Economia

Valor da carne vermelha cai em Maceió

Por Luciana Beder - colaboradora com Tribuna Independente 17/08/2023 11h34
Valor da carne vermelha cai em Maceió
Conforme o IPCA, recuo no valor da carne bovina foi de 2,14% em julho - Foto: Edilson Omena

Pelo sétimo mês consecutivo, cortes como picanha, filé mignon, alcatra, contrafilé e outros tipos de carnes vendidos em açougues e supermercados tiveram uma queda nos seus preços. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado neste mês de agosto, o recuo da carne bovina em julho foi de 2,14%.

Com a redução nos preços, os açougues e supermercados de Maceió têm registrado aumento nas vendas. “Já faz uns meses que vem caindo e a queda tem sido geral. Cortes como acém com osso, peito bovino e chambaril, por exemplo, custavam em média R$ 23,99 e agora estão saindo por R$ 17,99. Os clientes têm levado bastante, a procura triplicou”, afirmou o açougueiro Maurício Mota.

Em outro açougue de Maceió, a procura também tem sido maior. “O preço do boi baixou topado, todos os cortes estão mais baratos. Os cortes que os clientes mais levam são os com osso, como paleta, chambaril, que são os mais baratos. As vendas melhoraram muito”, contou o açougueiro José Martins.

Segundo o presidente da Associação dos Supermercados de Alagoas (ASA), Raimundo Barreto, os supermercados da capital também passaram a vender mais.

“O preço da carne vem caindo aqui em Alagoas e no Brasil todo. Isso é muito bom porque é uma opção a mais para o consumidor, que estava sem oportunidade de comer carne bovina, e também é bom para os supermercados que registram aumento nas vendas”, afirmou.

A cozinheira Maria da Silva costuma comer carne bovina diariamente e disse ter observado queda no preço. “Baixou um pouco, aí a gente pode respirar mais um pouco. O bife, por exemplo, eu comprava por R$ 38 e agora está R$ 33, já economizo 5 reais em cada quilo, que já posso destinar para outra coisa”, avaliou.

O entregador Geraldo Rodrigues também percebeu redução no preço da carne, mas ainda não considera como bom. “O preço não está bom, está razoável porque a carne que é de qualidade mesmo é exportada, tudo nosso que é bom vai para fora e nós ficamos com resto. Então, o preço está razoável porque ficamos com as sobras”, disse.

Já a dona de casa Geane Maria está achando bom o preço. “Diminuiu bastante. Estou achando muito bom porque estou levando a mesma quantidade, mas pagando menos”, afirmou.

De acordo com o economista Diego Farias, a queda nos preços tem duas causas principais. “Redução do preço da ração bovina e, principalmente, o mercado global reduzindo o consumo ocasiona redução dos preços. Ou seja, menor a demanda, os preços tendem a se igualar”, explicou.

OVO
Valor da proteína continua a subir; alta já chega a 23%

Enquanto as carnes ficam mais baratas, o ovo – considerado uma opção coringa no cardápio dos brasileiros devido à sua versatilidade – é a única proteína que o preço segue subindo em 2023. De acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do ovo de galinha subiu cerca de 23% em um ano.
No início do ano passado, os maceio

enses podiam encontrar uma bandeja com 30 ovos por uma média de R$ 10. Hoje, o preço chega a R$ 27 em alguns supermercados da capital. O alimento, considerado prático, saboroso e bastante saudável, deixou de ser acessível.

Os consumidores têm sentido pesar no bolso, na hora de fazer a feira. “A carne baixou, a galinha também baixou, mas o ovo continua o mesmo preço. Uma bandeja que a gente comprava por R$ 10 há menos de dois anos, agora está saindo por R$ 22. E no mercado ainda é bom, supermercado é que está ainda mais caro”, afirmou o aposentado José Nunes.

Segundo o presidente da ASA, o aumento se deve ao preço dos insumos. “Os insumos aumentaram demais, o custo da ração, tudo aumentou e resultou nessa elevação do preço do ovo”, disse Barreto.