Economia

Total de aposentadorias de servidores em 2022 é o menor desde 2012

Até abril, 3,5 mil funcionários deixaram os quadros da União, indica levantamento do Metrópoles. No mesmo período de 2021, foram 3,6 mil

Por Otávio Augusto com Portal Metropóles 30/05/2022 06h01
Total de aposentadorias de servidores em 2022 é o menor desde 2012
Previdência Social - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Até o momento, o ano de 2022 tem o menor número de aposentadorias de servidores públicos federais desde 2012. Ao todo, 3.529 funcionários se aposentaram de janeiro a abril. No mesmo período do ano passado, foram 3.634. A queda de 2021 para 2022 foi de 2,8%, quando considerados somente os quatro primeiros meses do ano.

Neste ano, os órgãos que mais perderam funcionários foram o Ministério da Saúde (188), a Universidade Federal da Paraíba (54), o Instituto Nacional do Seguro Social (48) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (35).

Os números foram analisados pelo Metrópoles com base nos dados divulgados pelo Ministério da Economia no Painel Estatístico de Pessoal (PEP).

Atualmente, os quadros da União contam com 573 mil servidores públicos ativos divididos pelos órgãos e autarquias federais.

De 2012 para cá, os anos que mais tiveram aposentadorias foram, em ordem cronológica:

2017 – 8,8 mil aposentadorias;
2019 – 15,2 mil;
2020 – 7,4 mil.

As entidades que representam os servidores públicos criticam a falta de reposição dos servidores que se aposentam e a demora para a análise dos pedido de aposentadoria.

O secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo, reclama do panorama atual.

eja o número de aposentadorias de servidores desde 2012:

2012 – 6.748
2013 – 6.800
2014 – 6.060
2015 – 6.851
2016 – 6.074
2017 – 8.814
2018 – 8.204
2019 – 15.286 (ano da reforma da Previdência)
2020- 7.489
2021 – 3.634
2022 – 3.529

Fonte: PEP

*dados até abril de cada ano.


“Além da reforma da Previdência — realizada em 2019 — que colocou muito as pessoas para trabalhar mais tempo, os órgãos estão sem pessoas para analisar os processos. Há casos que as pessoas estão esperando há mais de seis meses a análise do processo”, diz Ronaldo.

Segundo o secretário da Condsef, falta reposição dos quadros que deixaram o funcionalismo. “Estamos suspeitando que para além da reforma, estão segurando os processos. A cada 100 aposentados, somente 37 foram repostos. O serviço público está prestes a entrar em colapso”, denuncia.

Versão oficial

Procurado pelo reportagem do Metrópoles, o Ministério da Economia comentou que o pedido da aposentadoria envolve questões de ordem pessoal, em que “vários fatores não mensuráveis” são considerados pelo servidor, como “questões familiares, interesse pela inativação, entre outros”.

Segundo a pasta, houve um aumento dos pedidos de afastamento no período que a precedeu a reforma da Previdência.

“Em contrapartida, nos meses que sucederam sua aprovação, houve uma redução das solicitações. Alguns fatores contribuem para essa redução, como o melhor conhecimento das novas regras e o próprio interesse dos servidores em permanecer em atividade”, explica, em nota.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Economia para que a pasta comentasse a acusação do secretário-geral da Condsef, mas não obteve resposta. O espaço continua aberto para esclarecimentos.