Economia

Aberta temporada de liquidações em janeiro

Expectativa é de que preços baixos e condições de pagamento mantenham as vendas aquecidas durante este período

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 07/01/2021 07h56
Aberta temporada de liquidações em janeiro
Reprodução - Foto: Assessoria
A temporada de liquidações já começou e os consumidores que se programaram e conseguiram economizar durante as festas de fim de ano podem encontrar boas oportunidades de compras pela frente. É que os lojistas aproveitaram a primeira semana de janeiro para colocar produtos em promoção e alavancar ainda mais as vendas pós-Natal. Em Maceió, diversas lojas físicas oferecem descontos diversos e nas vitrines as promoções são convidativas, com chances que prometem atender a todos os gostos e necessidades. Estabelecimentos apostam na publicidade visual com enfeites de bexiga e cartazes para atrair o consumidor. A expectativa é que preços baixos e condições de pagamento mantenham as vendas aquecidas. As liquidações estão por toda parte e vão de eletrodomésticos, móveis, roupas, calçados até artigos de cama mesa e banho. Roberto Lima diz que evitou as compras no mês de dezembro e preferiu deixar para janeiro na esperança de renovar seu guarda-roupa para 2021. Ele diz que por enquanto está pesquisando e como a liquidação vai até o fim de semana, vai deixar para última hora na intenção de que baixe ainda mais os preços. Guido Júnior, presidente da Aliança Comercial, destacou que comprar agora na capital alagoana traz também mais uma vantagem. Ele se referiu a maior campanha do comércio do estado ‘Natal Premiado’ que vai sortear para os consumidores dois automóveis para quem fizer uma compra a partir de R$ 50 em uma das lojas participantes. A campanha, além disso, vai distribuir outros 35 prêmios. Outro ponto positivo é que pela primeira vez os quatro shoppings de Alagoas também aderiram ao ‘Natal Premiado’. O sorteio está previsto para o próximo dia 13 de janeiro. Guido destacou ainda que muitas lojas do calçadão do comércio, no Centro de Maceió, vão abrir na sexta-feira (8) mais cedo, para oferecer descontos aos clientes, porém cada um com a sua promoção. Por conta da pandemia, os lojistas apostam também nas vendas online que prometem entrega rápida. Além dos descontos, os estabelecimentos oferecem condições de pagamento facilitado. A proprietária de uma loja de roupas (física e online), Walkisa Alves, diz que as promoções começaram nesta quarta-feira (6) e seguem até durar o estoque. “Estamos postando também no Instagram e o movimento está dentro do esperado, bem legal, a liquidação é de até 50% nas compras à vista”, disse otimista. A consumidora Maria José Silva se aguentou e não comprou roupa e nem calçados novos no mês passado. “Eu estou precisando de mais uma opção de par de calçado para minhas atividades, e também como me mantive em casa nestas festas, não foi necessário comprar nada novo, então decidi aguardar mais um pouco e aproveitar janeiro, que a gente sabe que geralmente, tem as promoções para queima de estoque, para renovar a coleção, e é assim que aproveito”, contou. Sobras do Natal também são ofertadas em supermercados   Raimundo Barreto, presidente da Associação de Supermercados de Alagoas (ASA), enfatizou que os estabelecimentos devem oferecer descontos promocionais para os itens do Natal que sobraram nas prateleiras. “As sobras do Natal serão vendidas em promoção, mas não tem como saber de quanto será o desconto, haja vista que cada supermercado é quem faz sua promoção”, observou. “Não temos essa estimativa, mas alguns produtos vão sim ter descontos para não deixar para o fim do ano, até porque são itens que não podem ficar ‘velhos’ e tem prazo de validade curto mesmo congelado. Então é preciso que se ‘desove’ logo, coloque em promoção e assim aguardar os novos produtos quando estiverem mais perto das datas festivas”, explicou Raimundo Barreto. PÓS-NATAL A Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL) enxerga nas promoções “pós Natal” uma forma de garantir as vendas após um ano marcado pelos prejuízos provocados pela pandemia. De acordo com o economista da entidade, Victor Emmanuel Hortencio, o período posterior ao Natal já é culturalmente de promoções, tanto é, que consumidores esperam o período natalino passar para poder garantir os ganhos nas promoções de janeiro, comprando mais com menos. “Quanto aos prejuízos oriundos da pandemia, é difícil dizer se é possível no curto prazo (janeiro/2021), tirar vários meses de desaquecimento do comércio, resultado do fechamento do mesmo. O que posso dizer é que temos uma demanda reprimida criada no período de pandemia, que pode ser suprida nesses primeiros meses de 2021”, avaliou. Rendimentos caem em novembro   Em novembro de 2020, os rendimentos médios da população corresponderam a 93,7% da renda média habitual, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta quarta-feira (6), que analisou os efeitos da pandemia do novo coronavírus (covid-19) sobre o mercado de trabalho e o impacto do auxílio emergencial na renda dos brasileiros. A base de dados usada pelo Ipea é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Ipea aponta que os trabalhadores por conta própria tiveram a maior redução nos rendimentos, recebendo 85,4% do habitual em novembro. Segundo a pesquisa, 4,32% dos domicílios sobreviveram apenas com o valor do auxílio de R$ 600 ou R$ 1.200, encerrado em dezembro. O percentual representa cerca de 2,95 milhões de lares, uma queda de 0,44 ponto percentual na comparação com outubro, ou diminuição de 300 mil domicílios. No mês analisado, 27,45% dos domicílios do país permaneciam sem nenhuma renda do trabalho efetiva, uma leve redução frente aos 27,86% registrados em outubro. Os trabalhadores formais foram os menos atingidos pela pandemia em novembro. Entre os do setor privado com carteira assinada e os funcionários públicos, a renda efetiva equivaleu a 96,9% do habitual. Já os trabalhadores do setor privado sem carteira assinada receberam 91,6% dos rendimentos usuais. A menor queda no rendimento foi entre os trabalhadores do setor público com carteira assinada (98,4%) e servidores do setor público informais (98,9%).