Economia

Preço das frutas dispara em Alagoas e comerciantes amargam prejuízos

Oscilação de valores acontece quase que diariamente; produtos chegam a custar de 50% a 100% a mais

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 20/08/2022 09h34 - Atualizado em 20/08/2022 13h17
Preço das frutas dispara em Alagoas e comerciantes amargam prejuízos
Alta no preço das frutas e variação diária faz com que vendas caiam cerca de 70% - Foto: Sandro Lima

Nos supermercados e feiras livres os consumidores vêm se deparando com a disparada nos preços das frutas. Segundo comerciantes, os valores nos distribuidores vêm oscilando quase que diariamente. Alguns itens sofreram variação de 50% em média, mas principalmente os fora de época ou com um preço mais elevado, a elevação chega a ser o dobro. É o caso da uva, que era comprada a R$ 3 o quilo e revendida a R$ 8, atualmente custa R$ 8 e é revendida nas feiras acima de R$ 12.

Na feira do Jacintinho, uma das mais movimentadas da capital alagoana, as bancas de fruta têm dado espaço a de verduras. Segundo o comerciante Josimar Santiago, a oscilação diária dos preços tem espantado os vendedores, que têm buscado alternativas como substituir os itens para garantir a mesma média de faturamento.

“O aumento tem sido diário, coisa de cinco, dez reais a cada compra e a gente precisa passar para o cliente, o que não dá a gente vai segurando. Não tem aquilo de dizer que foi em um só. Foi em tudo. Tudo teve aumento, algumas coisas mais do que outras, mas tudo aumentou. O morango custa R$ 9 a bandejinha e era mercadoria que a gente comprava a R$ 5 e aí aumenta menos. Tem menos banca de fruta, o pessoal está preferindo vender verdura porque está um pouco mais barato”, pontua.

Josimar negocia frutas há 18 anos e conta que este tem sido o pior ano para o comércio. “Nunca vi algo assim. Esse foi o pior ano para aumento de mercadoria. Perdi quase 70% das vendas. A gente sabe que quem compra mesmo é a classe baixa e, como está tudo caro, eles vão comprar menos ou nem comprar. É difícil, os clientes reclamam, deixam de comprar, sabemos que para dinheiro está pesado, muita gente quer comprar, mas não consegue”, desabafa o vendedor.

Comerciantes tentam manter vendas e perdem faturamento


Feirante há mais de trinta anos, Maria Aparecida conta que comprou um fardo de uva a R$ 130 no último sábado. Na compra seguinte, na última terça-feira (16), encontrou o produto a R$ 150. A saída segundo ela é manter o preço ao consumidor o mesmo pelo menos por uma semana, para não espantar a clientela e isso faz com que o faturamento dela diminua.

“Não podemos aumentar a cada dois dias. São aumentos constantes que temos e não sabemos porquê e nem sabemos o que fazer. As pessoas compram, mas reclamam, aí a gente tenta segurar o máximo, diminui o que a gente ganha, mas não podemos parar de vender infelizmente”, diz.

A consumidora Josineide Fernandes conta que compra frutas por quinzena e a cada compra leva menos itens.

“Sempre compro banana, uva, maçã. Gosto de levar morango, mas dessa vez não estou levando porque está caro. Aí, quando algo está mais caro, eu substituo ou não compro para não passar do orçamento”, comenta.