Economia
Preço da ceia do Natal sobe em média 10% em Alagoas
Pesquisa mostra enorme variação de preços que chega a 550% em alguns produtos nos supermercados de Maceió
Manter a tradição da ceia de Natal posta à mesa está mais cara para os alagoanos este ano, em média, 10%. Nos corredores dos principais supermercados da capital, é fácil achar consumidores salivando ao imaginar os sabores da ceia e logo sentindo o sabor amargo na hora de pagar a conta no caixa.
O comportamento defensivo dos consumidores encontra explicação nos órgãos de defesa do consumidor. O Procon Maceió divulgou os preços dos 21 principais itens da cesta natalina. A variação de preços leva em consideração a qualidade e a marca dos produtos pesquisados.
A diferença de preços chega a até 550% nos supermercados da capital alagoana. Segundo a pesquisa apontou, as cestas completas, contendo até 21 itens, podem ser encontradas entre R$ 314,20 a R$ 2.044,97. Uma diferença de até 550,8%.
Uma das estrelas da ceia, o panetone está entre R$ 7,99 e R$ 139,00. E o mais surpreendente para quem gosta do produto: o tamanho diminuiu consideravelmente. Uvas passas e frutas secas variam de R$ 8,29 a 11,99, cada 200 gramas.
Os vinhos brancos também apresentam enorme variação. Há quem consiga brindar o nascimento de Jesus por R$ 11,90, a quem queira pagar R$ 230,90. Espumantes variam de R$ 46,99 até na faixa de R$ 200.
O tradicionalíssimo queijo do reino custa de R$ 89,99 o quilo até R$ 169,90.
Já o peru – principal prato posto à mesa natalina – está com preços que variam entre R$ 26,98 e R$ 45,99, o quilo – uma diferença de 70,4%.
O quilo do bacalhau com preço mais baixo custa R$ 59,60. Para os menos econômicos o quilo pode chegar a R$ 169,98.
O preço do azeite de oliva, em alguns supermercados em Maceió, é possível encontrar o vidro, com meio litro, por R$ 40 ou até R$ 50.
Comparar preços é o segredo, diz Procon
A variação de preços é tanta que a diretora-executiva do Procon Maceió, Cecília Wanderley, ressaltou a importância de realizar e divulgar a pesquisa para que os consumidores possam comparar os preços dos estabelecimentos, além de ficarem atentos às promoções dos estabelecimentos e economizarem nas compras.
E promoções não faltam para tentar atrair o público. Muitos supermercados estão ofertando bolsas térmicas, panetones e até sorteios de R$ 100 mil reais para quem levar o peru de Natal para casa.
Fora as ofertas das redes de supermercados, as indústrias frigoríficas também têm suas próprias estratégias para angariar o público ávido por promoções que tornem o Natal mais saboroso e econômico.
A promotora de vendas Carla Santana trabalha há 17 anos representando uma indústria frigorífica nos supermercados e nessa época que antecede o Natal e as festividades de Ano Novo é responsável por ajudar consumidores indecisos. Experiente, ela logo mostra os produtos que representa e tenta convencer a todos das vantagens em comprar o peru, ganhar panetone e ainda concorrer a premiações em dinheiro.
A advogada Lana da Silva já percorreu alguns supermercados perto de onde mora e ainda faltam alguns até completar os ingredientes para a ceia. “Não dá para comprar na emoção, no primeiro lugar. Pesquisar é apalavra”, disse.
Economista afirma que tradição causa pressão
De acordo com o economista Fábio Leão, até o início de dezembro a inflação dos principais produtos para a ceia de Nata já estava mais de 7,7% mais cara do que no ano passado. “Isso acontece, mesmo com queda na inflação e nas taxas de juros”, acrescentou.
Segundo dados do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), o preço médio de uma cesta de Natal (média para o país, na comparação de dezembro de2022 com novembro de 2023), ficou em R$ 413,53 contra R$ 383,80 do ano passado”, explicou ele que é também analista do Sebrae.
Segundo Fábio Leão, o que ocorre é que há, nessa época natalina, uma pressão muito forte nos preços de alguns produtos que não podem faltar nas mesas e nas cestas de Natal que a população costuma presentear.
“Dentre esses produtos, podemos citar: o famoso peru, pernil, lombo, chester, entre as carnes; além das frutas e do azeite. O efeito demanda localizada fica ainda mais impactante em tempos de retomada de comemorações, pós-período de isolamento social”, detalhou.
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