A partir da segunda-feira (9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entrou em campo para coletar os dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS). Trata-se de uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde. Esta edição é a primeira a ser realizada pelo IBGE, o que implica em expressiva ampliação da amostra, ou seja, da quantidade total de pessoas a serem entrevistadas.

Em Alagoas, 4.770 domicílios foram selecionados aleatoriamente e serão visitados para entrevista com os moradores. A PNDS busca investigar aspectos relacionados à saúde e nutrição na primeira infância (até 5 anos) e questões de saúde em homens (15 a 59 anos) e mulheres (15 a 49 anos) em idade reprodutiva.

Além disso, em atendimento às demandas da sociedade civil, pela primeira vez o IBGE fará as perguntas de identidade de gênero e orientação sexual aos moradores selecionados que tenham 18 anos ou mais.

Como funciona a entrevista domiciliar

O questionário é composto por um módulo básico de características dos domicílios e seus moradores, que trata de questões sobre água e esgoto, trabalho, rendimento e educação. Em seguida, há também módulos específicos, com temas ligados à saúde reprodutiva, direcionados a uma mulher e um homem selecionados aleatoriamente em cada domicílio. Caso não haja nenhum residente em idade reprodutiva, a entrevista é encerrada ao final do módulo básico.

A entrevista será feita em total sigilo e os informantes serão abordados sempre por um entrevistador do mesmo gênero para garantir maior conforto durante a coleta: mulheres serão ouvidas somente por outras mulheres, por exemplo. Pessoas trans podem optar pelo entrevistador ou entrevistadora do mesmo gênero ou do mesmo sexo biológico, a depender de como se sintam mais confortáveis.

A privacidade do entrevistado é um ponto fundamental na PNDS. As perguntas serão respondidas de modo confidencial. Outros moradores do domicílio não poderão estar presentes ou ouvir as respostas dadas pelo morador e moradora selecionados.

Temas abordados pela pesquisa

Entre as questões investigadas pela PNDS, há perguntas sobre o estado geral de saúde física e mental do entrevistado, procura pelas unidades básicas de saúde e avaliação do atendimento recebido.

Há também perguntas sobre a vida familiar (uniões, filhos, métodos contraceptivos, dentre outros aspectos) e planejamento reprodutivo (intenções futuras de ter filhos etc.). Mulheres com filhos serão perguntadas sobre o pré-natal e parto, com o objetivo de entender quais eram suas expectativas, quais foram os protocolos, e se houve gravidez de risco. A pesquisa também vai investigar a participação dos homens no pré-natal dos seus filhos e o acompanhamento no parto.

A PNDS investiga ainda a saúde da criança na primeira infância, com recortes para crianças até 3 anos e crianças até 5 anos de idade. Nesse módulo, há perguntas sobre educação, exposição a telas de aparelhos eletrônicos, vacinação, nutrição, doenças frequentes e outras questões ligadas ao desenvolvimento infantil.

Importância de responder à PNDS

Os dados coletados pela PNDS, por sua abrangência, podem ser importantes para a formulação e ajuste de políticas públicas de saúde, atenção básica, planejamento familiar, vacinação, e outras questões relevantes à sociedade em geral.

A pesquisa é de âmbito nacional, mas os dados irão alcançar desde o nível de país até o nível de capital em cada unidade da federação. O prazo para coleta é de 4 meses e os primeiros resultados devem ser divulgados até o fim de 2024.

A PNDS é uma pesquisa amostral, ou seja, diferente do censo, visita apenas uma parcela de domicílios selecionada aleatoriamente. O questionário segue padrões internacionais e foi elaborado com base na

Demographic and Health Surveys (DHS), pesquisa aplicada em mais de 90 países desde a década de 1980.