Economia

Empresária vence barreiras e populariza consumo de cafés especiais em AL

No auge da pandemia da Covid-19, Marta Aguiar vendeu apenas dois potes de café e agora já comercializa dois mil potes da iguaria

Por Davi Salsa 29/06/2022 18h58
Empresária vence barreiras e populariza consumo de cafés especiais em AL
Empresária vence barreiras e populariza consumo de cafés especiais em AL - Foto: Davi Salsa



O hábito de beber café é uma paixão mundial e, na cidade de Arapiraca e em todo o estado de Alagoas, essa iguaria de sabor particular também é muito apreciada.

Apaixonada por café e empreendedora desde os 13 anos de idade, a empresária Marta Aguiar, hoje com 35 anos, venceu as barreiras sociais e conseguiu popularizar o consumo de cafés com sabores especiais nas diversas camadas da sociedade alagoana.


De vendedora de cosméticos de porta em porta, peças do vestuário feminino, como langeries, até telefones celulares faz parte da história de vida profissional desta arapiraquense.

No ano de 2013, Marta Aguiar lembra que decidiu investir no próprio negócio e abriu a empresa Arte e Laço, que foi a primeira do ramo no designer de peças artesanais com corte a laser.

Com a gravidez da filha Stella, no auge da pandemia da Covid-19, em abril de 2021, a empresária teve de fechar as portas de sua firma, que sofreu um abalo financeiro por conta da doença presente em toda a sociedade.

Mas movida pela paixão de transformar vidas através do seu empreendedorismo nato, Marta Aguiar buscou um produto que pudesse conectar as pessoas e promover a popularização de algo já presente na vida de homens e mulheres: o café.

"Surgiu a ideia de vender cafés especiais caramilizados. No início foi muito difícil. Vendi dois potes em um mês de negócios, mas fui persistente e passei a participar de alguns eventos restritos mostrando o produto para as pessoas degustar a nova iguaria", relata a empresária.

A empreendedora arapiraquense lembra que a aceitação foi imediata. Marta Aguiar diz que utilizou o poder de persuasão no comparativo de preços.

Para saborear os cafés com mais de dez sabores, as pessoas tinham de comprar máquinas cafeteiras no valor de R$ 300 reais em média. "Mas os potes que eu vendia custavam 30 reais o recipiente que rendia até 12 cafés caramelizados", explica.

A empresária relata, ainda, que o produto passou a ser apreciado por pessoas de diferentes classes sociais.

"Hoje, consigo vender dois mil potes em um mês, e já consegui ser representante oficial no estado de Alagoas da rede que tem sede no estado do Espírito Santo", acrescenta.

" O conselho que dou para as pessoas que gostam de empreender como eu, para que o seu sonho aconteça, você precisa colocar a opinião alheia no modo mudo, porque só você é quem sabe do que é realmente capaz. Trace o plano e só pare quando sentir verdadeiramente orgulho de você e do que você faz", reforça a empresária.

Educadora financeira destaca papel dos pequenos Empreendimentos na economia brasileira

Segundo a bacharel em Economia e educadora financeira Paloma Gardênia, o cenário da pandemia do coronavírus impactou muito nas micro e pequenas empresas.

Ela vê a economia do Brasil avançando a passos lentos para a recuperação, citando o aumento do PIB brasileiro no primeiro semestre de 2022, da ordem de 1%.

"Apesar de ter sido menor do que o PIB estimado pelo mercado, esse número mostra que o comércio começa a se reerguer após tanto tempo de estagnação.

No meio de tantos dados trazidos pelos diversos estudos, que estão sendo realizados no país, os que trazem a realidade do momento para as micro e pequenas empresas chamam muito a atenção, uma vez que se trata de uma grande parte dos negócios no Brasil", salienta Paloma Gardênia.

Ainda de acordo com a educadora financeira, os dados trazidos pela 13ª edição da pesquisa “O impacto da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios”, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostram que cerca de 68% das micro e pequenas empresas viram o seu faturamento despencar durante a pandemia.

"É um número alarmante, uma vez que esses negócios representam cerca de um quarto do PIB do país", observa.

Paloma Gardênia pontua que os dados coletados evidenciam também um retrato do endividamento dos pequenos negócios.

A educadora financeira aponta que 74% das MPEs têm dívidas, e desse total 24% estão inadimplentes. Quando se trata especificamente de MEIs, 61% têm dívidas e 31% delas estão inadimplentes.

"Há uma necessidade de adaptação aos novos tempos, criar estratégias para suprir as novas demandas dessa nova realidade do mercado e priorizar a formação da reserva de emergência, para que a empresa sobreviva em tempos de crise. Também faz-se necessário que os governos dêm a assistência necessária nesse processo da retomada do fôlego financeiro dessas empresas", acrescenta Paloma Gardênia.