O botijão de 13kg do gás de cozinha voltou a custar menos de R$ 100 em revendas de Maceió. A redução no valor para revenda, que depende de vários fatores, como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda, ocorre quase um mês após a Petrobras anunciar a diminuição de R$ 8,97 por botijão (-21,3%).

O comerciante Edvan Marinho é revendedor de gás de cozinha e disse que o fornecedor dele repassou o produto com redução no dia 5 deste mês. “Antes, vendíamos por R$ 100 à vista e R$ 105 no cartão. Agora, está R$ 95 à vista e R$ 100 no cartão. A redução chegou, mas tem uma variação de valores por região e por marca do botijão. Temos algumas marcas de botijão de gás, que são Brasil Gás, Liquigás, Supergasbras e Ultragaz. Então, esse valor varia de acordo com os seus distribuidores”, explicou.

O empresário Léo César é proprietário de uma distribuidora de gás de cozinha. Segundo ele, não foi possível reduzir R$ 8,97, como a Petrobras, por causa do reajuste de ICMS. “Eu reduzi R$ 7 porque um mês antes tivemos reajuste de ICMS, no valor de R$ 2,50, e não repassamos. Por isso não baixei tudo que recebi agora”, afirmou.

Na distribuidora do empresário, o preço do produto retirado no local tem um custo menor para o consumidor. “Antes da redução, estávamos vendendo por R$ 92 na portaria e R$ 102 com serviço de entrega. Agora, estamos vendendo por R$ 85 na portaria e R$ 95 com serviço de entrega. A maioria não diferencia o preço de portaria e entrega, mas eu faço isso porque acho justo com quem tem a disponibilidade de vir até o local retirar”, explicou Léo César.

O economista Lucas Sorgato explicou que a redução de R$ 8,97 não é, obrigatoriamente, a que chega ao consumidor final. “A Petrobras está vendendo mais barato R$ 8,97 para as distribuidoras. Não significa dizer que vai ficar R$ 8,97 mais barato para o consumidor porque ainda tem o preço da distribuidora, o lucro dela. Isso pode cair R$ 8,97 ou até mais já que lá na ponta ele vai comprar 21,3% mais barato, mas têm os impostos e outras coisas. Não sabemos qual o impacto que vai chegar no consumidor, mas podemos usar a estimativa da Petrobras, que coloca que o potencial é que tenha abaixo de R$ 100”, afirmou.

FISCALIZAÇÃO

O Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor Estadual (Procon/AL) disse que a equipe de fiscalização vai visitar distribuidoras e depósitos para conferir os valores cobrados e o resultado final que chega ao consumidor. O órgão destacou que a redução aprovada pelo Governo Federal precisa chegar à população.
O Procon/AL informou ainda que vai conferir as notas fiscais e comprovar os valores cobrados. Caso não esteja de acordo, os possíveis infratores podem ser multados.

ANÚNCIO

O anúncio da redução de 21,3% no preço médio de venda do gás liquefeito de petróleo (GLP) pela Petrobras ocorreu no dia 16 de maio. No dia seguinte, a Petrobras já vendia o botijão de 13 quilos de GLP às distribuidoras por um valor, em média, R$ 8,97 inferior.

Além da redução do preço do GLP, a nova estratégia comercial da petrolífera também inclui uma diminuição dos preços médios de venda de diesel e da gasolina A para as distribuidoras de, respectivamente, R$ 0,44 e R$ 0,40.