Economia

Bacalhau sobe 12,34% e encarece a Ceia de Natal

Em alguns supermercados localizados na capital alagoana, o quilo do alimento do tipo Saithe pode chegar a até R$ 49,90

Por Texto: Ana Paula Omena com Tribuna Independente 27/11/2021 10h17
Bacalhau sobe 12,34% e encarece a Ceia de Natal
Reprodução - Foto: Assessoria

É raro não ver uma comida que não seja feita de bacalhau em uma Ceia de Natal. O alimento pode ser encontrado desde as entradas até o prato principal. Porém, se o desejo for comer durante a ceia natalina será preciso preparar o bolso, é que o produto está 12,34% mais caro, segundo uma pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Em alguns supermercados de Maceió, o quilo do bacalhau tipo Saithe pode chegar a R$ 49,90; na maioria, está acima de R$ 40, bem diferente de uns três meses onde era encontrado por até R$ 39. Na última sexta-feira (26), por ser Black Friday, estabelecimentos comerciais estavam oferecendo o produto com descontos.

De acordo Raimundo Barreto, presidente da Associação dos Supermercados de Alagoas (ASA), uma das razões para o aumento do preço do bacalhau diz respeito à sua importação. “O dólar está em alta e por isso o valor também está elevado. O Supermercado não aumenta preço, mas sim acompanha o repasse do mesmo. Independente do mês, se recebermos com reajuste não importa a data, pode ser qualquer uma, haverá aumento, como também o contrário por redução”, ressaltou.

Para o aposentado Rubens Santos, a palavra de ordem é pesquisar já que o preço está um tanto salgado igual ao bacalhau. “Vai ter bacalhau na Ceia, mas a gente vai ter que bater perna e analisar os preços em vários locais antes de efetuar a compra”, pontuou. “O bolinho de bacalhau é um clássico e não pode faltar”, sorri. “Na hora do jantar, o escondidinho de bacalhau e a lasanha de bacalhau são de lei, não podem faltar, sempre compramos, então a gente pesquisa e compara os preços”, completou.

Helena Ribeiro diz que se depender dela e da família o bacalhau vai passar despercebido este ano. “Desde a pandemia amargamos prejuízos, parte dos parentes está desempregado, então a Ceia de Natal vai ser bem modéstia, até porque o bacalhau está muito caro”, observou.

Roberta Barbosa disse que o bacalhau não fez falta na mesa nem no Natal e nem nas outras datas importantes, como Quaresma e Semana Santa. “Eu até gosto, mas ninguém lá de casa curte; por isso como não fazem questão, na verdade nem falam em bacalhau, a gente dá prioridade a outros tipos de carne para compor a mesa natalina”, contou.

Prato pode ser substituído por diferentes peixes na refeição natalina

O economista Jarpas Aramis explicou que o aumento do bacalhau tem a ver com o impacto do câmbio onde houve variações significativas no que diz respeito ao boi gordo, carnes suínas e ovos.

“O bacalhau é um item importante na ceia natalina, então se aumenta o consumo, também aumenta o valor. Todas as proteínas estão numa trajetória ascendente de crescimento, então os preços estão mais caros de fato, com isso outras proteínas acabam sendo mais procuradas, como é o caso do pescado. Com essa migração, logicamente, também aumenta a demanda elevando assim os valores das demais proteínas”, salientou.

Tina Purcell, docente de gastronomia e gerente da unidade de gastronomia e turismo do Senac, explicou que o alimento pode ser feito a partir de diversos tipos de peixes, entre eles, o Saithe, Ling, Gadus Macrocephalus e Zarbo.

“Bacalhau não é um peixe, mas sim uma técnica de fazer a salga do peixe, então quando a gente observa encontramos alguns peixes neste processo de conservação, e que são assim denominados”, salientou.

Segundo ela, cada um tem sua característica própria para preparações e valores diferentes. O mais tradicional e tido como original é o do Porto, chamado Gadus Morhua. “O Gadus Macrocephalus é o mais caro porque é tido como o mais nobre e original, os lombos são altos, bonitos e quando cozido se desfaz em lascas e não se desfia, como os demais”, disse.

Para a docente de gastronomia, uma das opções de substituição do bacalhau é a merluza salgada, que vai produzir o mesmo efeito e tem também a pescada amarela.

“Mas com o litoral maravilhoso que Alagoas tem é possível sim fazer uma adaptação, por exemplo, usando o surubim, cavala, sirigado”, sugeriu.

Fritura, excesso de sal e condimento alteram benefícios do alimento

Pouca gente se preocupa com o modo de preparar o bacalhau e o que era uma alimentação saudável pode se tornar uma armadilha. O alerta é da nutricionista do Hapvida Saúde, Iraci Sabino. Ela lembra que a fritura do peixe ao óleo, o sal exagerado e o acréscimo de condimentos podem alterar as características benéficas do produto.

“O ideal é fazer o peixe na brasa ou ao leite de coco. No caso do bacalhau é fundamental retirar todo o sal, lavando diversas vezes. Já com relação à tilápia, é preciso tirar a pele, que é a região mais gordurosa”, comenta a nutricionista, dando dicas de como manter uma boa alimentação na Ceia de Natal.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que cada pessoa deve consumir por ano pelo menos 12 quilos de peixe. No Brasil essa média é de apenas 9,5 quilos por ano.

“A gente tem que incentivar esse hábito desde a infância”, defende Iraci Sabino, acrescentando que o consumo de carne vermelha em excesso pode ser prejudicial à saúde.

Na hora de escolher o tipo de peixe, algumas considerações também precisam ser levadas em conta. “Os peixes de água salgada, como o bacalhau, o salmão e o atum são mais saudáveis porque possuem ômega 3. Mas aqui no Nordeste as pessoas acabam optando por produtos de água doce. No geral, os dois tipos podem ser feitos de maneira a contribuir com uma boa alimentação”, relata a especialista.

Vinhos para harmonizar com a iguaria

Branco, rosé, tinto, espumante… Para quem tem dúvidas na hora de escolher um vinho, há uma seleção de rótulos que harmonizam muito bem para cada prato típico dessa época do ano e que combina bem com o bacalhau.

Um deles é o Reserva Chardonnay Don Guerino com anotações de degustação que trazem um vinho límpido, coloração amarela clara com reflexos esverdeados. Aroma de frutas cítricas, flores brancas, pera e abacaxi. De paladar fino, elegante, notas de frutas brancas e cítricas, com longa persistência. Pode ser encontrado no insta @vinhodeaazoficial.

O Pé Branco Esporão é produzido com um corte das uvas Perrum, Antão Vaz e Arinto, oriundas de vinhedos na região do Alentejo, em Portugal. Onde encontrar: Boutique Wine, Menezão Praia e Mister Frios.

Bico Amarelo Esporão, de cor amarela com tonalidades verdes. Apresenta um aroma exuberante, fresco e leve, dominado pelos frutos cítricos e aromas tropicais. Onde encontrar: Boutique Wine, Menezão Praia.

Cabriz Colheita Selecionada Branco, de cor citrina definida com ligeiros tons esverdeados. distinta intensidade aromática, sendo predominante em frutos tropicais, frutos exóticos, flor de citrinos e tília. Sabor frutado, fresco, notório colume de boca, elegante e harmonioso. Onde encontrar: Boutique Wine, Menezão Praia e Mister Frios.

Confira preparo do surubim ao forno

Surubim ao forno - 1,5 kg de lombo de surubim em postas; 4 und de batata inglesa; 1 und pimentão amarelo; 1 und pimentão vermelho; 2 xícaras (chá) de tomate-cereja; 2 und cebolas roxas; 2 cabeças inteiras de alho; 2 dentes de alho; 1 xícara (chá) de azeitonas pretas; 1 ½ xícara (chá) de azeite; 03 folhas de louro; 1 und limão; 02 ramos de alecrim; sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto.

Modo de preparo - No dia do preparo, preaqueça o forno a 180ºC (temperatura média); Inicie o pré-preparo: lave e seque os pimentões e os tomates. Corte cada pimentão em oito partes, no sentido do comprimento formando tiras e descarte as sementes. Descasque e corte as cebolas em quartos; Lave bem a casca das batatas com uma escovinha para legumes, corte cada uma ao meio, no sentido do comprimento, e cada metade em 6 pedaços e coloque em uma panela para cozinhar por cerca de 10 minutos, elas devem estar cozidas, mas ainda firmes - espete com um garfo para verificar. Atenção: deixe a batata ao dente, pois ela ainda vai ao forno. Corte os lombos do surubim ao meio, no sentido da largura. Tempere com um pouco de limão, sal, pimenta e alho picadinho. Não desmanche a cabeça do alho, pois você vai usá-la inteira no forno. Regue o fundo de uma assadeira grande de 40 cm x 35 cm com ½ xícara (chá) de azeite (caso seu forno for pequeno, divida a receita em duas assadeiras).

Disponha os pedaços de surubim deixando espaço entre cada uma. Entre os lombos, distribua as batatas, os pedaços de pimentão, os tomates, as cebolas, as cabeças de alho inteiras (corte apenas um pequeno pedaço da parte de cima – para melhor cozimento, sabor e aroma), os ramos de alecrim, as azeitonas e as folhas de louro. Tempere os legumes com sal e pimenta a gosto e regue tudo com o azeite restante.

Cubra a assadeira com papel-alumínio e leve ao forno para assar por 30 minutos. Retire o papel-alumínio, regue o surubim e os legumes com o líquido da assadeira e deixe assar por mais 15 minutos. Retire do forno e sirva a seguir.