Economia

Endividamento registra maior taxa do ano e alcança 71,1% das famílias maceioenses

De acordo com pesquisa do Instituto Fecomércio, inadimplência também cresceu e já é realidade em 21,6% dos lares

Por Ascom Fecomércio/AL 23/08/2022 15h18 - Atualizado em 23/08/2022 23h57
Endividamento registra maior taxa do ano e alcança 71,1% das famílias maceioenses
Comércio de Maceió - Foto: Ascom Fecomércio/AL

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) de julho consolida a tendência de alta iniciada em março deste ano e registra a maior taxa de maceioenses com alguma dívida em 2022. Segundo o levantamento, que é realizado pelo Instituto Fecomércio Alagoas, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 71,1% das famílias da capital alagoana estão endividadas.

O cenário local, alcançado após cinco altas consecutivas, acompanha, de maneira mais comedida, o que tem sido registrado em um contexto nacional. De acordo com a pesquisa da CNC, que abrange todas as capitais do país e o Distrito Federal, o nível de endividamento do brasileiro chegou, em julho, ao maior patamar dos últimos doze anos, com 78% das famílias nessa condição.

Para o economista e coordenador do Instituto Fecomércio Alagoas, Victor Hortencio, o panorama apresentado pelas pesquisas é reflexo da queda do poder de compra da população, provocada por uma pressão inflacionária de dois dígitos, que força as pessoas a se endividarem para conseguir manter o padrão de consumo, em meio a volta da normalidade no funcionamento dos setores de bens e serviços, antes contidos devido às restrições da pandemia de Covid-19.

Diante dessa realidade, a pesquisa ressalta ainda o aumento da inadimplência, que chegou ao patamar de 21,6%. De junho a julho, o levantamento demonstra um acréscimo de pelo menos duas mil famílias com contas em atraso, registrando, em números absolutos, um total de 65 mil famílias nessa condição.

Em se tratando do impacto do endividamento no orçamento familiar, 88% dos endividados estão com entre 11% e 50% do salário comprometido com dívidas. Neste aspecto, Hortencio ressalta que o indicado para ter uma vida financeira saudável é não ultrapassar o limite de 30%.