Economia

Ibovespa fecha na máxima desde recorde de janeiro

Volume financeiro nesta segunda-feira somou 21,6 bilhões de reais, abaixo da média diária de 34,8 bilhões de reais em dezembro

Por Reuters 28/12/2020 19h13
Ibovespa fecha na máxima desde recorde de janeiro
Reprodução - Foto: Assessoria
O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, voltando a se aproximar de sua marca histórica, após o presidente do Estados Unidos sancionar novos estímulos econômicos e reforçar o ambiente global de apetite a risco. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,12%, a 119.123,70 pontos, maior patamar de fechamento desde 23 de janeiro, quando registrou sua máxima histórica de 119.527,63 pontos, considerando o fechamento. O recorde intradia (119.593,10 pontos) foi batido no dia seguinte. O volume financeiro nesta segunda-feira somou 21,6 bilhões de reais, abaixo da média diária de 34,8 bilhões de reais em dezembro. No ano, essa média é de 29,9 bilhões de reais. Donald Trump sancionou no domingo um pacote de ajuda pela pandemia e de gastos no valor total de 2,3 trilhões de dólares, restaurando o auxílio-desemprego a milhões de norte-americanos e evitando a paralisação do governo federal. Entre os estímulos, está o pacote de alívio de 900 bilhões de dólares aprovado pelo Congresso na última semana, que Trump ameaçou bloquear. Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 0,87%, a 3.735,36 pontos, nova máxima histórica, com o Dow Jones e o Nasdaq também renovando recordes. O Reino Unido ter chegado a um acordo comercial do Brexit com a União Europeia na última quinta-feira, quando a bolsa brasileira esteve fechada, também repercutiu bem, assim como o processo de vacinação estar ganhando escala ao redor do mundo. Na visão do sócio da Manchester Investimentos, Eduardo Cubas Pereira, as sinalizações positivas com a assinatura do pacote de estímulos por Trump e o alívio com o desfecho na novela entre Reino Unido e UE deram suporte à bolsa doméstica. Ele ponderou, contudo, que a liquidez está menor, o que não permite determinar se tal movimento representa uma tendência. Isso, segundo ele, só será possível de se atestar depois que a liquidez melhorar nas próximas semanas. Com os feriados de final de ano, a semana passada e esta na bolsa paulista têm apenas três pregões cada. Para o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, no curto prazo os ativos brasileiros serão ajudados pelo fluxo global para ativos ciclícos, que se beneficiam da recuperação mundial, como as commodities. Em dezembro, o saldo de capital externo no mercado secundário de ações brasileiro está positivo em 16,5 bilhões de reais até dia 22, caminhando para o terceiro mês seguido em que as compras por estrangeiros superaram as vendas. “Contudo, sem um processo de vacinação em massa, corremos o risco de ‘ficarmos para trás’ no processo de recuperação e pagarmos um preço elevado em momentos de menor liquidez global”, afirmou Kawa, em comentários a clientes. Nesse contexto, a Fundação Oswaldo Cruz informou que pedirá registro da vacina de Oxford/AstraZeneca à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 15 de janeiro.