captação e a queima do biogás. Evitamos que o metano, gerado pela decomposição dos resíduos e 28 vezes mais tóxico que o CO2 (gás carbônico) vá para a atmosfera”, assegurou.
Biogás é energia limpa. O Ecoparque possuí captação e aproveitamento do biogás, uma fonte importante de matéria-prima renovável que pode ser utilizada como alternativa aos combustíveis fósseis.
Por meio de infraestrutura, tecnologia e inovação, o biogás pode ser transformado tanto em energia elétrica quanto em biometano, um combustível verde.
Na avaliação do secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo de Maceió, Marcos Cavalcanti, o Ecoparque é uma ferramenta importante para ajudar a capital a combater o aquecimento global e as mudanças climáticas.
“Ao utilizar as ferramentas tecnológicas para melhorar a destinação e tratamento dos resíduos sólidos urbanos. Evita-se a emissão de gases do efeito estufa. A qualidade de vida para cada pessoa que mora no município aumenta. É uma resposta eficiente ao atual momento de emergência climática”, declarou.
Para o presidente da Anamma, Marçal Cavalcanti, é inegável como a transformação do lixo e o trabalho do Grupo Orizon ajudam na luta nacional contra os lixões.
“O Brasil tem mais de 3.250 lixões. Um número estarrecedor que precisa mudar e essa perspectiva da geração local de biogás e biometano vai contribuir para acabarmos com o descarte irregular de lixo e gerarmos energia limpa”, analisou.
PROJETO VAI ACABAR COM DESCARTE IRREGULAR DE LIXO
O presidente da Anamma, Marçal Cavalcanti, afirma que é inegável como a transformação do lixo e o trabalho do Grupo Orizon ajudam na luta nacional contra os lixões.
“O Brasil tem mais de 3.250 lixões. Um número estarrecedor que precisa mudar e essa perspectiva da geração local de biogás e biometano vai contribuir para acabarmos com o descarte irregular de lixo e gerarmos energia limpa”, analisou.
A Orizon é signatária do pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), contribuindo para a agenda 2030 do desenvolvimento sustentável.
Em Alagoas, emprega 97 funcionários diretos. Funciona de domingo a domingo, 24 horas por dia. São cerca de 400 viagens de caminhões por dia, repletos de resíduos sólidos.
O Ecoparque garante, com sua plataforma de renováveis, a transformação de milhares de toneladas de resíduos em novos produtos, assegurando um novo futuro para os resíduos.
No Ecoparque, o lixo, visto como problema para a sociedade, passa a ser sinônimo de um futuro mais verde para as próximas gerações. A valorização desta matéria-prima, portanto, tem seu papel fundamental na rota para uma economia mais circular e sustentável.
ESTADO PRODUZ 3,1 MILHÕES DE QUILOS DE RESÍDUOS POR DIA
Na correria da rotina diária, você já parou para pensar na quantidade de lixo que produz em um dia? Um quilo! Isso mesmo! Cada alagoano, assim como cada brasileiro, gera, em média, um quilo de lixo a cada dia.
Seguindo esta matemática, em Alagoas, a cada 24 horas, são produzidos 3.127.683 de quilos de lixo, mesma quantidade de habitantes segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feito em 2022.
E para onde vai todo esse lixo? Na capital alagoana, vai para o Ecoparque Maceió, no Benedito Bentes, que recebe mais de 60 mil toneladas de lixo gerados por mais de 1 milhão de pessoas todos os meses.
O lixo é composto pelos resíduos sólidos oriundos da coleta regular e da limpeza urbana do município. Todo esse material recebe destinação e tratamento adequados, protegendo o solo, o ar e o lençol freático.
Ao chegarem ao Ecoparque, os resíduos sólidos urbanos recebem tratamentos diferentes, de acordo com a sua classificação. Por exemplo, os resíduos da construção civil são processados em uma unidade de beneficiamento, visando a reutilização.
Resíduos oriundos de podas de árvore são direcionados para um triturador e se transformam em base para compostagem. O material que não pode ser reaproveitado é encaminhado para aterro.
No aterro sanitário os resíduos são compactados e imediatamente cobertos com solo, explicou o engenheiro e gestor operacional responsável pelo Ecoparque Maceió, Rodrigo Carmo, formando um maciço geotecnicamente estável e ambientalmente seguro, pois o aterro possui todas as estruturas de proteção ambiental recomendadas pela legislação e normas técnicas vigentes.
O solo é protegido por um sistema de impermeabilização constituído por uma geomembrana de PEAD – Polietileno de Alta Densidade de dois milímetros de espessura.
Os líquidos percolados (chorume) são removidos por um sistema de drenagem e encaminhado para a Estação de Tratamento de Chorume que transforma mais de 300 mil litros do líquido tóxico, derivado da decomposição do lixo em água limpa.
Quanto aos gases gerados, são captados por um sistema de drenagem específico e encaminhados para uma estrutura de queima controlada, onde se tem assegurados os padrões emissão atmosférica.
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