Economia

Por causa de novo decreto de distanciamento social, Abrasel defende 'rachar o prejuízo'

Em nota, a associação de bares e restaurantes garante estar arcando com os maiores prejuízos na pandemia

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 09/03/2021 07h27
Por causa de novo decreto de distanciamento social, Abrasel defende 'rachar o prejuízo'
Reprodução - Foto: Assessoria
O novo recuo de fase do Plano de Distanciamento Social Controlado do Governo do Estado para as cores vermelha – Agreste e Sertão – e laranja – Maceió e o restante do estado –, gerou reclame de alguns setores do comércio, em especial o de bares e restaurantes. Em nota divulgada no fim da noite deste domingo (7), poucas horas depois do anúncio do governador Renan Filho (MDB), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Alagoas (Abrasel) divulgou informativo cobrando que os entes públicos “dividam a conta” com os empresários do setor. “Governador Renan Filho e prefeitos dos municípios alagoanos, o nosso setor vem sendo desde o início um dos mais prejudicados com as restrições impostas pela pandemia e mesmo diante dos prejuízos imensuráveis, seguimos cumprindo, com todos os protocolos de segurança. Assumimos um compromisso descomunal de empréstimos, aumento de mercadorias e redução de faturamento. Não temos outra saída se não compartilhar esse peso com vocês. Por isso vai aqui um pedido de socorro: vamos dividir essa conta com a gente?”, diz a nota a Abrasel. A Associação ainda lista que ações o Governo do Estado e as prefeituras municipais deveriam adotar para aliviar as perdas do setor de bares e restaurantes. “Isenção do IPTU 2021; fim da ST para empresas do Simples; fim do Imposto de Antecipação entre barreiras para as empresas do simples; isenção do ICMS sobre a energia; linha de crédito pela Desenvolve com taxa de 0,5% ao ano e 1 ano de carência; auxílio do pagamento de folha até o retorno integral das atividades”, elenca a nota da Abrasel. A decisão de novo recuo de fase no Distanciamento Social Controlado, apenas alguns dias após a volta à fase amarela para todo o estado, na última quinta-feira (4), se deu principalmente por causa do índice de ocupação de leitos de UTI para tratar de Covid-19 ter chegado a 81%. Em tom mais ameno, a Associação Comercial de Maceió (ACM) afirma compreender o momento, “acatando a decisão do governo, manifestando nosso compromisso e esforço e rogando pela contribuição da população”. A Tribuna Independente procurou Gabriel Bádue, coordenador do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para Enfrentamento da Covid-19 (OAPPEC), mas ele passou a tarde em reunião. Também foram procurados os infectologistas Fernando Maia e Luciana Pacheco, além da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio), mas nenhum respondeu à reportagem até o fechamento desta edição. ATUALIZAÇÃO A Fecomércio retornou à reportagem após o fechamento desta edição da Tribuna Independente. Em nota, a entidade reconhece a gravidade do momento, mas “não dá para negar o forte impacto econômico causado por restrições mais severas, tais como o fechamento dos estabelecimentos comerciais, limitações acentuadas de capacidade e proibição de atividades culturais, de lazer e de entretenimento. Mais de 3 mil empresas foram extintas em Alagoas e, só no primeiro semestre, o Estado perdeu quase 30 mil empregos, destes, 5.751 no segmento de Comércio e Serviços, apenas em Maceió. Além disso, Alagoas conta com um grande potencial turístico e boa parte dos municípios, assim como a capital, tem sua receita advinda, em parcela significativa, de atrações de lazer e serviços de hospedagem, bares e restaurantes. O momento é crítico e as medidas de restrição são necessárias, mas, como contrapartida para o setor, a Fecomércio AL defende que as empresas não arquem sozinhas com os prejuízos, por isso, a entidade estuda viabilizar pleitos tributários e fiscais junto ao governo”.