Economia

Camarão e peixe estão mais baratos que carne

Pescadores e vendedores estão felizes e comemoram o movimento

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 25/11/2021 07h37
Camarão e peixe estão mais baratos que carne
Reprodução - Foto: Assessoria
Camarão, sururu, maçunim e vários outros tipos de pescados estão mais baratos do que a carne vermelha em diversas cidades brasileiras e em Alagoas essa realidade também é observada. De acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados em agosto deste ano, em termos percentuais, o valor das carnes em geral avançou 26,56% nos últimos 12 meses e o de frango em pedaços aumentou 27,56%. Por sua vez, o preço dos pescados variou positivamente apenas 4,60%. VALORES Para quem gosta e deve pesquisar é possível encontrar o quilo do camarão por até R$ 22 no mercado da produção em Maceió. O sururu de R$ 15 e o peixe tilápia de R$ 14. A carne de costela, uma das mais baratas, custa em torno de R$ 25 o quilo. O filé de sardinha pode ser achado por até R$ 20 e o de surubim a R$ 30. O peixe em posta carapeba por R$ 28, corvina R$ 18 e serra por R$ 23. Em alguns açougues da capital alagoana a carne de primeira como o filé mignon, por exemplo, pode ser encontrado a R$ 49, a lâmina de filé R$ 59, maminha R$ 36, picanha R$ 47, alcatra R$ 38, coxão mole R$ 37, contra-filé R$ 38, lagarto R$ 38, patinho R$ 35. Carnes de segunda posta (palheta sem osso) R$32, fraldinha R$ 32, cupim R$ 32, acém sem osso R$ 31, músculo R$ 29. Já carne com osso o preço é menor: chambaril R$ 25, costela R$ 24, xaréu R$ 24, peito com osso R$ 24, bisteca R$ 30, rabada R$ 25. A Federação dos Pescadores do Estado de Alagoas (Fepeal) informou por meio da assessoria de comunicação que tanto os pescadores quanto os vendedores estão felizes e comemoram o movimento. “Com certeza hoje os frutos do mar que eram mais caros estão mais baratos”, frisou. Aumento no consumo aconteceu na pandemia   O comerciante Pedro Gustavo enfatizou que atualmente sai mais barato comer camarão do que carne. “O preço baixou e estamos vendendo o camarão com casca a R$ 19,90 o quilo. O peixe em posta também fica nessa faixa de preço. A tainha (inteira) varia entre R$ 12 e R$ 15 o quilo”, compara o proprietário. De acordo com ele, o aumento no consumo se verificou já durante a pandemia. “Muitas pessoas deixaram de ir a restaurantes e passaram a comprar para fazer em casa. Os produtos mais procurados são os empanados, os camarões e os peixes limpos, em filé e postas. A tainha e o papa-terra frescos também vendem bastante, assim como o salmão”, citou Pedro Gustavo. A economista Luciana Caetano destacou que o pescado está mais barato para peixes se comparado com a carne bovina mesmo em bairros onde se concentram domicílios com maior renda per capita na cidade. “Na balança de Ponta Verde, por exemplo, é possível sim, comprar 1 kg de peixe em posta por R$ 35 (Cavala, dourado e outros). Se você comprar o peixe inteiro, fica ainda mais barato. Até camarão, é possível comprar a partir de R$ 35”, disse. De acordo Raimundo Barreto, presidente da Associação dos Supermercados de Alagoas (ASA), não houve aumento de pescados, mas lembrou que houve reajuste sim, de carnes vermelhas e frango. “O que aumentou muito foi o frango, mais até do que a vermelha, porém a tendência é cair depois que tudo voltar ao normal por conta de que houve uma queda no consumo e logicamente o preço vai junto, estamos na expectativa que isso aconteça, vamos aguardar”, salientou. Atualmente, menos de dez empresas concentram a oferta de carne para o país inteiro e mercado externo. De acordo com a economista Luciana Santana, com esse poder, elas usurpam os assalariados. “Acredito que no interior, onde a pesca ainda seja possível, dá para encontrar pescado por menor preço. O problema é que o desmatamento de vegetação nativa e efluente contaminante destruíram as possibilidades de sobrevivência de comunidades ribeirinhas. Um rio contaminado tem impactos ambientais, sociais e econômicos incalculáveis”, ressaltou. Para a economista, a população precisa pesquisar preços e evitar consumir carnes processadas (sempre contaminadas com aditivos e substâncias cancerígenas). “Sardinha fresca, por exemplo, deve custar entre R$ 15 e R$ 20 e é muito rica em nutrientes. Não sei o preço dos mariscos, mas sempre foram mais baratos que os peixes em posta”, completou. Pescados ajudam a prevenir doenças crônicas   A nutricionista Ariana Amaral explicou que o peixe também é uma excelente fonte de proteína, inclusive seu consumo é recomendado dentro do contexto de uma alimentação saudável e na prevenção de DCNT (doenças crônicas não transmissíveis). “Os peixes como a sardinha, arenque, são ricos em Ômega 3 e deve ser dada a preferência às preparações assadas, cozidas, grelhadas. Já o camarão também é uma boa fonte de proteína, entretanto possui um teor de colesterol maior e deve ser consumido com moderação por indivíduos que apresentam elevação desse lipídio sérico”, salientou. Hambúrguer de peixe – Ingredientes: 2 xícaras (chá) de merluza picada sem espinhos, 1/2 xícara (chá) de batata cozida, 1 cebola ralada, 2 filés de anchova em conserva, 1 cubo de caldo de legumes, 1/2 xícara (chá) de queijo parmesão ralado, 2 gemas, 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo, Farinha de rosca para empanar, óleo para fritar. Modo de preparo - Triture no processador o peixe, a batata, a cebola, as anchovas e o caldo de legumes. Despeje em uma tigela e misture com o queijo, as gemas e a farinha. Misture tudo e leve à geladeira por 30 minutos. Divida a massa em 2 bolas e modele com as mãos ou com um modelador de hambúrguer. Empane com farinha de rosca e frite rapidamente em uma frigideira antiaderente com pouco óleo. Escorra em papel absorvente e, se desejar, sirva em seguida acompanhado de pão, alface, tomate, queijo e batata chips.