Economia

Iteral viabiliza repasse de sementes para acampamentos rurais

Ação faz parte do Programa Planta Alagoas e estimula a diversidade da produção e na autoestima de agricultores familiares

Por Assessora de Comunicação do ITERAL/Jornalista Helciane Angélica Santos Pereira 03/07/2021 15h50
Iteral viabiliza repasse de sementes para acampamentos rurais
Reprodução - Foto: Assessoria
O "Programa Planta Alagoas – Distribuindo sementes, colhendo resultados" lançado em abril deste ano, é um dos marcos do Governo de Alagoas na gestão do governador Renan Filho e possui a coordenação da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri). Com o engajamento do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) também foi possível garantir o repasse de sementes para agricultores familiares que estão acampados nas áreas da Massa Falida da Usina Laginha. Nessa quinta-feira (1º de julho) ocorreu a entrega de 1 tonelada de sementes de milho e feijão nos acampamentos Caipe e Antônio Conselheiro, situados no município de União dos Palmares e são coordenados pelo Movimento Terra Livre. De acordo com o diretor presidente do Iteral, Jaime Silva, “o Órgão de Terras de Alagoas garantiu a emissão da Declaração de Validação do Acampamento, o que ajudou a ampliar a documentação comprobatória que é exigida para fazer o cadastro no Programa, e isso, tornou o movimento apto a receber as sementes e fazer a distribuição para seus acampados”. Estiveram presentes na atividade: membros da equipe técnica do Órgão de Terras; coordenadores do Movimento Terra Livre; Quitério Silva, atual presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Branquinha, que também foi vereador e atuou como secretário municipal de agricultura neste município; Abdias Ulisses da Silva, atual presidente do sindicato dos agricultores familiares de Branquinha; além das lideranças camponesas Índio e Emanuel, respectivamente, do Movimento de Luta pela Terra (MLT) e do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL). Os dois acampamentos rurais reúnem cerca de 80 famílias que produzem macaxeira, milho, feijão de corda, abóbora, banana, melancia, batata doce, abacaxi, maracujá, coco e manga; além da criação de animais. Agora, o acampamento fará o agendamento do trator da prefeitura para arar as áreas maiores e planas, que no momento encontram-se encharcadas, mas as famílias que já estão com a terra preparada farão o cultivo das sementes de forma imediata. IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA O programa Planta Alagoas visa o fortalecimento da produção agrícola de milho, feijão, sorgo e arroz; além de contribuir para a geração de renda e a autoestima de agricultores familiares, assentados e acampados da reforma agrária, quilombolas e indígenas. Para o coordenador estadual do Movimento Terra Livre, Tarcísio Barbosa, o programa também possibilitou a democratização do acesso as sementes e mais agilidade na entrega. “Foi um prazer enorme o movimento poder participar do Programa Planta Alagoas, porque dar uma situação mais favorável para o agricultor que não tem condições de comprar sementes. Também vai gerar uma valor econômico pós venda muito bom para os agricultores, até porque 10kg de sementes de milho hoje estima-se uma plantação de dois a três hectares, e no feijão da mesma forma. Eles estão muito satisfeitos e ansiosos para receber essas sementes. Nos anos anteriores a gente recebia via sindicato, mas neste ano com esse formato de inscrição que tá sendo conduzido pela Seagri é mais prático, porque a gente tem acesso direito e recebeu uma quantidade maior de sementes para beneficiar mais famílias”, comemorou Tarcísio Barbosa. “Receber essas sementes tem uma importância muito grande, porque a gente vai poder plantar mais e colocar comida na mesa. Eu fico muito feliz por isso, a gente estava aguardando e graças a Deus chegou. A gente só tem a agradecer, porque vamos ter barriga cheia, também podemos dar alimento para alguém que precisa e vender na cidade”, destacou a agricultora Maria Rosenilda Ferreira da Silva, que mora há sete anos em acampamento rural. LUTA PELA TERRA “A gente é nascido da terra e da terra a gente quer viver!” é o pensamento da agricultora Maria Severina da Silva, 64, que conseguiu se aposentar há quatro anos. Ela sempre trabalhou na roça, criou os 12 filhos com muito esforço e divide os trabalhos com o esposo José Luis Campos do Nascimento. Há 16 anos, o casal encontra-se na luta pela terra e passou todos os ensinamentos e a importância da terra para os netos e bisnetos, e o maior sonho é ser assentados da reforma agrária para continuar plantando e viver com dignidade no campo. A equipe técnica do Iteral tem realizado o acompanhamento dos agricultores familiares desses acampamentos rurais, e tem feito o controle e o alinhamento dos dados para o Cadastro Único de todas as áreas com o intuito de identificar quem realmente mora, planta e precisa trabalhar na terra. O Governo de Alagoas tem interesse em renegociar as dívidas das usinas com a destinação das terras para a reforma agrária.